Graças ao empenho da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), a retomada do Campeonato Gaúcho está confirmado para os dias 22 e 23. Quatro clássicos, entre eles o Gre-Nal, no Beira Rio, irão movimentar os seis jogos da quarta rodada do segundo turno. Com a Série A prestes a retornar, a pergunta que não quer calar: “A Divisão de Acesso, como fica”?
“São inúmeras as perguntas a exemplo das enormes dúvidas que temos. Agora que a Federação Gaúcha de Futebol conseguiu desenrolar o Gauchão, nós dirigentes de clubes estamos a espera da entidade para um desfecho da Divisão de Acesso. Há uma semana tudo se encaminhava para o encerramento da competição e começar do zero em 2021. Algumas conversações em meio ao caminho ‘travaram’ estas mesmas tratativas e agora não se sabe qual é a realidade. Estamos em compasso de espera”, destaca o presidente do Esporte Clube Guarani, Sérgio Batista.
Em oportunidade anterior, o líder do Avenida, de Santa Cruz do Sul, Jair Eich, disse que seria mais coerente e prudente dar um basta na competição deste ano. Com isso os clubes poderiam iniciar o planejamento mais cedo para 2021. “Temos que acatar o que a maioria dos clubes decidir com a Federação. Minha preocupação passa também pelos órgãos de saúde pois vejo como uma dificuldade adiante se conseguir uma unidade neste sentido para a liberação dos jogos em cada município. Tem ainda a questão de honrar o compromisso com os atletas que tem vínculo. No final se torna uma bola de nova”, disse.
O momento é de aguardo de todos os clubes. A preocupação de momento é tripla: incerteza da continuidade da competição, as dificuldades para cumprir o acordado financeiro com os atletas e diante da confirmação da Divisão de Acesso, buscar recursos extras para bancar os gastos pois uma coisa é certa: o retorno do futebol será sem público.
Jauri Daros, presidente do Inter, de Santa Maria, reconhece o empenho de Luciano Hocsmann, líder da FGF, e afirma que o momento é de espera. “A Divisão de Acesso está cercada de incertezas. Já se passaram reuniões por videoconferência, algumas bem produtivas em termos de futuro e outras nem tanto. Na semana passada havia algo bem encaminhado mas em meio as tratativas da Série A nossa Divisão de Acesso ficou em segundo plano. Faz parte do contexto. Estamos na torcida para que o futebol na Divisão de Acesso também retorne para que consigamos recomeçar e terminar a competição deste ano”, comenta o santa-mariense.
Os clubes encaminharam para a Federação uma proposta financeira com ‘duas pontas’: uma com valor para cada clube pela continuidade da Divisão de Acesso e outra pelo encerramento. “A divisão de valores partiria da diminuição do prêmio que cabe aos clubes que irão alcançar o acesso. É uma saída interessante pois os problemas financeiros tendem a ser maior do que se encerrar o campeonato no atual momento. Resta é aguardar a convocação da reunião por parte da FGF para definir o que será feito. Se a Divisão de Acesso realmente for retomada, isso ficará para setembro mas tudo exige um planejamento de todos os clubes para o retorno dos trabalhos. A primeira quinzena de julho já foi e agora estamos entrando na fase decisiva para definirmos o que será feito de agora em diante”, completa Sérgio Batista.
Competição de 2020 terá o acesso de duas duas equipes para a Série A em 2021.
As duas equipes de pior campanha serão rebaixadas.
Antes da paralisação por conta da pandemia de coronavírus, Divisão de Acesso teve realização apenas das três rodadas do primeiro turno.
Guarany, de Bagé
Clube aplicou a medida provisória com os jogadores. A partir de agosto é que será rediscutida a situação dos profissionais. Tudo irá depender daquilo que será avaliado e definido em termos de continuidade ou não da Divisão de Acesso.
Grêmio Bagé
Ao contrário do rival Guarany, o Grêmio Bagé optou em não aplicar a medida provisória e permanecer somente com o vínculo com os jogadores até 20 de maio, período em que se encerrava os contratos. A situação financeira do clube é bem complicada. Já se iniciaram os acordos com os jogadores para pagamento dos meses março, abril e maio que ficaram pendentes.
Clube, desde a paralização pela pandemia e o isolamento social, demonstra ser contrário à continuidade da Divisão de Acesso. Boa parte da decisão é pelo fato da dificuldade de ‘arcar’ as pendências do primeiro semestre.