Em audiência pública realizada na sala de reuniões da Prefeitura, na tarde desta quinta-feira, 14, foi apresentado o orçamento de Venâncio Aires para 2020. A Lei Orçamentária Anual (LOA) prevê um déficit de R$ 13.909.103,00, saldo da projeção das receitas (R$ 297.074.000,00) e despesas (R$ 310.983.103,00). O valor estimado para gestão, manutenção e serviços, ou seja, para a estrutura administrativa, chega a R$ 111.637.375,12, um percentual de 35,9% do total do orçamento. Para os programas temáticos – que são os serviços prestados pelo Município que retornam aos cidadãos -, serão R$ 199.345.727,88 (64,1%).
De acordo com a contadora Janice Antoni, será necessário esforço de todas as secretarias no sentido de economizar recursos em 2020. “Fazer orçamento não é brincadeira, é coisa séria. Estimar déficit na peça orçamentária é o mesmo que oferecer um cartão de crédito aos gestores, pois contamos com receitas que não sabemos se vão se confirmar”, alertou. Janice salientou ainda o crescimento médio da folha de pagamento do funcionalismo em R$ 4 milhões ao ano, majoração que classificou como “preocupante”. “As despesas crescem em uma velocidade muito maior do que as receitas. Caso algo não aconteça a nível de país, dificilmente veremos esta conta chegando a um equilíbrio algum dia”, declarou.
PRUDÊNCIA
Na abertura da apresentação, o prefeito Giovane Wickert lembrou que a grande maioria das cidades brasileiras passa por crise financeira e que “o orçamento precisa ser criteriosamente analisado, pois é preciso prudência e responsabilidade na divulgação dos números”. De acordo com ele, apesar dos problemas com as finanças, “o dinheiro da Prefeitura está indo para o conjunto da sociedade, tanto para a cidade quanto para o interior”. Wickert ainda disse que “é muito difícil fazer gestão, por isso precisamos, às vezes, recorrer a financiamentos que viabilizem investimentos, pois a margem é bem pequena”.
O secretário da Fazenda, Eleno Stertz, afirmou que terá missão de reduzir, em média, R$ 1,2 milhão por mês em 2020. A economia permitirá, segundo ele, “chegar ao fim do próximo ano no equilíbrio ou até mesmo no azul”. O titular da pasta lembrou que o orçamento para 2019 previa um déficit de R$ 13 milhões, aproximadamente, e que o Município vem conseguindo recuperar a projeção. “Um zero a zero no fim deste ano é possível. Temos, no momento, um desacerto de fluxo de caixa, mas vamos contar, por exemplo, com uma entrada extra do Fundo de Participação dos Municípios em dezembro”, disse.