A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) ainda depende do complemento da equipe médica para começar a funcionar. A informação foi atualizada pelo administrador da casa de saúde, Luís Fernando Siqueira, durante entrevista ao programa Terra em Uma Hora, da Rádio Terra FM, ontem. Segundo ele, uma empresa foi contratada para gerenciar a escala, mas a dificuldade de encontrar profissionais da área disponíveis no mercado continua e vai adiando a operação.
De acordo com Siqueira, há condições para que o setor passe a funcionar a qualquer momento, mas não é possível prever uma data para o início do serviço. “A UTI está aberta, os testes e treinamentos estão acontecendo. O que falta, na verdade, é a chegada de pacientes e, enquanto isso, estamos nos preparando para a hora de iniciar o atendimento”, explicou. O administrador ressaltou que a UTI é uma referência para todo o Rio Grande do Sul e que, quando estiver com sua capacidade esgotada, serão 10 pacientes internados e 10 acompanhantes. “Na UTI Pediátrica, é obrigatório um familiar, um acompanhante. Por isso temos poltronas confortáveis e precisamos dar atenção também a estas pessoas”, salientou.
Em relação a valores, Siqueira disse que o custo mensal para manutenção da UTI Pediátrica vai ser de R$ 604 mil. Deste montante, ele estima que R$ 160 mil devem ser repassados pelo Ministério da Saúde e outros R$ 40 mil devem ficar por conta do Governo do Estado. O resto, pouco mais de R$ 400 mil, fica por conta da Prefeitura. “Este é o tamanho da parceria da Administração de Venâncio Aires com o hospital. É impressionate”, reconheceu.
Embora o Executivo tenha se disponibilizado a bancar o valor para a abertura do setor, o administrador afirmou que foi estipulado um teto para a contratação de profissionais e que as partes não irão agir com “insensatez ou irresponsabilidade”. Conforme ele, mesmo com os valores inflacionados em relação aos pediatras, “não vamos passar do orçamento acordado”.
Risco
Siqueira admitiu que há o risco de a empresa contratada para fechar a escala médica para a UTI desistir do serviço, mas que mesmo com a dificuldade de encontrar profissionais, a medida não foi ventilada até o momento. “Não posso dizer que não há risco. Ele existe, mas temos um contrato e não temos plano B. É a mesma empresa que presta serviços a hospitais de Lajeado e Santa Cruz do Sul e acreditamos que as coisas vão terminar bem”, comentou. O administrador declarou ainda que a UTI Pediátrica do HSSM está entre as melhores do Rio Grande do Sul. “Pode ter alguma igual à nossa, mas melhor não existe. Tudo o que temos aqui é de ponta, de muita qualidade e o que há de melhor no mercado”, concluiu.
Mais hospital
Durante a entrevista concedida à Rádio Terra, Luís Fernando Siqueira falou também sobre outros assuntos relacionados ao HSSM. Disse que a instituição de saúde opera atualmente com déficit entre R$ 600 mil e R$ 700 mil mensais. “Nós atendemos 85% pelo SUS (Sistema Único de Saúde), e o SUS remunera 70% do custo. Então, não há como fugir disso. A situação é preocupante, claro, mas podemos dizer que a nossa situação é até privilegiada se compararmos a outras casas de saúde”, argumentou.
Sobre o serviço de ressonância magnética, inaugurado recentemente no Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) do HSSM, o administrador informou que o funcionamento está em ordem, mas destacou um obstáculo que, na sua opinião, precisa ser superado: “A Unimed oferece o serviço em Santa Cruz do Sul e Lajeado e, ao analisar a demanda, até agora não sinaliza a necessidade de credenciar a ressonância aqui em Venâncio Aires. No entanto, acreditamos que em algum momento isso vai acontecer, pois será mais cômodo para os moradores daqui que têm o plano”.