O período de safra altera a movimentação nas indústrias, com o aumento de trabalhadores nos meses de janeiro a outubro. O mês certo de início e fim da safra muda a cada ano e depende do volume de produção.
Segundo dados da Secretaria Municipal da Fazenda, o setor tabacaleiro corresponde a 53,19% da economia do município. O faturamento em 2019 foi de R$ 3.237.761.398,05. No entanto, o impacto na economia é muito maior, já que, além dos produtores e das indústrias que atuam diretamente com o tabaco, a demanda aumenta, principalmente, para empresas do ramo de transporte, alimentação e manutenção de maquinário industrial, além de movimentar bares, restaurantes e lancherias no entorno das empresas.
No ramo de mobilidade, de acordo com o proprietário da Chimatur Transportes Coletivos, Adalberto Hamester, cada safra tem suas particularidades quanto ao aumento de passageiros, mas em todos os anos são feitas rotas extras a pedido das empresas e horários especiais dos urbanos. “Normalmente, as empresas nos procuram no final de fevereiro e informam as demandas de cada horário”, explica. Os ônibus da Chimatur circulam das 6h às 20h, mas nos períodos de safra são oferecidas rotas a partir das 4h, por exemplo, conforme a necessidade de cada empresa.
FACILIDADE
Leci Renz Kaulfuss, 56 anos, atua como safreira na Alliance One e utiliza o transporte coletivo. Esta é a 11ª safra dela, que começou a trabalhar no dia 7 de janeiro e deve ir até julho, podendo o contrato ser renovado por mais um mês. “O ônibus facilita muito, às vezes vou a pé mas é longe pra vir”, diz a moradora do Acesso Imperatriz Dona Leopoldina, que embarca e desembarca em uma parada a uma quadra de sua casa.
A diária de Leci começa às 7h e o ônibus passa 20 minutos antes na parada. Já para o retorno para casa é na rota que sai da empresa às 17h26min. “Eu começo um pouco mais cedo porque fico no almoxarifado, de tarde saio antes e vou no ônibus com o pessoal que trabalha até 17h18min”, explica.
De manhã, o café é por conta da empresa e, ao meio-dia, tem uma hora de intervalo e almoça no refeitório da indústria. “A comida é boa e em casa nunca teria três tipos de salada e fruta todos os dias pelo preço que cobram”, comenta.
A safreira atua como serviços gerais e gosta muito do trabalho. “Já estou aposentada, mas gosto de trabalhar. A gente faz muitas amizades e o dinheiro a mais sempre ajuda”.