Depois de concluído o diagnóstico do arroio Castelhano, que apontou 42 pontos assoreados, o serviço de desassoreamento começou há cerca de um mês. Com uma escavadeira hidráulica, estão sendo retirados galhos, árvores caídas e resíduos que bloqueiam o curso da água, em diversos trechos.
O trabalho é realizado por meio de uma Parceria Público Privada (PPP). A elaboração do projeto e a fiscalização ficam a cargo da Prefeitura de Venâncio Aires, enquanto o serviço é custeado pela iniciativa privada – em geral, agricultores que sofreram prejuízos na lavoura por conta de enchentes, e estão entre os principais interessados de que a água flua no curso normal do arroio.
“Não foi destinado recurso para este trabalho no orçamento da Prefeitura, pela gestão anterior, então o Município não tem verba disponível. Por isso, a importância da parceria público privada”, ressalta o coordenador da Patrulha Agrícola de Venâncio Aires, Antônio Rodrigo Vieira Garin, o Rodrigo VT, que está à frente do trabalho.
Até o momento, em torno de três quilômetros, de um trecho de quatro quilômetros, já passaram pelo desassoreamento. O serviço está concentrado na região de Linha Grão-Pará Baixo, próximo ao Passo da Cananéa. O outro trecho já liberado pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) é no arroio de Linha Isabel, o qual desemboca no Castelhano.
“Só se mexe em pontos autorizados pela Fepam. Respeitamos tudo o que a legislação ambiental prevê e acompanhamos o trabalho para garantir que tudo seja cumprido. Elaboramos os projetos e, à medida que a Fepam vai liberando os trechos, vamos avançando no trabalho. Também dependemos do tempo. Após dias de chuva, precisamos esperar uns quatro dias para a água baixar”, comenta o coordenador da Patrulha Agrícola.
Outro aspecto destacado por Garin é que haverá o reflorestamento nas áreas onde foi preciso derrubar árvores para que a máquina chegasse até o arroio. “O que foi prejudicado será recompensado com o plantio de novas mudas. Onde foi retirada uma árvore serão plantadas outras dez”, assegura Rodrigo VT.
Saiba mais sobre o desassoreamento
• O desassoreamento consiste em retirar o acúmulo de terra, entulhos, pedras, galhos e vegetação acumuladas em pontos do arroio, que impossibilitam o fluxo normal da água.
• O trabalho é realizado com uma escavadeira hidráulica, que retira o material. Rodrigo VT cita o exemplo de uma taquareira que desbarrancou e atravessa todo o leito do arroio. “Precisamos utilizar cabos de aço para conseguir içar a taquareira. Uma pessoa precisa entrar dentro da água para colocar os cabos de aço. É uma situação bem difícil”, comenta.
• As árvores e os galhos retirados da água são afastados das margens do arroio, para impedir que voltem a cair na água. A terra é espalhada onde há vegetação e serve como uma ‘cama’ para o plantio das novas mudas. Já o lixo é retirado do local e destinado corretamente.
• Em alguns pontos, como deve acontecer no arroio de Linha Isabel, as pedras retiradas da água serão utilizadas para manutenção das estradas.
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