Neste final de semana o Grêmio encerra mais uma capítulo na sua história imortal. Inaugurado em 19 de setembro de 1954, o Estádio Olímpico Monumental, no bairro Azenha, em Porto Alegre, durante 58 anos foi a casa de milhares de torcedores gremistas, que ali viveram momentos únicos com seu clube do coração. O estádio que já recebeu um público de 98 mil pessoas, num jogo entre Grêmio e Ponte Preta, pelo Campeonato Brasileiro de 1981, no início do ano que vem será demolido e dará lugar a uma rede de condomínios.
Uma nova casa será entregue no sábado, 08, à nação tricolor. Uma festa marcará a inauguração da Arena, no bairro Humaitá. Apesar de toda a sua grandiosidade preencher ainda mais o coração apaixonado dos gaúchos tricolores, um vazio de tamanho semelhante também irá surgir. Um vazio Monumental.
O Olímpico foi palco de muitas conquistas: Libertadores em 1983 e 1995, Copa do Brasil em 1989, Campeonato Brasileiro em 1996 e 21 títulos do campeonato gaúcho. Assim, a casa gremista ficará, a partir de agora, na memória, fotografias e lembranças.
O venâncio-airense Edison Roberto Klein, o Bagual, 52 anos, atualmente reside em Santa Catarina. Mas tem seu nome registrado na calçada do torcedor gremista desde 1997. No Olímpico já assistiu mais de 300 jogos e irá se despedir do estádio neste fim de semana. Mas as lembranças de momentos especiais não se apagarão tão fácil. “Em 28 de julho de 1983 o Grêmio decidia a Libertadores da América, contra o Peñarol, no Olímpico. Na época eu tinha duas cadeiras, uma pertencia ao meu pai, mas ele não ia mais ao estádio. Como o meu cunhado, Gilberto Seibt iria ao jogo, com os dois filhos, cedi as cadeiras para ele e decidi que iria para a Geral, algo que raramente fazia. Me acomodei num dos poucos lugares disponíveis, atrás de uma das goleiras. Poucos degraus abaixo de onde estava, havia um grupo de venâncio-airenses e me juntei aos mesmos. Lá estavam o Totonho, Luis Paulo Artus, Karen Storck e Marcelo Campos. Naquele momento, eu, de certa forma, pressenti que algo especial estava para acontecer, que uma festa para comemorar um título tão desejado seria bem melhor entre amigos. Até hoje, passados quase 30 anos, ainda me considero um privilegiado e cada vez mais convicto de que não foi obra do acaso ou mera coincidência o meu encontro com aquele grupo de amigos, da minha cidade natal, naquela linda noite de festa para a torcida gremista”, conta Klein.
Já o venâncio-airense Albino Wazlawosky, 86 anos, sócio do Grêmio desde 1979, gremista fanático, se despedirá do Olímpico neste sábado. “é algo muito triste, muito comovente a demolição do estádio que foi palco de tantas glórias. Mas é como tudo na vida, tudo tem um início e um fim, mas neste caso do Grêmio a vida segue, somos imortais. Sou um dos sócios mais antigos do Grêmio e neste sábado vai ser um momento muito especial, vou fazer minha despedida, vai ser um momento único que vai ficar na minha memória pra sempre, inesquecível. Mas assim que inaugurar a Arena com certeza irei conhecê-la”, salienta.