A auxiliar de produção Fábia da Silva Jochan, 39 anos, não precisa nem pensar muito para dizer os produtos que fizeram a conta do supermercado pesar, nos últimos meses. “Subiu bastante o preço do arroz, óleo, feijão e da carne. Frutas e legumes também tiveram um aumento”, cita a moradora do bairro Aviação.
Os itens elencados pela consumidora estão, de fato, entre os que mais tiveram elevação de preço significativa desde agosto. O último levantamento realizado pela Folha do Mate em três supermercados de Venâncio Aires, na manhã de ontem, aponta um acréscimo de quase 12% no preço da lista de 38 produtos pesquisados mensalmente. Atualmente, é preciso desembolsar R$ 322,04 para adquirir os itens. Há três meses, o custo era de R$ 288,43.
Entre os artigos que tiveram a maior majoração no período estão o óleo de soja (75%), tomate (72%) e arroz (69%). “São coisas básicas, que usamos muito no dia a dia, e é difícil reduzir o uso”, observa Fábia.
Na casa dela, a mãe cozinha para Fábia e os dois filhos. “Almoçamos entre quatro, todos os dias. Só meu marido que não vem para casa ao meio-dia. Para reduzir os gastos, procuro quanto tem ofertas e também buscamos variar os alimentos na hora de cozinhar”, explica a consumidora que, antes, comprova seis litros de óleo por mês e, agora, reduziu para quatro.
No comparativo com novembro do ano passado, o aumento do preço médio da lista de compras pesquisada pela Folha do Mate é de 26%. No mesmo período de 2019, o custo dos produtos era de R$ 254,63. A alta registrada neste mês é a sétima deste ano, sendo a terceira consecutiva. Com relação ao preço do mês passado, a elevação é de 1,8%.
Óleo de soja registra o maior aumento
Na lista de 38 itens de supermercado cujos preços são pesquisados, mensalmente, pela Folha do Mate, o óleo de soja é o produto que mais subiu.
Entre agosto e novembro, a alta foi de 75%. Conforme pesquisa realizada na manhã de ontem, o preço médio do litro é de R$ 8,18. O valor mais alto registrado em um dos supermercados foi de R$ 8,59.
Além do preço alto, alguns estabelecimentos têm trabalhado com restrição no número de litros que podem ser adquiridos por cada cliente. Em dois dos supermercados visitados pela reportagem, a compra fica limitada a seis litros.
A elevação no custo do óleo de soja está relacionado a fatores como a queda na produção do grão no país, em virtude da estiagem que afetou a safra anterior. Ao mesmo tempo, é influenciado pela crescente demanda no exterior. Como boa parte da soja brasileira está sendo exportada, especialmente para países asiáticos, o produto está faltando no Brasil.
No caso do arroz, uma maior demanda de consumo, a queda na produção e o aumento das exportações estão entre os aspectos que explicam a elevação do preço.
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