Com a recomendação do uso de máscaras pela população, para evitar o contágio do coronavírus, elas passaram a fazer parte da rotina. Para a maioria das pessoas, utilizar uma máscara é novidade. Por isso, surgem dúvidas sobre a forma correta de usar e, especialmente, o que fazer com elas depois de usar.
No caso das máscaras de pano, elas podem ser usadas por cerca de duas horas. Antes de serem utilizadas novamente, devem ser lavadas. É importante deixar de molho com água sanitária por, pelo menos 15 minutos.
Mas, no caso das máscaras descartáveis, qual a destinação correta? O enfermeiro Gerson Ulsenheimer, do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), afirma que máscaras usadas pela população em geral podem ser descartadas no lixo orgânico, do banheiro.
Aos poucos, os itens de proteção estão começando a chegar na Usina de Triagem de Venâncio Aires, em Linha Estrela. Assim como papel higiênico, fraldas e absorventes, as máscaras devem estar no lixo orgânico, para que sejam encaminhadas com os resíduos não recicláveis para o aterro sanitário de Minas do Leão.
No entanto, nem sempre isso acontece. O presidente da Cooperativa Regional de Catadores dos Vales do Taquari e Rio Pardo (Cootralto), Francisco Leopoldo dos Santos, afirma que, muitas vezes, o item chega misturado com o lixo reciclável (seco), de onde os trabalhadores da usina retiram os materiais que serão encaminhados à reciclagem.
Ele reforça a orientação para que as pessoas descartem as máscaras no lixo do banheiro e lembra que, caso elas estejam com uma possível infecção, devem ser identificadas. “Pedimos que a pessoa dê algum sinal, escreva em um sacola ou na máscara mesmo, para tomarmos ainda mais cuidado”, ressalta.
Proteção
De acordo com Santos, os trabalhadores da usina sempre usaram luvas e máscaras para se proteger da possibilidade contaminação com o lixo, no entanto, no último mês esse cuidado ficou mais intensivo. Ele comenta que muitos funcionários não gostavam de usar a máscara e deixavam de lado, “mas agora com a pandemia, estão todos usando corretamente.”
Segundo o enfermeiro Gerson Ulsenheimer, se os trabalhadores utilizarem o Equipamento de Proteção Individual (EPI), o risco de contaminação é baixo. “Devem usar luvas e após realizar a lavagem das mãos com água e sabão ou utilização de álcool gel a 70%”, aconselha.
O coordenador da Vigilância Sanitária Everton Luís Notti, por sua vez, explica que o ideal é que o lixo de banheiro, que pode conter máscaras, fique parado por 72 horas na usina, antes de ser manipulado. O tempo é necessário, porque, segundo pesquisas, seria o maior período que vírus permaneceria no materiais. “Esperando por 72 horas, as pessoas da usina estarão protegidas do agente viral, independente do material manipulado.”
Hospitalar
Diferentemente das máscaras usadas pela população, as usadas por profissionais da saúde que têm contato com pacientes infectados ou com suspeita não vão para a usina de triagem. “Na área hospitalar, muda essa rotina. Descartamos como lixo infectante as máscaras utilizadas nas áreas onde atendemos pacientes suspeitos ou confirmados de Covid-19”, explica o enfermeiro Gerson Ulsenheimer.
A recomendação para a população no geral é dar preferência às máscaras de tecido e deixar as descartáveis para os profissionais de saúde.
*Colaboração: Juliana Bencke