O anúncio da pandemia do novo coronavírus no Brasil, no mês de março, deixou a população apreensiva. As pessoas foram orientadas a ficar em casa, parte do comércio fechou, festas e viagens foram canceladas e o futuro era incerto. A impressão era de que o dinheiro desapareceria e os reflexos seriam sentidos no comércio.
Em parte e por algum tempo isso realmente aconteceu, mas assim que as portas dos estabelecimentos reabriram, todo o comércio se aqueceu.
Prova disso são as revendas de veículos seminovos. Em um levantamento feito em três das dezenas existentes na Capital do Chimarrão, os comerciantes foram unânimes em afirmar que houve aumento na venda de veículos este ano, em relação ao ano passado. Da mesma forma, destacaram que a reposição é uma dificuldade.
No mercado há 20 anos, o empresário Jairo da Rosa, 43 anos, tem um entendimento dos fatores que influenciaram para este aumento nas vendas. Proprietário da Rosauto veículos, cita que as pessoas pararam de gastar em festas e viagens e investiram na compra de veículos.
Ele também vê o comércio aquecido por conta do auxílio emergencial. “Um homem que trabalha informalmente tem direito de receber R$ 600 por mês. Se ele tiver uma mulher e filhos, ela pode ganhar mais R$ 1.200. São R$ 1.800 a mais no comércio”, observa Jairo, que também atua na venda de veículos novos. Segundo ele, em Venâncio Aires há cerca de 9.600 pessoas recebendo o auxílio emergencial.
O empresário afirma que as vendas cresceram cerca de 20%. Ele também destaca a boa fase da agricultura (principalmente milho e soja) como fator preponderante.
Todo comércio
Proprietário da Auto Giro, o empresário Juliano Terres, 41 anos, concorda que as pessoas deixaram de gastar em festas e viagens (tudo por conta da pandemia) e passaram a investir mais em si. “Não é só as revendas que estão vendendo bem. Todo o comércio está aquecido”, menciona.
Dono de duas revendas, Terres trabalha há 14 anos no ramo e diz que suas vendas de seminovos dobraram. “No final do mês de setembro eu já tinha vendido o dobro de veículos que comercializamos no ano passado”.
Na Dinâmica Car, a venda aumentou em mais de 10%. O sócio-proprietário Rafael Gollmann, 26 anos, explica que elas estavam em queda até o mês de maio, mas cresceram muito a partir daí. A exemplo dos colegas de profissão, entende que o dinheiro sobrou com a proibição das viagens e festas.
A revenda, que este mês completou 15 anos de atividades, está com dificuldades para repor os estoques. “Uma das maiores dificuldades é encontrar carros bons”, diz Gollmann, que sempre trabalhou com o pai na revenda.