Começo a coluna de hoje com um agradecimento especial ao vereador César Garcia (PDT), autor da indicação do meu nome para ser homenageado com o título de Cidadão de Venâncio Aires. Fica aqui também o meu muito obrigado a todos os demais parlamentares, que concordaram com a proposta, aprovada na sessão da Câmara de segunda-feira, 21. Já recebi outras distinções nas cidades pelas quais passei, mas esta é diferente. As anteriores me foram direcionadas em momentos de despedida, quando estava de saída para outro município. Esta é conferida com o intuito da minha permanência por aqui, algo que desejo muito. “É pra ti nunca mais ir embora”, brincou, na terça-feira, 22, no programa Terra em Uma Hora, da Rádio Terra FM 105.1, o colega Carlos Roberto de Oliveira, o Carlão, que é natural de Taquari e também já foi agraciado com o título de Cidadão de Venâncio Aires.
A Capital Nacional do Chimarrão, a Folha do Mate e a Terra FM só me dão belos presentes. Minha filha, Lívia, que em setembro de 2021 completará 5 anos, é venâncio-airense. Aqui, juntamente com minha esposa, Cassiane da Silva Rodrigues, conquistei a casa própria. Parece simples, mas não é, ainda mais para quem durante 38 anos viveu de aluguel. Ganhei uma coluna de opinião no principal jornal impresso da cidade e também a oportunidade de participar da programação da rádio mais ouvida do município. Fiz e continuo fazendo amigos, aos montes, pois isso é da minha natureza. Não sei viver sozinho, sou totalmente sociável. Gosto de estar com pessoas, de uma junção para tomar uma cerveja e de confraternizar com uma boa comida. E tudo isso esta cidade está me dando, em que pese a freada nas festas em razão da pandemia de coronavírus. Há muito tempo, Venâncio Aires me acolheu.
No meio de tanta coisa boa, houve um momento de preocupação. Recentemente, acometido pela Covid-19, passei por maus bocados. Com o quadro de saúde piorando, ansioso, 65% dos pulmões comprometidos, sudorético e taquicárdico, precisava de um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Não havia um à disposição no Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) naquele momento, mas quis o destino que, no mesmo dia, quando a equipe médica já considerava uma transferência, viesse a autorização para a abertura da UTI 3, onde fiquei por quatro dias. Além de tudo o que me deu, Venâncio Aires e seus ‘filhos’ me seguraram pela mão e permitiram continuar vivendo. Muitas outras pessoas não tiveram a mesma sorte. Sabem pra quem eu rezei, pedindo restabelecimento? Sabem, né? Estava no hospital com o nome do santo e, da janela de um dos quartos nos quais fiquei, podia ver a igreja, do outro lado da rua. Isso nas poucas vezes que conseguia ficar em pé sozinho. Mas esse momento de tensão, felizmente, passou. Ah, levo sempre comigo, na minha carteira, o ‘santinho’ do Bastião.
E, agora, a Capital do Chimarrão está me adotando. Isso mesmo. Em pesquisas sobre o significado de um título como este, encontrei esta definição. A homenagem equipara a pessoa a uma adoção oficial. Passa a ser um irmão, um conterrâneo, da terra natal. Foi pesquisando que eu me dei conta de que sim, eu sou venâncio-airense. Sou torcedor da Assoeva, do Guarani e tenho forte ligação com a comunidade de Linha Grão-Pará, por conta da convivência com os amigos da Associação Esportiva São Pedro (Assespe), para onde me ‘arrastou’ o Cláudio Weschenfelder, ex-colega de Folha do Mate. Sou entusiasta da Fenachim. Me adaptei ao jeito das pessoas daqui, até com algumas frases características. Uma pena que não vou bem no alemão, caso contrário estaria ainda mais orgulhoso. Tenho dois afilhados de Venâncio Aires: a Maria Alice, filha do Adenilso e da Eliane, e o Rafael, filho do Sérgio e da Débora. Os dois últimos, inclusive, também são padrinhos do meu maior tesouro, a Lívia.
Estou há pouco mais de seis anos na cidade e, se as pessoas que representam a comunidade, como é o caso dos vereadores, entendem que mereço esta distinção, o que posso fazer para agradecer o carinho é me comprometer em continuar levando o nome desta terra por onde vou. Dedicação e atuação de forma exemplar, tanto moral quanto eticamente, também estão entre os compromissos de um cidadão. Espero que meus serviços continuem sendo relevantes para esta comunidade e que eu possa contribuir, o mínimo que seja, para o desenvolvimento da minha – agora também, ao lado de Cachoeira do Sul – cidade natal. Se decidiram que eu mereço, quem sou eu para discordar? Tenham certeza de que vou honrar o nome de Venâncio Aires. Até porque, na minha opinião, não é tão difícil assim. Basta ser uma pessoa honesta, trabalhadora, voluntária e hospitaleira, virtudes que, felizmente, carrego comigo. Assim é povo daqui. ‘Ó, salve Venâncio Aires! Belo recanto do Brasil. Salve a capital do ouro verde. Tua glória é sempre progredir’.