O esporte envolve alegria e tristeza, vitória e derrota, um desequilíbrio pode ser determinado para o resultado final de uma competição. Prova destes argumentos são as entrevistas dos atletas brasileiros durante as Olimpíadas, a grande maioria destaca a importância do trabalho com psicólogos na busca pelo equilíbrio.
O Comitê Olímpico do Brasil realizou um trabalho integrado de preparação mental para deixar atletas e treinadores preparados não apenas com o corpo são, mas também a mente sã.
Uma equipe de 30 psicólogos e um coach fez um acompanhamento de diferentes modalidades para garantir que os atletas estivessem preparados para os Jogos e que nenhuma questão externa interferisse no resultado final. “Somos três coordenadores para essa equipe de preparação mental. Porque embora sejam todos psicólogos, o conceito é esse, de preparar a mente com o objetivo de melhorar o desempenho. Trabalhamos com técnicas de relaxamento, de respiração, de higiene do sono ou de fazer o atleta entender por que ele se comporta do jeito que se comporta em competições, por exemplo. Isso com todos. Mas cada modalidade tem suas particularidades, e cada atleta também tem as suas”, explica Aline Arias Wolff.
A psicóloga Susan Artus Dettenborn, interessada na área, busca qualificação para atuação com o esporte. Segundo a profissional, uma das questões mais tratadas é a ansiedade. Por esse sentimento, o atleta treina muitas vezes bem, mas não consegue repetir o desempenho na competição ou carrega resultados passados que prejudicam a sua atuação. “A psicologia do esporte está surgindo de uma forma bem concreta. As pessoas estão conseguindo ver que o trabalho mental está ajudando na concentração e organização na vida do atleta, assim como ajuda na vida pessoal de outras pessoas”, explica a profissional que exerce um trabalho voluntário com a Assoeva.
O acompanhamento psicológico não é garantia de medalha de ouro, mas é um meio de trabalhar a assimilação. “A atividade com o psicólogo não necessariamente é uma garantia de resultado, já que é um esporte de alto rendimento, mas ajuda a encarar a derrota de uma outra maneira”, analisa.
Para Susan Artus Dettenborn, o trabalho de preparação mental complementa o de preparação física. “Esse trabalho torna-se importante e fundamental, assim como o de nutricionistas e outras áreas que melhorariam o rendimento dos atletas”, cita a profissional que tem o objetivo de fazer uma especialização, mas os cursos hoje estão centralizados no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.A psicologia começa a se inserir no meio esportivo e abre-se um leque para profissionais da área.