Mesmo com as atividades econômicas atingidas por causa da pandemia de Covid-19, a agência da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS) e do Sistema Nacional de Empregos (Sine) de Venâncio Aires registrou queda no encaminhamento de seguro-desemprego no primeiro semestre de 2020, comparado com o mesmo período dos últimos cinco anos.
De acordo com o coordenador da unidade, Adriano Costa, em 2016, no primeiro semestre, foram protocolados 1.416 pedidos de seguro-desemprego. Em 2017, no mesmo período, foi registrado um pequeno aumento, com 1.497 encaminhamentos. Em 2018, foram 1.579 solicitações nos primeiros seis meses. No ano passado, no primeiro semestre, chegou-se a 1.609 pedidos – o maior dos últimos cinco anos. Neste ano, de janeiro até o fim de junho, foram 1.387 encaminhamentos de seguro-desemprego protocolados – uma queda de quase 14% com relação ao mesmo período do ano passado.
Esse levantamento é apenas dos encaminhamentos feitos presencialmente na agência, mas leva em conta, também, a microrregião. “O Sine atende Mato Leitão também e, agora, que algumas agências estão fechadas e com horários reduzidos, temos demanda de Lajeado, Cruzeiro, Passo do Sobrado e outros municípios”, esclarece.
Por causa disso, Costa acredita que o número de desempregados em Venâncio Aires é ainda menor. Ele lembra que, neste ano, em Mato Leitão, a empresa Beira Rio fechou, após sofrer um incêndio, e demitiu centenas de funcionários. “Só neste situação da Beira Rio já se soma mais de 350 pessoas.”
O coordenador da agência FGTAS/Sine reforça que a diminuição dos encaminhamentos de seguro-desemprego é consequência de diversos fatores, entre eles, o fato de que o país já passava por uma crise econômica e os quadros de funcionários das empresas já estavam reduzidos. “Nas cidades menores, a situação é diferente, porque em alguns lugares o atendimento passou a ser só on-line. Aqui nunca deixamos de atender presencialmente e isso que soma aos dados”, observa Adriano.
Outra questão destacada por ele é que as empresas locais não paralisaram por muito tempo durante a pandemia, e, as que precisaram parar, suspenderam contratos ou reduziram carga horária e salários. “Sempre orientamos as empresas a não encerrarem as atividades, procurarem outras formas. No meio da pandemia tem opções que auxiliam os dois lados, tanto o empregado como o empregador, como reduzir, suspender o contrato por um mês, tudo para evitar demissões”, salienta Costa.
“Mesmo depois da pandemia, a expectativa é que fique neste média, pois esperamos que as empresas procurem fazer acordos para manter os funcionários.”
ADRIANO COSTA
Coordenador do Sine de Venâncio Aires
A agência do Sine tem o encaminhamento de seguro-desemprego como principal serviço. No entanto, nos últimos dois meses, as vagas de emprego estão sendo mais demandadas. Além disso, o Sine oferece auxílio para criação e impressão de currículos.
COMO ENCAMINHAR O SEGURO-DESEMPREGO?
- É necessário ter uma demissão sem justa causa.
- Se for o primeiro encaminhamento, é preciso ter 12 meses de carteira assinada nos últimos 18 meses, o que não precisa ser na mesma empresa. Na segunda vez, é preciso ter, pelo menos, nove meses de carteira assinada no último ano, o que não precisa ser na mesma empresa. Mas a partir da terceira habilitação do seguro, é necessário ter seis meses consecutivos na mesma empresa.
- A pessoa não pode encaminhar o seguro-desemprego mais que uma vez no período de 16 meses.
- A resposta é imediata sobre a aprovação e valor. O valor varia conforme o salário: o mínimo recebido é R$ 1.045 e o máximo R$ 1.815, por mês. O período de recebimento do seguro-desemprego varia de um a cinco meses.
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Seguro-desemprego
Encaminhamentos no Sine no primeiro semestre:
Ano Seguro/desemprego
2016 1.416
2017 1.497
2018 1.579
2019 1.609
2020 1.387