Trabalhos como doula, educadora perinatal e placenteira ganham destaque

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O encanto pelo mundo da maternidade despertou a curiosidade da técnica em Enfermagem Camila Machado de Souza, 32 anos em buscar mais conhecimento sobre a área. Antes da chegada do filho, Pedro, hoje com 5 anos, a venâncio-airense já fazia coleção de livros sobre humanização e outras técnicas de parto natural. Com o desejo de aprender ainda mais, Camila fez o curso de Medicina da Placenta, que envolve desde a medicina até as artes, e de doula (mulher que auxilia no trabalho de parto), além de outros cursos livres na área da maternidade.

Após a qualificação, começou a fazer pintura gestacional, também conhecida como ultrassonografia natural. “É uma pintura que expressa todo o sentimento envolvido da gestante, antes da chegada do bebê. Primeiro, converso com a mãe para entender todas as sensações, aplico técnicas para saber a posição do bebê, faço massagens de relaxamento para, depois, iniciar o processo de pintura, com tinta facial”, explica. A técnica de pintura na barriga da gestante leva, no máximo, 40 minutos para ser concluída.

Segundo a doula, este método é bastante solicitado nos chás de fralda, de bençãos e de revelação do sexo do bebê e nos ensaios fotográficos de gestantes. Além das pinturas gestacionais, Camila elabora esculturas em gesso, que também são chamadas de esculturas em família ou arte em gesso. As esculturas, geralmente são de pezinhos e mãozinhas dos bebês, que são reproduzidos em quadros ou objetos de decoração. “Após o quinto dia de vida do bebê, é feito um molde do pezinho ou mãozinha para serem reproduzidas em gesso”, afirma.

Camila comenta que, em algumas situações, como de perda ou superação, é preciso conter a emoção ao realizar este trabalho pois, em cada momento, há uma história de vida. “As esculturas têm um custo, mas o valor que há por trás de tudo isso é muito maior”, conta a profissional.

Placenteira

Em 2019, Camila realizou o curso de Medicina da Placenta, em Santa Catarina. Com isso, ela aprofundou os estudos sobre os benefícios da placenta, o órgão desenvolvido pelas mulheres durante a gestação para gerar o bebê. As placenteiras manipulam a placenta, que pode ser transformada artesanalmente em cápsulas, por exemplo, e consumida pela mulher após o parto. A prática é comum em outros países e é utilizada como forma de aliviar sintomas de depressão pós-parto, aumentar a produção de leite e repor nutrientes perdidos durante a gestação.

Contudo, para realizar este trabalho, é preciso estar de acordo com as normas de segurança e protocolos. “Os interessados em levar a placenta para casa podem solicitar um termo, para que ela seja armazenada e disponibilizada à família. O processo é bem criterioso, pois é preciso armazenar corretamente a placenta, que só pode ser manipulada, no máximo, após 24 horas se refrigerada, ou seis meses se congelada adequadamente”, explica.

Atualmente, ela faz a manipulação de óleos terapêuticos e tinturas à base de placenta ou cordão umbilical para o bebê. Neste caso, o processo artesanal não necessita de equipamentos, como a desidratadora, por exemplo.

Camila afirma que, em Venâncio Aires, ainda não há esta tradição mas ela acredita que, se houver mais divulgação e acesso à informação, esta medida poderá ser adotada. “A manipulação da placenta ainda é muito discriminada, não só na nossa região mas no estado”, observa Camila, que participa do grupo Placenteiras do Brasil e Segredos da Placenta.

    

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