Adubação verde garante a proteção do solo e mais qualidade na produção de tabaco

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O tabaco é a principal fonte de renda na propriedade dos Vogel, em Linha Isabel há mais de três décadas. Nos últimos seis anos, a família tem realizado a adubação verde na lavoura e percebido as vantagens da prática de conservação do solo. Após a colheita e a retirada as socas, são semeados milheto e crotalária nos próprios camalhões. Essa cobertura protege a terra, as raízes ajudam a absorver a água e, quando apodrecem, se transformam em nutrientes para o solo.

Além dos benefícios ambientais, a técnica conservacionista garante mais qualidade na produção. “Quando vamos plantar percebemos que a terra é bem mais fofa, é bom de trabalhar. E o resultado é um fumo bem mais bonito e limpo”, afirma Clécia Vogel, 55 anos.
O marido, Nestor Vogel, 54 anos, e o filho Anderson, 33 anos, também citam a redução da quantidade de adubo químico como uma vantagem do uso da cobertura vegetal. “Antes plantávamos milho depois de colher o fumo, para ter uma renda extra, mas acabávamos perdendo no fumo”, observa Anderson.

Marcelia, Anderson, ,Clécia e Nestor, com orientador agrícola da CBT, Cássio Francisco Kist, e o coordenador de Agronomia, Ciro Pereira (Foto: Juliana Bencke/Folha do Mate)

“Fomos fazendo testes e reduzindo a área do milho aos poucos. Com a adubação verde conseguimos um resultado melhor”, complementa Nestor. Atualmente, a adubação verde é utilizada em torno de 90% da área dedicada ao cultivo dos 65 mil pés de tabaco.
Há 10 anos, a família é integrada à China Brasil Tabacos (CBT) e tem recebido o incentivo da empresa para realizar ações para conservação do solo. “O importante é não deixar o solo desprotegido”, ressalta o coordenador de Agronomia da CBT, Ciro Pereira.

Ele explica que a cobertura com espécies como crotalária e ervilhaca ajuda a proteger o solo, independentemente da condição climática. Na seca, auxilia a manter a umidade. Em situações de muita chuva, impede que o solo seja carregado, evitando a erosão. O produtor Nestor Vogel confirma esse benefício. “Antigamente tinha muita erosão e hoje já não acontece”, compara.

Físico, químico e biológico

O coordenador de Agronomia da CBT, Ciro Pereira, explica que a conservação do solo abrange condições físicas, químicas e biológicas. O uso de espécies como crotalária e milheto para cobertura de verão, ou da aveia, para o inverno, contribuem para a descompactação do solo (aspecto físico) e correção de calcário (químico). Além disso, no aspecto biológico, as raízes das plantas liberam nitrogênio e fornecem micronutrientes que o solo precisa.



Juliana Bencke

Juliana Bencke

Editora de Cadernos, responsável pela coordenação de cadernos especiais, revistas e demais conteúdos publicitários da Folha do Mate

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