Um susto. O dia 1º de julho de 2022 jamais será esquecido pela família de Wésley Wiliam da Silva, 15 anos. O garoto, que é estudante do 9º ano da Escola Estadual de Ensino Médio Wolfram Metzler, vivia normalmente quando foi surpreendido com uma situação que ninguém deseja passar.
Enquanto aproveitava o intervalo das aulas em uma sexta-feira pela manhã com os amigos, o jovem que estava correndo e brincando, simplesmente caiu no chão e ficou desacordado. Quem estava próximo, não entendeu nada e pensou que tinha batido a cabeça e, com o impacto, tivesse desmaiado. Mas não, Wésley estava tendo uma parada cardiorrespiratória.
Os primeiros anjos do jovem estavam na própria escola e foram os professores Eduardo Moraes e Maira Lopes e o funcionário e ex-diretor da escola, Arno Romeu Rodrigues Junior. Por sorte, estas três pessoas tinham noções de primeiros socorros e conseguiram se dar conta de que o jovem estava infartando, para iniciar os procedimentos de respiração boca a boca e a massagem cardíaca.
Enquanto tentavam reanimar o jovem, os pais foram comunicados de que o filho teria caído e que precisavam ir até a escola. Moradores de Linha Canto do Cedro – localidade que fica a cerca de seis quilômetros da instituição – o pai André Luis da Silva, e a madrasta Roselete Schwingel, ambos com 47 anos, não imaginavam a dimensão de tudo até chegarem no estabelecimento de ensino e se depararem com a presença das equipes do Corpo de Bombeiros e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). “Na hora, o desespero foi grande. Quando chegamos tinha professores ao lado, ajoelhados, rezando para que o Wésley voltasse à vida”, conta a madrasta.
Todo o processo durou cerca de 40 minutos, até que, após dois choques com desfibrilador, o jovem voltou a respirar, ainda na escola. Após, ele foi levado até o Hospital São Sebastião Mártir (HSSM). Wésley ficou em coma induzido na emergência, em observação, até perto das 17h do mesmo dia, quando conseguiu um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no Instituto do Coração, em Porto Alegre. Lá ficou cinco dias e foi liberado na quarta-feira, 6 de julho, após a colocação de um aparelho no coração chamado de cardioversor-desfibrilador implantável (CDI). “No fim descobrimos uma má formação no coração dele, que gerou todo esse problema que culminou no infarto”, explica o pai.
“O que mais ajudou o Wésley foi ter recebido esse atendimento preciso e rápido do pessoal da escola, primeiramente. Quando acontecem essas coisas que percebemos como é importante todos terem esses treinamentos e uma preparação. Um médico nos disse que, dentre 100 pessoas, uma consegue escapar dessa situação sem sequelas.”
ANDRÉ LUIS DA SILVA
Pai de Wésley
Recuperação
O retorno de Wésley para a escola foi rápido. No dia 14 de julho foi visitar a instituição, ainda em processo e recuperação e recebeu uma festa surpresa da turma que comemorou sua vida. A volta para a sala de aula foi na segunda-feira, dia 18. “Foi emocionante voltar, todos me reconheciam, sabiam quem eu era e perguntavam se eu estava bem”, menciona o jovem.
Visitas importantes também foram feitas para agradecer, um a um, todos os profissionais que auxiliaram no atendimento do Wésley. “Primeiro agradecemos muito a Deus, e depois às pessoas que foram anjos na vida do Wésley. Cada visita foi muito emocionante”, enfatiza Roselete.
Agradecimentos
• A família faz questão de agradecer cada profissional que se envolveu no salvamento da vida de Wésley. Na equipe do Corpo de Bombeiros, estavam os sargentos Araújo e Moscardini e os soldados Braseiro e Kroth. Enquanto que a equipe do Samu era composta no dia pelos motoristas Jefferson Machado e Francisco Pereira (que levou Wésley, mais tarde para a UTI em Porto Alegre), as enfermeiras Cátia Carvalho e Rosane Ferreira, e o médico Omar Mueller.