Ruas centrais registram o maior número de acidentes em Venâncio

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A maioria dos acidentes de trânsito, no perímetro urbano de Venâncio Aires, acontece na região central da cidade. Dados do Departamento Municipal de Trânsito atualizados nessa sexta-feira, 6, mostram que a rua Osvaldo Aranha concentra, até o momento, 18% das ocorrências do ano. A rua Tiradentes aparece na sequência, com 10%, e a Júlio de Castilhos na terceira posição, com 6%. Somente neste ano, o departamento já foi acionado para atender 78 ocorrências de trânsito sem vítimas, mas o número é ainda maior se considerar os registros com lesões corporais, isso porque, as ocorrências com vítimas são de competência da Brigada Militar. Dados do primeiro semestre deste ano apontam que a Polícia Militar atendeu 65 ocorrências com lesões corporais no trânsito de Venâncio Aires.

Outro dado do Departamento de Trânsito que chama atenção é que quase 50% dos acidentes de trânsito registrados no perímetro urbano do município, conforme dados coletados até dezembro de 2020, se concentram em um quadrante específico da cidade, ou seja, na área compreendida no sentido Sul-Norte, da Conde D’Eu até a Antônio Carlos e no sentido Leste-Oeste, da Visconde do Rio Branco até a Coronel Agra.

Júlio de Castilhos

Apesar de a Osvaldo Aranha estar no topo do ranking de acidentes de trânsito deste ano, a Júlio de Castilhos era a rua com maior registro de atendimentos de ocorrências até iniciarem as obras de canalização da Corsan. “A partir do momento que começaram os trabalhos nessa rua, aumentaram as ocorrências na Osvaldo Aranha e em seguida na Tiradentes”, observam os agentes de trânsito.
Como a Júlio ficou parcialmente obstruída, os condutores foram forçados a trafegar por outras vias, o que sobrecarregou a Osvaldo Aranha e na sequência a Tiradentes, ampliando esses números. Mas, em tempos ‘normais’, ou seja, sem obras, é a Júlio a principal preocupação no trânsito da região central.

Mão dupla x mão única na Júlio

Das três principais ruas do Centro da Capital do Chimarrão, a Júlio é a única com duplo sentido de tráfego. A Osvaldo Aranha tem apenas sentido Sul-Norte e a Tiradentes tem o fluxo contrário: Norte-Sul. Além disso, a Júlio dá acesso a duas vias que ligam inúmeros bairros do município, a Armando Ruschel e a General Osório, formando uma espécie de ‘U’, um corredor que liga bairros e a região central.

Para o engenheiro civil aposentado da Prefeitura de Venâncio Aires, Gerson Cardoso de Campos, que participou de diversos debates sobre o trânsito de Venâncio Aires nos anos 1990 e 2000, o sistema binário é a alternativa para melhorar o trânsito de Venâncio Aires, especialmente na Júlio de Castilhos. O binário de trânsito consiste em transformar vias de mão dupla em ruas de sentido único, buscando melhorar o uso do espaço da via e reduzir conflitos entre veículos, pedestres e ciclistas.
Segundo Campos, esse modelo é adotado em grandes centros urbanos e pode garantir um trânsito mais seguro e com maior fluidez. “Com esse sistema, se reduziria significativamente o número de acidentes, pois em uma via de mão única, o motorista tem apenas uma via para monitorar, o que facilitaria, inclusive, as travessias. Pela lógica, se temos a Tiradentes que sobe, a Osvaldo Aranha que desce, a Júlio deveria apenas subir, no mesmo sentido da Tiradentes”, sugere.

A mão única, na avaliação do Departamento de Trânsito, também é uma alternativa importante para reduzir acidentes. Isso porque, eliminando um sentido na via, consequentemente se reduziria o risco de colisão. Em um cruzamento, por exemplo, com duas vias com fluxo em todos os sentidos, os pontos de conflito são quatro. Ao tornar uma dessas vias de mão única, seriam somente três pontos. Em números, conforme o órgão, é possível projetar uma diminuição de 25% dos riscos nesse ponto.

Conforme o prefeito de Venâncio Aires, Jarbas da Rosa, uma comissão já trabalha na discussão de melhorias para o trânsito de Venâncio Aires. Segundo o gestor, há um estudo que foi debatido anos atrás, no governo do ex-prefeito Airton Artus, e a proposta é voltar a debatê-lo. O que se analisa é se ainda é possível aproveitá-lo ou seria necessário um novo projeto para o trânsito local. “Tivemos o aumento de milhares de veículos nesses últimos anos. Diante dessa nova realidade, precisamos atender algumas demandas, especialmente voltadas à pavimentação, para então implementar mudanças no fluxo”, destaca o chefe do Executivo.

Na última semana, a Prefeitura confirmou projeto de capeamento asfáltico para a rua Ruperti Filho. O asfaltamento da avenida, que fica na quadra paralela à Júlio, no sentido Leste-Oeste, é uma das alternativas para desafogar o movimento das vias centrais. Pelo projeto, a Avenida seguirá tendo o canteiro central para dividir o fluxo dos veículos que ‘sobem’ ou ‘descem’. A novidade será a construção de uma ciclovia.

Rótulas da Júlio de Castilhos

Foi o movimento da via, especialmente nas chamadas ‘horas de rush’, que levou o Município a construir duas rotatórias na Júlio de Castilhos. Uma fica localizada na esquina com a rua Jacob Becker (onde era a antiga rodoviária) e outra no entroncamento com a Armando Ruschel e a Marechal Floriano. O objetivo principal foi aumentar a segurança no trânsito e diminuir a velocidade dos veículos. Para o Departamento de Trânsito, as rótulas melhoram a organização do tráfego.

O órgão municipal orienta os condutores, ao se aproximarem da rotatória, a terem calma, bom senso e cuidado. A preferência é de quem está na rótula fazendo a manobra. Sobre o desempenho dos motoristas no uso da rótula, o departamento avalia que a compreensão da dinâmica do fluxo surpreendeu positivamente. “Raríssimas são as ocasiões em que se formam congestionamentos nesses locais depois da instalação dos dispositivos”, observam os agentes de trânsito.

Cinco dicas para evitar acidentes
• Fique atento às sinalizações
• Controle a velocidade
• Obedeça uma distância segura entre os veículos
• Utilize setas e o pisca de alerta
• Respeite a faixa de pedestre

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Letícia Wacholz

Letícia Wacholz

Atua há 15 anos na Folha do Mate e desde 2015 é editora da Folha do Mate. Coordena a produção jornalística multiplataforma do grupo de comunicação. Assina a coluna Mateando, a página 2 do jornal impresso.

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