Antônio Lopes: Jiu-Jitsu depois dos 40

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A conquista do segundo lugar no Campeonato Prime Master de Jiu Jitsu, veio no sábado, 12 de dezembro, em Porto Alegre. Aos 46 anos, Antônio Augusto Gomes Lopes, morador de Venâncio Aires, competiu pela primeira vez no esporte, que tem raiz nas artes marciais. Faixa branca no Jiu-Jitsu começou a frequentar os treinos do esporte aos 45 anos na Academia Konzen, que tem franquia da Alliance Academia, com o mestre, Martin Cesar de Carvalho Junior, 42 anos.

Antônio e Martin se consideram ‘quarentões’, mas não menos atletas do que os jovens que treinam duro para as competições na busca de todas as faixas na categoria esportiva. “O jiu-jitsu é muito democrático, dos 8 aos 80 funciona bem, porque é uma arte marcial que não tem impacto, não tem soco, nem chute, onde a chance de uma lesão acaba sendo bem menor”, explica o mestre faixa preta no esporte.

Praticante de algumas atividades físicas consideradas mais ‘leves’ como futebol, academia de ginástica, foi ao buscar a cura por uma lesão nas costas, que foi convidado a conhecer o jiu-jitsu. “Eu tinha meus 43 anos quando comecei, ano passado, fui em duas aulas olhei os treinos e pensei que não era pra mim. Em um desses dias tomei coragem, vesti o kimono e comecei a treinar. Nunca tinha me envolvido com artes marciais. Nestes três anos não parei, entrei aprendendo no básico, e estou para treinar, lutar e competir”, ressalta o pelotense Antônio. Os treinos são três vezes na semana, pelo período de uma hora.

Mesmo tendo começado depois dos 40, ele diz não se considerar com a diferença para com os atletas mais jovens. “Sei das limitações do corpo, em função da idade, mas nem penso nisso. Pode pegar menino de 20 anos, a cabeça e a técnica cobram o preço do treinamento. O cara que se empenha vai ter o resultado. Percebo que algumas questões de vida e de atitudes mudaram em relação ao estresse do dia a dia, as coisas que tu queria ter resolvido e não resolveu. Mas nem na vida e nem no tatame não se pode explodir. É preciso usar a mente, criar estratégias da melhor maneira de como reagir e isso se leva para a vida”, reforça o profissional que atua há dez anos como técnico na RGE. O objetivo de Antônio para 2021 é passar para a faixa azul e, no decorrer dos anos, seguir adiante, “seguir o mestre e buscar pela faixa preta”, diz.

NA VISÃO DO MESTRE

Para o mestre Martin Cesar de Carvalho Junior, um dos benefícios do treino das pessoas mais maduras é a determinação. Ele diz que Antônio é um dos mais velhos em idade do grupo e reforça que o jiu-jitsu tem o diferencial de receber público de todas as idades e gêneros. “Anos atrás o jiu-jitsu era mais competitivo e hoje não é mais. A academia tem uma metodologia que recebe o aluno e segue um passo a passo para que ele se sinta confortável desde o competidor de alto nível até ao aluno que quer conhecer, perder peso ou porque gosta das amizades”, destaca Martin que conta que a esposa, Sabrina Winck, é a primeira mulher faixa roxa em jiu-jitsu da cidade e região.

O jiu-jitsu na visão do mestre é que cada rola (denominação da luta de um contra outro) é um resumo da vida. “Têm vezes que se consegue pressionar, se está por cima e leva pressão e, daqui a pouco, se está por baixo e se precisa enfrentar e virar o jogo. O jiu-jitsu te ensina como administrar isso, e isso acontece em incontáveis vezes, nestes sete minutos de rola”, explica o mestre.

“O Jiu-jitsu tem este aspecto físico de treino, mas tem um aspecto mental gigantesco, como se fosse um xadrez humano.”

Martin Cesar de Carvalho Junior
Mestre em jiu-jitsu

    

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