Marcilene Rabuske Walter, 53 anos, está entre os milhares de trabalhadores empregados na safra do tabaco. Já são pelo menos 11 anos na Alliance One, onde trabalha como revisora na Linha 1 do setor de Alimentação. “Somando as safras nas outras empresas, já são mais de 20 anos”, diz ela, que atuou na antiga Fumossul, na CTA e na Brasfumo. “Em todas sempre ganhei cartinha de retorno”, menciona, orgulhosa.
Moradora de Linha Santa Eugênia, no interior de Venâncio Aires, ela não esconde a satisfação de trabalhar na safra. Os benefícios que a empresa oferece e as amizades estão entre os aspectos destacados por ela. “Me dou bem com todo mundo. As amizades são ótimas. Mas o mais importante é lembrar que tem que vir para trabalhar”, pondera.
Bem-humorada, Marcilene também destaca o almoço oferecido na empresa. “É muito bom e a melhor parte é que não precisa nem lavar a louça”, brinca. Depois da refeição, ela aproveita o intervalo para descansar. “Procuro um lugar para sentar no pátio. Quanto mais sossegado, melhor.” 2023”, observa.
Em família
O envolvimento com a empresa vai além, já que o filho Guilherme Luiz Walter, 23 anos, também atua como safreiro na Alliance, no Empacotamento. Ele ingressou na indústria há seis safras, por meio do curso de Auxiliar de Processamento de Tabaco para pessoas com deficiência, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Retornou em todas as safras seguintes. “Fiz o curso enquanto ainda estava estudando. Quando terminei o curso, logo vim para a firma”, conta.
Apesar de irem e voltarem juntos do trabalho, de ônibus, e fazerem o mesmo horário – na diária –, mãe e filho não têm contato durante o dia na empresa. “É cada um para seu lado e em casa também não falamos sobre trabalho”, afirma. Por vários anos, o esposo Silvério Inácio Walter, 60 anos, também foi ‘colega de firma’. “Agora eu e o Guilherme trabalhamos e ele faz o serviço em casa”, comenta Marcilene.
Trabalho na lavoura
Outra situação comum a muitos safreiros se repete na família de Marcilene. No período em que não está na indústria, ela trabalha com a produção do tabaco na lavoura, na propriedade da irmã. Assim, está envolvida com o tabaco praticamente todo o ano.
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