(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

Segundo relatório da empresa especialista em tecnologia móvel Upstream, 16% dos dispositivos móveis em países emergentes, como Brasil, Indonésia e Tailândia, se encontram infectados por um malware. Entre os brasileiros, um a cada 8 aparelhos apresenta pelo menos um aplicativo malicioso.

As informações foram divulgadas no documento “A Pandemic On Mobile – Mobile Ad Fraud and Malware” (“Uma pandemia nos celulares – Fraudes e Malware de publicidade em dispositivos móveis”, em português), no qual a companhia trouxe dados coletados por sua plataforma antifraude Secure-D, responsável por processar 1 bilhão de transações móveis para 35 operadoras de celular em 23 mercados emergentes.

No relatório, a Secure-D afirma ter detectado 46 mil aplicativos maliciosos em circulação, levando, no mundo, 95% das transações feitas na plataforma a serem bloqueadas. Em relação aos aparelhos, estima-se que um a cada seis no planeta tenha pelo menos um aplicativo infectado – sendo a infecção grave em quase 3% de todos os celulares do globo.

Um exemplo de aplicativo apontado como malicioso é o “Best QR Code Scanner”, que até pouco tempo estava disponível na Google Play Store. De acordo com a Upstream, a aplicação conseguiu realizar, em um mês, quase 16 mil tentativas de transações fraudulentas na plataforma partindo de um único celular no Brasil.

Brasil é um dos maiores afetados

Dos países analisados pela pesquisa, o Brasil se situou em segundo lugar entre os mais afetados, com 96% de todas as transações móveis no serviço sendo classificadas como fraudulentas, perdendo apenas para a Indonésia, onde a cifra foi de 99%.

A empresa avalia que esses números sejam representativos de algumas tendências predominantes nesses países, como a dependência dos aparelhos móveis para se ter conexão à internet e a inexperiência dos seus usuários.

Conforme assinala, nessas regiões, muitas pessoas não têm acesso a contas bancárias e acabam dependentes do uso de celulares para pagar as contas. Além disso, devido à falta de boas infraestruturas de rede e preços acessíveis, muitos não adquirem vivência online suficiente para escapar aos riscos da internet e se tornam alvos fáceis – eis o motivo de as taxas de infecção serem tão altas.

Prevenção e atenção são cruciais

Para prevenir esses problemas de segurança digital, os especialistas recomendam que os usuários sejam sempre cautelosos com suas atividades na rede. Prevenção, afinal, é o melhor remédio.

O primeiro conselho, neste sentido, é dar preferência ao download de aplicativos diretamente na Google Play, já que, como evidenciado pelo relatório da Upstream, mais de 70% dos programas considerados perigosos foram baixados em outras plataformas menos confiáveis.

Outro ponto a se considerar são as redes às quais os usuários se conectam. Muitas vezes, para evitar os custos dos dados móveis, as pessoas se sujeitam a redes Wi-Fi gratuitas de espaços públicos, como shopping centers, restaurantes e hotéis. Isso é um terrível erro.

Esses hotspots são os alvos preferidos de hackers e golpistas por serem fáceis de invadir e darem acesso a inúmeras vítimas distraídas. Uma vez conectados a essas redes, os dispositivos podem receber malware, ter seus dados roubados, entre outros – por isso é essencial ter cuidado. Caso seja necessário utilizar o Wi-Fi público, recomenda-se o uso de uma VPN.

Para quem ainda não sabe o que é VPN, o termo se refere a uma ferramenta de segurança digital que criptografa o tráfego de navegação do usuário e deixa sua conexão mais segura e privada. Com ela, então, é possível acessar a internet de forma protegida e livre de ataques de hackers mesmo quando conectado a uma rede vulnerável.

Uma terceira questão diz respeito ao uso de aparelhos móveis para transações financeiras. Embora seu uso seja prático e conveniente, aplicativos de bancos e similares podem trazer muita dor de cabeça se não utilizados da maneira correta.

O conselho geral é manter esses programas sempre atualizados para ter máximo nível de segurança e nunca os abrir quando conectado a uma rede pública sem a proteção de uma VPN.

Além disso, investir em bons aplicativos de defesa, como antivírus e anti-spam, pode ser uma boa estratégia para verificar a segurança geral do aparelho antes de se engajar em qualquer transação sensível.

Em suma, como pontuam os especialistas, a maior arma contra grande parte dos crimes cibernéticos é o olhar atento dos usuários. Indivíduos prevenidos, afinal, são indivíduos seguros.

LEIA MAIS:

notícias variedades Folha do Mate