Da polêmica sobre o corte das tipuanas à falta de condições da calçada e da necessidade de revitalização no local, o Calçadão é tema constante de debates em Venâncio Aires. Ponto de referência na cidade, o espaço completa 25 anos, em dezembro deste ano.
No decorrer desse período, já houve tempos mais áureos, com bares lotados e calçadas cheias de famílias e amigos aproveitando os fins de semana. No entanto, apesar das mudanças, é difícil encontrar algum venâncio-airense que não tenha lembrança de um momento vivido no local, o que reforça o carinho da população pelo espaço criado no governo de Almedo Dettenborn.
Inaugurado em 23 de dezembro de 1994, o Calçadão foi projetado com o objetivo de ampliar a área dos bares e das lojas e funcionar como uma extensão da praça. “O objetivo era unir a praça, o ambiente da rua e do comércio, em uma área na qual as pessoas pudessem sentar, tomar chimarrão, conviver e se divertir”, lembra a arquiteta e urbanista Sandra Lúcia Hickmann Sperb, 60 anos.

Servidora do Município por cerca de três décadas, ela foi responsável pelo projeto do Calçadão. “A ideia partiu do Executivo e foi apresentada aos empresários, que receberam com muita alegria, pois concentraria o movimento do centro”, relembra.
Ela conta que, para elaborar o projeto, foram visitados calçadões de outras cidades, como forma de inspiração. Além disso, a obra envolveu todo um trabalho de infraestrutura, com estudo de trânsito e novas instalações de água, esgoto e energia elétrica. “Para se ter ideia, não existia esgotamento pluvial na rua. Era dreno de pedra, por isso, foi preciso abrir toda a rua para colocar o encanamento.”

Uma das mudanças realizadas a partir do projeto foi o alargamento do passeio público, do lado dos estabelecimentos comerciais e, consequentemente, a redução da pista para veículos, tornando a via mão única.
Além disso, Sandra lembra que, na mesma época, houve uma revitalização da praça, instalação de brinquedos na pracinha e criação da parada com recuo para os ônibus, na Tiradentes. “Um projeto de revitalização sempre precisa ser muito bem pensado. Agora, paralelo à obra na Praça da Matriz, talvez seja um bom momento para repensar na remodelação e fazer um projeto condizendo com o que se necessita hoje”, considera.
CURIOSIDADES
- A pavimentação da rua Osvaldo Aranha, no trecho entre as ruas General Osório e Jacob Becker, é de paralelepípedo de granito – a pavimentação original da rua. Atualmente, é o único trecho da Osvaldo Aranha que não é asfaltado. De acordo com a arquiteta e urbanista Sandra Sperb, na época da criação do Calçadão, optou-se por manter o paralelepípedo de granito como uma forma de preservação histórica.
- Inicialmente, o Calçadão contemplava apenas uma quadra, entre a General Osório e a Travessa São Sebastião Mártir. Depois, com o sucesso do projeto, foi estendido para a quadra de cima. No trecho, os bancos e o paisagismo buscaram se integrar com o espaço da igreja matriz.