Os jogos do Esporte Clube Palanque, de Vila Palanque, no interior de Venâncio Aires, vêm ganhando um destaque diferente. Isso porque instrumentos, cantos e uma torcida movimentam e apoiam o plantel dos jogadores nas partidas do Regional da Aslivata, desde 2017. O grupo? Três amigos apaixonados pelo futebol amador desde a infância e que, com o passar dos anos, não deixaram o amor pelo time morrer.
Bruno Schuh, 17, Emílio Mees, 18, e Matheus Fernandes, 18, começaram a torcer para o time B das escolinhas do Palanque, no fim de 2016. Já no ano de 2017, os amigos se uniram ainda mais e passaram a intensificar a torcida para apoiar o Palanque no Regional da Aslivata. Neste período, receberam um bumbo de Lúcio Lenz, também torcedor fanático do clube. “O Lúcio trouxe um bumbo para reforma. Nós transformamos em uma murga (tambor e um conjunto de pratos em um instrumento só ) e, a partir daí, começamos a torcida”, explica Emílio. Neste período, o estudante afirma que a torcida tinha a ideologia ‘Barra Brava’ – uma junção das torcidas da dupla Grenal. “Adaptamos algumas músicas para o Palanque, e assim seguimos até hoje”, comenta.
Além disso, de acordo com Matheus, no início as pessoas achavam que o que estava sendo feito era brincadeira. “Pensavam que era palhaçada nossa de ficar tocando e cantando. Hoje, o pessoal que assiste aos jogos vem junto de nós”, ressalta Matheus. Atualmente, como forma de quebrar qualquer paradigma, os garotos resolveram renomear o grupo apenas para Banda do Palanque. “Não temos mais as ideologias antigas. Nossa mística é apoiar o Palanque, seja na vitória ou na derrota. E qualquer pessoa que queira fazer parte do grupo, será bem-vinda”, salienta Emílio.
Apoio
Mesmo que tenha como responsáveis os três amigos, nos dias de jogos a banda ganha mais apoiadores. “Quando os confrontos são em casa, é difícil juntar muitas pessoas, pois grande parte ajuda a trabalhar nos serviços de copa e cozinha. Mas quando os jogos são fora, temos a oportunidade de torcer todos juntos”, declara Emílio. Dentro da organização, cada um é responsável por uma melhoria ou inovação. “Eu faço a reforma, os adesivos e a atualização das páginas do Facebook e Instagram da banda e do time. O Bruno fez a aquisição de alguns sinalizadores e apetrechos, e o Matheus vai auxiliando no que é preciso. Tudo que tem nos jogos é por nossa conta”, diz.
“Dá moral e tranquilidade para o jogador”
Mesmo que a torcida seja apenas para o grupo titular, os aspirantes sentem a energia. “Não temos fôlego para os dois jogos. Por isso, garantimos presença no grupo principal. No entanto, mesmo que não seja possível, quando os guris começam a aquecer, quem está em campo sente a energia”. As palavras são de Bruno, que também faz parte do plantel de jogadores dos aspirantes. Após o jogo, ele se junta aos amigos e faz a festa acontecer.
Para o técnico do grupo principal, Dario Beckenkamp, essa é uma iniciativa que se vê pouco no futebol amador. “Dá moral e tranquilidade para o jogador, chama atenção. A vibração e a empolgação dos garotos agregam para o time, apoiam o tempo todo, quando está ruim e quando está bom”, afirma.
Já para o capitão, Diogo Francisco Risetti, a organização dos jovens é muito importante. “Por mais que estejamos longe da sede, os guris vão junto acompanhar e temos apoio, o que motiva ainda mais para jogar”, ressalta ele.
Além disso, o volante admite que há uma cobrança dentro do vestiário em relação à presença do grupo. “Não tem força melhor do que a motivação da torcida. É como dizemos no vestiário: os torcedores poderiam estar em casa, curtindo a família ou em outro lazer, mas decidiram vir nos dar esse suporte”, finaliza.
“Torcer para o Palanque? É só alegria. É um amor que tenho desde pequeno e, agora, posso contribuir com o time. “Não tem como explicar, é uma sensação muito boa.”
BRUNO SCHUH
Torcedor e integrante da Banda do Esporte Clube Palanque