De Vila Sete a bairro Battisti

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É comum na Capital do Chimarrão encontrar pessoas que ainda comentam que moram na ‘Vila 7’ . Mas, afinal, o que isso representa? Vila 7 é o nome popularmente conhecido do atual bairro Battisti, localizado no prolongamento da rua 7 de Setembro, zona leste do município.

Antigamente, a Vila 7 era formada por casebres e, no decorrer dos anos, foram construídos loteamentos populares, escolas e com o crescimento do local passou a se chamar bairro Battisti.

Romani Irene Weber, 88 anos, foi uma das moradoras que acompanhou a evolução do bairro nos últimos 50 anos. Ela, o marido Rilde Weber, já falecido, e os quatro filhos mudaram do Centro Linha Brasil para morar no bairro Battisti. “Quando viemos para cá, era só mato de eucaliptos. A estrada já existia (rua 7 de Setembro) mas tinha mais gente lá para cima”, comenta a moradora que mora no fim do loteamento, onde está localizada uma olaria.

Romani lembra que, na época, os potreiros que a família adquiriu estavam cercados de mato. “Pegamos o facão e uma foice e começamos a trabalhar para deixar o local em ordem. O galpão da olaria também teve que ser reformado porque não estava em condições”, recorda. Mesmo que sempre estivesse ligada aos cuidados do lar, Romani também auxiliava o marido na produção de telhas e tijolos. Após o falecimento do marido, os dois filhos do casal assumiram os negócios.

Romani segue morando no mesmo endereço e um dos filhos mora ao lado. Ela diz que gosta muito do bairro Battisti, local onde criou os filhos e viveu por mais de cinco décadas. “Quero passar o resto da minha vida aqui”, conclui.

A formação da Vila Battisti está presente na memória do comerciante Deonildo da Rosa, 64 anos desde que veio morar com a esposa Clenia Lourdes da Rosa, 59 anos, no local, onde vive há 36 anos. “Quando mudei para cá, morávamos do outro lado (à esquerda da rua Sete de Setembro) nas casas que foram construídas pela prefeitura e depois que as coisas foram melhorando, compramos a nossa própria casa – onde está localizado um bar -”, recorda.

Deonildo é proprietário de um comércio no bairro há mais de 20 anos. (Foto: Taiane Kussler/Folha do Mate)

O comerciante abriu o seu próprio negócio para poder trabalhar e estar mais perto da esposa Clenia, que estava muito doente e necessitava de cuidados. “Quando viemos para cá não tinha nenhuma rua, só um trilho onde passavam as carroças. Ao redor da nossa casa tinha muito mato e poucos vizinhos tinham carro”, relembra o comerciante, que já possui o empreendimento no bairro há 23 anos. Apesar das dificuldades, Deonildo gosta muito de viver no local. “Meus clientes sempre foram daqui, fiz muitas amizades”, afirma.

FORMAÇÃO DO BAIRRO 

De acordo com a arquiteta e urbanista, Sandra Sperb, que atuou durante 31 anos no setor de Planejamento e Urbanismo da Prefeitura de Venâncio Aires, o bairro teve início com a construção do loteamento popular, que fica em frente à Escola Municipal de Educação Infantil Pingo de Gente. “Este foi o primeiro núcleo habitacional no bairro, com isso, novas ruas foram abertas e foi instalada uma infraestrutura básica para abrigar a população de baixa renda, que vivia em áreas irregulares do município. A partir daí, o bairro foi crescendo e novos núcleos foram sendo construídos no local”, comenta.

    

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