Em qualquer campo, de qualquer bairro, cidade ou estado deste país, conhecido como o ‘país do futebol’, não se trata apenas de jogadores correndo atrás de uma bola. Na grande maioria das vezes, são sonhadores em busca de uma oportunidade. De uma ponta a outra do Brasil, é incrível atestar como o futebol mexe com tantos jovens, que desejam se tornar atletas profissionais. E, neste universo de centenas de milhares, onde os próprios clubes alimentam perspectivas de encontrar (por que não?) novos Ronaldos ou Neymars, 95 histórias diferentes, mas ao mesmo tempo tão iguais, passaram por Venâncio Aires no último fim de semana.
O estádio Edmundo Feix foi palco, depois de muitos anos, de uma seletiva para atletas entre 17 e 25 anos. A intenção do clube é encontrar talentos para integrar o grupo que vai disputar a Divisão de Acesso em 2023. De quase 100, a peneira foi ‘estreita’ e 11 foram pré-selecionados. Esse pequeno grupo vai passar por novos testes e, ao fim desse novo período, os escolhidos terão oportunidade de assinar contrato com o Guarani.
Sonho
Norton Luiz de Oliveira e Guilherme Pires têm 18 anos e são volantes. Além das idades e das posições em campo, eles tiveram em comum a escola (Cônego Albino Juchem de Venâncio) e a formação no Indiozinhos do Futuro (projeto que, só em 2023, tem mais de 70 garotos entre 7 e 17 anos inscritos, trabalho coordenado por Alex Klafke).
Os dois também já passaram por outras peneiras, inclusive pela dupla Gre-Nal, em Porto Alegre, e a mais recente num time de Teutônia. “O sonho é ser jogador”, resumiu Norton. “Se não conseguirmos, vamos continuar tentando”, comentou Guilherme. Essas afirmações foram ditas à reportagem antes da peneira e, conforme informado pelo clube, ambos terão nova oportunidade ao longo desta semana.
Apoio da família
Norton e Guilherme destacaram que o apoio da família nunca faltou e isso os motiva a continuar buscando o sonho da bola. Familiares, aliás, foram muitos no Edmundo Feix no sábado, como Cristiano de Oliveira, vendedor, que saiu de Porto Alegre para acompanhar o filho Matheus (lateral direito de 20 anos) e o amigo dele, Marcelo Moura (meia, também com 20 anos).
Ambos já passaram pela base do Inter, além do São José de Porto Alegre, Novo Hamburgo, Lajeadense e Garibaldi. Tentaram peneiras em clubes de maior expressão, como o próprio Inter, Juventude e Coritiba (PR). Em Venâncio, eles buscaram a primeira oportunidade de um contrato profissional. “Viemos aqui pela história que o Guarani tem no estado e por ter revelado grandes nomes”, comentou Oliveira, se referindo a Bolívar (bicampeão da Libertadores pelo Inter) e Edenílson (agora no Atlético Mineiro). Ele também destacou que, se houvesse nova negativa, a busca continuaria. “Vamos continuar apoiando sempre. Eles têm potencial. Se eu não acreditasse nisso, não estaria aqui”, concluiu.
Municípios
Os quase 100 jovens que passaram pela peneira do Guarani vieram de vários municípios. Além de Venâncio Aires, teve atletas de Santa Cruz do Sul, Bagé, Pelotas, Santa Clara do Sul, Roca Sales, Uruguaiana, Porto Alegre, Três Passos e até de Florianópolis, capital de Santa Catarina.
A peneira
Assim que a ideia da peneira surgiu no Guarani, foi coordenada pelo vice-presidente de Marketing, Milton Klafke, e pelo diretor de Marketing, Moacir Eisermann. Para organização dos times na seletiva, atuaram como voluntários Chicão Bertram, Alexandre Silva e Clóvis Kirch, sendo que a avaliação coube ao técnico Henrique Schwarzer, o auxiliar Rafael Bitencourt e o parceiro de gestão do clube, o empresário Alexandre Sebben.
Segundo Milton Klafke, foram oito jogos de 30 minutos. Os pré-selecionados na peneira do fim de semana vão participar de um jogo-treino nesta quinta-feira, 6, às 15h, no Edmundo Feix, contra o grupo principal do Guarani. Ainda, conforme Milton Klafke, depois dessa partida haverá uma nova seleção e os escolhidos terão oportunidade de treinar mais uns dias com o elenco. Ao fim desse período, quem passar, poderá assinar contrato.
