Primavera: interior e Centro de Venâncio em evidência com o colorido das flores

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Novos aromas estão pelo ar. As paisagens ganham novas cores. E os pássaros voam soltos e cantam alegremente no topo das árvores. Ela chegou. Na quinta-feira, 22, às 22h04min, iniciou o período mais florido do ano: a primavera.

Para muitos, esta é a estação mais bonita do ano. E não é diferente para Selmira Ertel Vogel, de 68 anos. Moradora de Linha Sexto Regimento, ao lado do esposo, Astor Vogel, de 65, ela cultiva um jardim com dezenas de espécies diferente de flores.

“Isso está em mim, é meu dom”. É assim que a aposentada significa a relação com as flores, que iniciou ainda na infância. “Primeiro eu tinha um jardim pequeno, quando ainda morava com meus pais. Depois que nos casamos, fomos morar em Sexto Regimento Baixo. Aí tinha um espaço um pouco maior para eu plantar minhas flores”, relata.

A propriedade atual, onde vive há 44 anos ao lado do marido, foi o local propício para expandir o espaço para as flores. “Primeiro tinha poucas. Só que com o tempo eu fui cultivando, fazendo mudas e hoje é isso que temos”, diz.
A aposentada afirma que há tanta variedade e quantidade por conta das trocas de mudas entre vizinhos e por comprar quando sabe que não tem uma cor ou espécie. “Eu aprendi a fazer as mudas e plantar no tempo certo. Por isso que eu digo: aqui tem flores o ano inteiro. Tem que saber cuidar. E, quando estou na cidade, passo por uma floricultura e vejo que eu não tenho um determinado tipo, eu compro”, completa.

Selmira cultiva diversas espécies de flores. (Foto: Roni Müller/Folha do Mate)

Cuidado

O casal dedica tempo aos afazeres. Divididos entre a agricultura e as flores, Vogel é o responsável pela colheita dos produtos que plantam para consumo próprio e as demais produções. “Eu deixo as flores para ela. Fico com a agricultura”, salienta. Já Selmira dedica um tempo especial, especificamente após o meio-dia, para dar atenção aos ‘xodós’. “Abro a janela de manhã bem cedinho. Vem um cheiro tão gostoso, uma vista tão bonita. Aí depois do almoço venho para o jardim. Tiro o ‘inço’, coloco adubo e arranco o que não está mais bonito. E converso. Caminho pelos trilhos e converso com a flores. Dizem que elas sentem”, acredita.

Ainda, há uma separação para cada tipo: em uma parte do jardim estão as flores com espinhos, outras sem espinhos e as flores menores, e as orquídeas – que são mais frágeis – estão em uma espécie de viveiro, que pode ser coberto no inverno, para que não pegue tanto frio. “Não preciso correr atrás das borboletas, elas vêm até mim”, é a definição da aposentada para a quantidade de insetos e pássaros que passeiam pelo colorido das espécies ao longo da propriedade.

“Em casa que tem flor, tem amor.”

SELMIRA ERTEL VOGEL

Aposentada

Nas flores, memórias da infância e uma terapia

Embora com menos espaço do que no interior, no Centro de Venâncio também é possível ver pátios bonitos e coloridos. Exemplo disso é a residência de Norton Ernesto Pettenon, de 67 anos, e da esposa, Valéria Fischer Pettenon, de 63. Após anos vivendo na cidade de Ijuí, por conta do trabalho, o engenheiro civil e a professora, ambos aposentados, resolveram voltar para a terra natal de Valéria.

No pátio do casal há diversas flores. E quem faz a maior parte do cuidado é ela. “As flores remetem à minha infância. Tenho muitas memórias de quando eu morava na Linha Hansel, onde vivi durante anos. Gostava de ir na minha avó, Margarida. Ela tinha um canteiro só para flores, e tinha muitos cravos. Eu me perdia lá no meio. E o cheiro era muito bom”, relembra.

Valéria dedica tempo todos os dias para cuidar das flores. (Foto: Bruna Stumm/Folha do Mate)

Após anos trabalhando na docência, ela comenta que as flores se tornaram uma terapia. “Me aposentei e precisava ter um passatempo. Vi nas flores essa oportunidade também. É uma união: passar o tempo e lembrar da infância”, afirma.

Entre os cuidados que mantém está a adubação com húmus da própria composteira, uso de adubo orgânico na produção de algumas hortaliças que estão entre as flores, aplicação de fungicida – apenas quando necessário -, irrigação feita com água da chuva, que fica armazenada em uma cisterna, e a retirada de ‘inços’ e flores que não estão mais em bom estado.

untos há 37 anos, Valéria e Norton cultivam diversas espécies de flores no pátio da residência. (Foto: Bruna Stumm/Folha do Mate)

O que diz a meteorologia?

  • De acordo com a previsão do Núcleo de Informações Hidrometeorológicas (NIH) da Univates, a tendência da primavera de 2022 é de chuvas abaixo da média climática, e de forma irregular, com mais concentração de irregularidades ao fim da estação.
  • Por ser uma estação de transição, as temperaturas ainda ficam amenas no início dos dias, com possibilidades de eventuais geadas isoladas entre este mês e outubro. Ao se aproximar do verão, as temperaturas tendem a se elevar nos meses de novembro e dezembro, e pode-se registrar cerca de 40 ºC.
  • A previsão do NIH indica para se preparar para o ‘efeito cebola’: vestir-se de forma que as peças de roupas possam ser tiradas ao longo do dia, por conta da elevação da temperatura.
  • Condições oceânicas apontam atuação do fenômeno La Niña, em que, segundo os dados disponibilizados, podem atuar durante o período da primavera e o início do verão 2023.
    

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