Os desafios que as ligas esportivas, clubes e atletas encararam no último ano e neste foi gigante e as adaptações foram necessárias e obrigatórias. Nesse contexto complicado, o UFC (Ultimate Fighting Championship) se destacou e seguiu crescendo, assim como faz nas últimas duas décadas.
A solução encontrada foi criar uma Ilha da Luta, criada em um lugar de belíssimo cenário em Abu Dhabi e organizar diversas lutas na cidade, tanto em 2020 quanto em 2021. Neste ano tivemos até Conor McGregor tentando voltar a ser protagonista em sua categoria e perdendo para Dustin Poirier. Ele ainda teria mais uma chance contra Poirier, também perdendo.
As lutas continuam em ritmo normal em 2021, inclusive com um grande confronto entre Paulo Borrachinha e Marvin Vettori no peso-médio. O duelo já está pegando fogo antes mesmo dos dois lutadores entrando no octógono, com o italiano declarando ao site de UFC bets Betway que vai nocautear o “superestimado” lutador brasileiro no segundo ou terceiro round. Assim como Vettori não poupou palavras para a Betway, Borrachinha também nunca deixou de falar o que pensa e provocar, inclusive fazendo isso com o rei da categoria, o nigeriano Israel Adesanya.
Quem ganha com tudo isso é o UFC, que é uma máquina de criar ídolos e expandir.
Depois de geração iluminada, mais novos nomes
Uma coisa que Dana White sabe fazer bem é encontrar talentos e dar espaço para eles brilharem. Se no começo do século XX os grandes lutadores pareciam ter mais força que White e serem marcas “independentes”, aos poucos White foi se tornando tão estrela como os “gladiadores do terceiro milênio”.
Mesmo assim o desafio de substituir um Anderson Silva, um Tito Ortiz, um Randy Couture, Georges St. Pierre, enfim, verdadeiras lendas, não é nada fácil.
Só que White encontrou a fórmula, abrindo-se para o mundo. Todos os citados acima são das Américas e Estados Unidos e Brasil, dominantes nos primeiros anos de UFC, tiveram que abrir espaço para lutadores de outros países.
Conor McGregor apareceu com tudo vindo da Irlanda. Khabib Nurmagomedov se tornou uma estrela com um cartel impecável de 29 vitórias e é uma lenda da Rússia. E em 2021 o UFC tem ao mesmo tempo três donos de cinturão africanos: o camaronês Francis Ngannou nos pesos pesados, o citado Adesanya e Kamaru Usman, ambos nigerianos, no peso médio e meio-médio.
Claro que Dana White não é bobo e já prometeu uma luta no continente africano, algo que nunca aconteceu, até o final de 2022. A globalização do UFC já é um plano de mais de uma década, com inúmeras lutas no Brasil, em toda a Europa, países do Oriente Médio, Japão, China e Oceania. A última fronteira é realmente a África.
Até onde dá para chegar?
Quando os irmãos Fertitta compraram o UFC em 2001 por 2 milhões de dólares, eles relatam que seus contadores não acreditavam que eles tinham feito esse investimento. A Zuffa foi criada e esses 2 milhões se transformaram em 4 bilhões de dólares em 2016.
Portanto não é inteligente duvidar do potencial de crescimento da marca e da competição, ainda mais porque Dana White continua envolvido e todas as ideias para expandir a marca parecem dar certo. A inclusão das lutas femininas gerou uma lenda em Ronda Rousey, a parceria com a ESPN deu ainda mais visibilidade para as lutas e a Ilha da Luta em Abu Dhabi em plena pandemia mostra como há visão e esta é uma máquina que não para até quando o mundo é obrigado a dar uma pausa.
A criação de ídolos nos mais diversos países – o UFC tem uma campeã chinesa aliás, além de um centro de treinamento em Xangai – garante uma audiência constante global. A dificuldade que o UFC tinha com a violência em suas lutas, especialmente para garantir a transmissão em TV aberta nos Estados Unidos e até poder sediar lutas em alguns estados americanos, também já foi basicamente eliminada.
Como é uma forma de entretenimento perfeita para a era de redes sociais – é impressionante, rápido e cria momentos definitivos, como o chute de Anderson Silva em Vitor Belfort – o octógono pode ser fechado, mas o potencial do UFC é completamente aberto.