Nível de água para captação no Castelhano preocupa Corsan (Foto: Divulgação)
Nível de água para captação no Castelhano preocupa Corsan (Foto: Divulgação)

Apesar da chuva registrada em alguns pontos do município na tarde do domingo, 16, e ontem, a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) segue em estado de alerta quanto ao baixo nível de água no arroio Castelhano. A escassez de chuva e o calor excessivo colocam a comunidade local em alerta, diante do forte período de estiagem. A seca também atinge outros mananciais do Rio Grande do Sul.

Em Venâncio Aires, uma das preocupações é quanto à captação de água, que pode ser afetada caso o nível baixe mais ainda. Segundo o gerente da unidade local da Corsan, Ilmor Conceição Dörr, os mananciais em que a estatal capta água estão chegando em níveis críticos de abastecimento, o que tem levado a companhia a implementar ações emergenciais. “A gente emite o alerta e pede a colaboração de todos. Precisamos deixar de lado hábitos que gerem desperdícios e também temos que nos conscientizar.”

Dörr enfatiza que o nível do Castelhano deu uma melhorada significativa com a chuva dos últimos dias, mas ressalta que o alerta permanece. “Tivemos bastante chuva na região das cabeceiras. Mas não é o suficiente para ficarmos tranquilos. Enfim, a gente corre um risco em relação à quantidade e qualidade da água fornecida.”

QUALIDADE

Assunto nos últimos dias, a coloração da água é preocupação dos consumidores. Conforme Dörr, a coloração está relacionada à formação de algas no Castelhano e à baixa vazão da água. “Como a água está muito parada, há a proliferação de algas e o oxigênio fica muito baixo. A Corsan está fazendo um tratamento diferenciado com o carvão ativado para absorver as algas. Com a inserção do carvão, a água volta a ficar com a coloração normal e sai com toda qualidade da estação de tratamento”, frisa.

Nos últimos dias, a água que está chegando nas torneiras das residências venâncio-airenses está com uma cor diferente, amarelada ou esverdeada. “Isso é uma reação que ocorre dentro da rede, quando a água tratada entra em contato com outros produtos. Mas essa água é própria para o consumo, não tem nada de errado quanto a isso”, reforça o gerente, que compara o caso com uma situação semelhante que ocorreu há um tempo atrás, quando a Corsan precisou colocar manganês no tratamento.

MAIS VAZÃO

Para evitar essas algas, Dörr comenta que a solução é aumentar a vazão da água. Com isso, várias medidas já foram tomadas. “Quanto mais a gente fala de estiagem, mais água estamos gastando, a gente pede para usar somente o necessário. Precisamos poupar”, enfatiza. Outra alternativa encontrada pela Corsan é a utilização da água dos poços. São dois em operação, com uma média de 40 mil litros por hora. De acordo com o gerente local, eles estão em operação em média de 14 a 16 horas por dia. “Com essa produção boa dos poços, já tivemos um impacto na questão do abastecimento. Se eles não estivessem operando a situação seria mais crítica.”

Além desses dois poços em funcionamento, a Corsan trabalha na perfuração de uma rede de 150 mil litros na Fernando Manuel Schwingel, no bairro Santa Tecla. A expectativa é que a vazão da água seja até maior que os que já estão em operação. A meta é deixar ele funcionando ao longo deste ano para evitar problemas semelhantes no futuro. Além disso, a empresa trabalha com a ideia de perfuração de um poço junto à Estação de Tratamento de Agua (ETA), ainda neste ano.

PREVISÃO DO TEMPO

  • Para os próximos dias, a tendência é de pouca chuva e temperaturas em declínio. Hoje, áreas de instabilidades atuam no estado. O dia apresenta o predomínio de nuvens e condições para chuvas a qualquer momento. Ainda podem ocorrer pancadas ocasionalmente fortes e temporais isolados. As temperaturas ficam amenas a bem agradáveis.
  • Na quarta-feira, 19, pode ocorrer chuva fraca no decorrer da manhã. Porém, são esperados intervalos de melhoria no decorrer da tarde. Para o restante da semana, os dias serão marcados por sol com nebulosidade variável.
  • Entretanto, a previsão é de pouca chuva para os próximos dias e até o fim de fevereiro. Apenas na segunda quinzena de março que a chuva com mais volume poderá retornar na região.

Fonte: Núcleo de Informações Hidrometeorológicas (NIH) da Univates