Em fevereiro deste ano, foi finalizado projeto da Philip Morris Brasil e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em parceria com a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), por meio do qual foram instalados, em escolas de Venâncio Aires, cinco protótipos de filtros para remoção do fluoreto (flúor) da água de poços artesianos.
O projeto teve início em março de 2023 e, em agosto, foram instalados filtros nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emefs) Dom Pedro I e Cristino Goulart da Silva, de Linha Cerro dos Bois; e Nossa Senhora de Fátima, de Campo Grande, onde análises apontaram alto índice de flúor na água.
O sistema do filtro é composto por tecnologia limpa de filtração, utilizando carvão ativado de osso bovino como meio adsorvente (superfície sólida insolúvel), responsável por reduzir o teor de flúor da água. Durante o experimento, amostras foram coletadas para análises químicas e microbiológicas e o sistema de filtração possibilitou a remoção das impurezas e outros compostos na água de abastecimento público.
Segundo o engenheiro de Sustentabilidade da Philip Morris Brasil, Mateus Guterres, foram realizadas medições rotineiras na entrada e saída de água depois da passagem pelo filtro instalado nas escolas e a conclusão é de que o sistema é efetivo. “Através do filtro foi estudado o desempenho e performance pela quantidade de água consumida pelos alunos e professores no dia a dia da escola”, afirma. Ao fim do projeto, o método foi aprovado, no entanto, a água não foi disponibilizada para consumo humano, por não ter sido realizado o teste de potabilidade. O foco da equipe foi a análise do fluoreto e condições básicas.
De acordo com o engenheiro, a análise completa com base de dados, relatórios e estudo aprofundado foram entregues ao prefeito Jarbas da Rosa e ao secretário de Educação, Émerson Eloi Henrique. “O resultado final foi para mostrar que encontramos uma solução para esse problema. Todo o material foi entregue para que a Prefeitura tome a decisão sobre qual movimento fará daqui para frente”, destaca. Além das três escolas onde foram instalados os protótipos dos filtros, o estudo também contemplou escolas da região serrana, como Emef Osvaldo Cruz, de Linha Cachoeira; Escola Estadual de Ensino Médio Sebastião Jubal Junqueira, de Vila Deodoro; e Emef João Cândido de Moura, de Linha Marmeleiro. Entre elas, apenas a de Linha Cachoeira apresentou excesso de flúor. No entanto, não foi instalado o filtro em função do fim do projeto.
- 97% – É o resultado da performance dos filtros na filtragem da água e diminuição do flúor, visto a característica geológica das localidades no interior.
Intenção da Prefeitura é seguir com o projeto
O prefeito de Venâncio Aires, Jarbas da Rosa, avalia de forma positiva os resultados do projeto, já que o problema de excesso de fluoreto na água é reconhecido há, pelo menos, 20 anos. “Um importante trabalho experimental e a Administração Municipal e as escolas abriram as portas para o estudo.”
Segundo ele, o objetivo é continuar com o projeto, pensando na implantação dos filtros, em parceria com as empresas participantes. “Tem a questão legal, viabilidade técnica e a contratação de pessoas, mas se tem essa necessidade”, afirma.
Atualmente, a Prefeitura realiza a entrega de bombonas de água para as escolas Cristino Goulart, Dom Pedro I, Nossa Senhora de Fátima, Osvaldo Cruz e João Cândido de Moura, que não têm água com potabilidade para consumo e preparo de alimentos. O custo mensal é de cerca de R$ 500.
Na avaliação de Jarbas, muito além da economia, a mudança e implementação dos filtros seria positiva, principalmente pela melhora na logística e a facilidade na rotina das escolas.
Segundo o engenheiro de sustentabilidade da Philip Morris, Mateus Guterres, os filtros estão armazenados na Unisc e à disposição da Administração Municipal. Ele enfatiza que os equipamentos podem ser instalados nas escolas e que os professores da universidade podem auxiliar na aprendizagem para operação e manutenção do equipamento.