Desde o início das atividades, no fim de maio do ano passado, a Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Vô Ismael, movimenta e ilumina o bairro Xangrilá, em Venâncio Aires. É natural que a partir da instalação da escola, os moradores presenciem a rotina das crianças que frequentam o educandário e, de certa forma, acompanhem o dia a dia dos professores e colaboradores. Mas é à noite, quando as luzes da Emei são ligadas, que o prédio ilumina e embeleza o cenário noturno do bairro.
A interação da escola com o bairro é frequente, seja com a vinda de alunos do bairro Xangrilá, Cidade Alta e, também, de diversos outros bairros e localidades do município, ou com as brincadeiras das turmas na quadra da Área Verde Xangrilá e passeios pelas ruas próximas. “Os moradores cuidam da nossa escola, em uma noite que as luzes não se ligaram, fomos avisados pelos vizinhos”, afirma a diretora, Jerusa Alexandra Alves Fagundes. Ela ressalta que quando passeia pelo comércio do bairro são frequentes as perguntas sobre os alunos. “Com certeza, a escola valoriza e movimenta o bairro. O desafio é diário e nunca cai na rotina.”
No atendimento das famílias, a diretora ressalta que sempre prevalece o diálogo aberto e a transferência, com o respeito de forma recíproca. Parte das famílias do bairro frequentam a Emei Vô Ismael e outras fazem parte da Emei Passinho Seguro, no bairro Cidade Nova. “Pais relatavam a ansiedade e expectativa pela abertura da escola”, compartilha Jerusa. A Emei teve o início da sua obra em 2015 e passou por diversos entraves até ser concluída. Em maio deste ano, foi comemorado o primeiro ano de atividades do educandário, que é o maior de Venâncio Aires.
A equipe diretiva, formada pela diretora Jerusa, e as vices Jennifer Barth (manhã) e Lisandra Rocha da Silva (tarde), relembram sobre o começo dos trabalhos na escola. A equipe chegou no novo espaço no dia 10 de maio de 2023, quando a estrutura já estava concluída. “O convite para assumirmos a gestão foi em março, uma honra, um passo importante para nós três”, afirma Jerusa. Jennifer destaca que a equipe ficará marcada na história, já que a Emei se trata da maior escola de Educação Infantil do município.
“Estamos desempenhando um bom trabalho de gestão e ficamos felizes com a forma como fomos todos acolhidos no bairro”, reforça Lisandra. Para a equipe, o lema da Secretaria de Educação reflete o trabalho realizado: ‘Educação humana, tecnológica e empreendedora’. Toda a equipe do educandário é formada atualmente por 52 pessoas, entre professoras, servidores e equipe diretiva, sendo que neste número estão inclusas 14 servidoras da Emei Closs que foram realocadas provisoriamente.
Acolhimento depois da enchente
Após a enchente de maio, os alunos e professores da Emei Reinaldo Frederico Closs, do bairro União, foram acolhidos na escola do barro Xangrilá. A estrutura da Closs foi interditada devido aos prejuízos da cheia e não pôde ser mais utilizada. Desde o dia 13 de maio, famílias e equipes da Closs foram acolhidas na nova escola por tempo indeterminado, até que a Administração Municipal alugue um prédio para instalação provisória da escola.
Sobre a adaptação, a diretora da Vô Ismael, Jerusa Alexandra Alves Fagundes, comenta ter sido tranquila e, no momento, todos os alunos e equipes estão adaptados. “Vejo que as crianças estão bem felizes, aqui tem um espaço grande”, diz Jerusa. Para receber essas famílias, a diretora explica que a escola já tinha algumas salas vazias e teve que interromper, de forma momentânea, a chamada de novos alunos para novas turmas do Nível II, para então, atender a comunidade escolar da Closs.
Entre as famílias acolhidas na Vô Ismael, está a de Aurora Griesang Simon, 11 meses, que está matriculada na Emei Closs, mas agora frequenta a escola no bairro Xangrilá. A mãe de Aurora, Luísa Griesang, 29 anos, é professora e passa pela mesma situação, pois faz parte da equipe Closs e no momento trabalha na Vô Ismael, atendendo a turma do Pré A. Mãe e filha foram acolhidas na escola.
Luísa destaca que a adaptação da filha foi tranquila e apesar de a infraestrutura ser parte importante, foi fundamental o acolhimento e o atendimento das profissionais da escola em sala de aula. “Aurora foi muito bem acolhida, conheceu novas professoras e novos colegas, e comigo aqui também, sei que passo segurança para ela.”
Mesmo que a filha esteja bem atendida e que esteja trabalhando na Vô Ismael, Luísa evidencia a expectativa pelo novo prédio provisório da Emei Closs, para que toda equipe e estudantes fiquem juntos novamente. “A gente sente falta de todos juntos, como mãe, essa é a minha expectativa e até o momento está incerto”, afirma.
- 185 – É o número de estudantes matriculados na Emei Vô Ismael, sendo 53 alunos vindos da Emei Closs e acolhidos na escola. As turmas são desde o nível I até o pré B.
As filhas do Vô Ismael
A diretora e vices da Emei ressaltam que as filhas do Vô Ismael, Ismael Pádua Costa de Oliveira, nascido em 1919, em Linha Olavo Bilac e líder comunitário de Venâncio Aires que dá nome à escola, participam da rotina em eventos e datas especiais. Verena, Vera e Vitória, que também foram professoras, hoje convivem e contam às crianças da escola o motivo da Emei ter esse nome. Ismael doou o terreno onde hoje está construído o educandário “Assim mantemos a história, as crianças e toda comunidade local conhece quem foi o Vô Ismael”, explica Jerusa.