Na tarde de 25 de janeiro, o Esporte Clube Guarani realizou, no gramado do Edmundo Feix, o jogo-treino contra o Floriano, de Bom Retiro do Sul. Foi a primeira apresentação do rubro-negro na preparação para a Divisão de Acesso 2020. Ainda na primeira etapa, o técnico Chicão teve uma baixa na equipe. O zagueiro Lucão sentiu um estalo no joelho esquerdo e teve que ser substituído. Exames diagnosticaram uma lesão do ligamento cruzado colateral e menisco. A cirurgia foi realizada esta semana. Jogador ficará afastado dos gramados por mais seis a oito meses.
Lucas Matheus da Silva Nascimento, 20 anos, zagueiro canhoto e natural de Recife, capital de Pernambuco, foi lançado pelo técnico Chicão como titular logo no primeiro teste do ano. Na reta final do primeiro tempo, num lance sem contato com o adversário, o atleta girou o corpo para o recuo da bola para o goleiro. “Foi quando ouvi o estalo. Um lance bobo. Deixei o gramado, fiquei mais alguns instantes no clube e fui para casa. À noite o joelho inchou para valer. Fui para o hospital mas não tinha o que fazer. Na semana seguinte realizei a ressonância. Exame apontou a lesão avaliada como altamente delicada”, conta o jogador.
“O complicador de tudo foi que logo em seguida começou essa pandemia. Assim como houve o recuo e o comércio em geral foi aos poucos parando, diminuía minha esperança de realizar a cirurgia pois a isso estava aliada a questão de suspensão de várias cirurgias e a minha estava, infelizmente, nessa lista. Realmente foram diversas as dificuldades encontradas para o processo”, revela. Diante do ‘pico’ da pandemia o campeonato parou. “Os atletas foram liberados e voltaram para suas casas. Eu acabei ficando porque na minha cidade natal estava alto o índice de pessoas infectadas com o coronavírus. Foi angustiante toda essa espera. Foram mais de quatro meses até surgir uma luz no fim do túnel”, declara o atleta.
Na terça-feira, 16, o médico ortopedista e traumatologista com especialização em cirurgia de joelho, Roberto Deves Viana, realizou o procedimento cirúrgico no Hospital São Sebastião Mártir. Na manhã do dia seguinte, Lucão recebeu alta hospitalar.
Família que acolheu Lucão
O único atleta do Guarani ainda em Venâncio Aires foi acolhido pela cozinheira Cléria Theisen. “Brinco com ela, mas verdadeiramente é minha segunda mãe. Abriu as portas da sua casa nesse momento, digamos, bastante delicado para mim. Não está sendo fácil, longe da família, eu desse jeito. Tudo muito complicado alguém de lá vir para cá ou então eu pensar em voltar. Acima de tudo tenho fé que vou me recuperar. Vou dar a volta por cima”, enfatiza.
Arthur, filho da cozinheira Cléria, é quem passa boa parte do tempo com Lucão. Sentado no sofá, o jogador realiza sessões de gelo. “Tem toda uma medicação a ser seguida. Coloco a tala na perna para dormir. O Arthur me ajuda e muito. Assim vou até dia 7 de julho quando tenho consulta com o doutor”, explica.
Depois da primeira avaliação é que Lucão poderá iniciar a série de fisioterapia e fortalecimento.
Conforme ele, a tendência é ficar em Venâncio pelo fato do melhor acompanhamento médico. Lucão tem a consciência que ficará afastado dos gramados neste ano. “Vou seguir à risca todo procedimento de recuperação. Pretendo voltar a fazer o que mais gosto em fevereiro de 2021, em meio à pré-temporada quem sabe aqui mesmo no Guarani”, diz.
A trajetória
- Lucão iniciou a carreira em 2015 na categoria de base do Sport. Jogou no Santa Cruz em 2016 e no Náutico, em 2017.
- O final da temporada se transferiu para o Juventude, de Caxias do Sul, onde jogou por dois anos.
- Em 2019 disputou a Divisão de Acesso pelo Lajeadense.
- No final da temporada, o empresário Eliomar Marcon acertou sua vinda para o Guarani.