Ao concluir o primeiro mandato como prefeito de Passo do Sobrado, Edgar Thiesen (Progressistas), reeleito no dia 6 de outubro, avalia os desafios e as conquistas do município nos últimos quatro anos. Geração de emprego, através da atração de empresas, e incentivo à produção rural, são os destaques apontados por ele.
“A ideia é continuar desenvolvendo o município, gerando emprego, atraindo empresas e nunca esquecer que a agricultura ainda é o carro-chefe”, destaca, sobre as perspectivas para a próxima gestão.
Nesta publicação especial, a Administração Municipal, que geriu Passo do Sobrado entre 2021 e 2024, ressalta as ações e investimentos em diversas áreas. Thiesen também projeta as prioridades para os próximos quatro anos como chefe do Executivo passo-sobradense.
Folha do Mate – Quais foram os desafios para gerir Passo do Sobrado ao longo dos últimos quatro anos?
Edgar Thiesen – Os desafios foram muitos. O município é muito grande, é plural, as regiões são bem diferentes umas das outras, com necessidades distintas, e temos que tentar usar os poucos recursos que temos para atingir a expectativa da população. Em 2021, quando iniciei no setor público, vindo do setor privado, eu e a equipe éramos novos. Tivemos que aprender muito e fomos muito desafiados, porque passamos por anos difíceis. Passamos pela Covid-19, estiagem e enxurrada. Foram situações que fugiram do nosso controle e daquilo que queríamos para o município. Mas diante desses desafios, que eu acho que foram bons, pois nos deixaram mais preparados para esse próximo mandato. Conseguimos atingir os objetivos, que era desenvolver o município, gerar emprego, atender a nossa agricultura, que é próspera, é forte e é o nosso carro-chefe. Esses desafios foram importantes para o crescimento da equipe de trabalho e para o desenvolvimento de Passo do Sobrado.
Como o senhor avalia o crescimento econômico de Passo do Sobrado?
Passo do Sobrado é um município que tem um potencial muito grande para desenvolver. É próximo de grandes cidades, como Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires, a cidade-mãe, Rio Pardo, e Porto Alegre. Temos um território que é basicamente plano, não somos cortados por rio, o que colabora para evitar enxurradas, e temos ainda bastante espaço para instalar indústrias, o que é importante para o município. E conseguimos fazer isso, tanto é que na última edição da Revista Perfil Socioeconômico [publicação da Folha do Mate], entre as 10 maiores empresas aparecem três que vieram na nossa administração, de 2021 a 2024. Isso demonstra que fizemos um bom trabalho de atração de empresas. Qual município que em quatro anos consegue trazer três grandes empresas (Granja Caçador, Agrofel e RS Calçados e a ) para estar no ranking das maiores? Elas já se consolidaram no município como empreendimentos com muito potencial. Isso por si só já agrega muito para uma Administração e para uma cidade como um todo, porque gera emprego e arrecadação e isso faz com que toda a cadeia se desenvolva. A partir do momento que se instalam empresas desse porte, que figuram entre as maiores do município, os funcionários delas passam a comprar no município, o comércio começa a se desenvolver, a Prefeitura arrecada a mais, melhora o caixa e a gente consegue também chegar no interior com a estrutura da Administração de apoio para o agricultor. A indústria fomenta as outras atividades. A soja também se desenvolveu muito em Passo do Sobrado. Antigamente nós tínhamos sempre no topo da arrecadação o tabaco e agora ela fica lado a lado com a fumicultura. Isso significa que o agricultor também aprendeu a diversificar. Acho que além das indústrias isso também é um ganho para o município. O desenvolvimento foi muito positivo entre 2021 e 2024.
Como o senhor vê o desenvolvimento em infraestrutura?
Nós tivemos cinco obras, entre pavimentação asfáltica e com bloquetes. Três foram no Centro, que receberam calçamento, embelezamento e pavimentação. Também foi feito asfalto em Rincão do Sobrado, que era um pedido dos moradores, e tivemos a finalização de uma obra que estava em andamento do governo anterior. Trabalhamos na área de iluminação pública, com a instalação de lâmpadas de LED nas principais ruas do município. No Centro, nós temos em andamento a obra de revitalização da rua principal, a São José, que já foi licitada. E isso é necessário, porque Passo do Sobrado está em desenvolvimento, e as pessoas também querem uma cidade bonita. Por isso, vamos fazer essa revitalização até as entradas da cidade, com passeio público iluminado e calçada para se fazer caminhada. Vai dar uma visibilidade melhor para quem entra no município. É uma obra grande, mas é necessária para que o Passos Sobrados continue crescendo.
Quais foram as principais conquistas de Passo do Sobrado nos últimos quatro anos?
Acho que tivemos muitas conquistas na área da agricultura. Sempre digo que precisamos manter os bons projetos, e foi o que fizemos, mas avançamos e conquistamos outros. Criamos uma Sala do Agricultor para atender a nossa população, com médico veterinário que vai direto na propriedade, o que não tínhamos antes. A retomada da Festa do Búfalo neste ano, que ficou marcada na região, nos deu uma visibilidade boa, tanto que já protocolamos no Estado um pedido para nos tornarmos a Capital Estadual do Búfalo. Nesses quatro anos, fomos o governo que mais gerou emprego na história de Passo do Sobrado e isso tudo vai consolidando a cidade para o desenvolvimento. Temos muita oferta de trabalho hoje, não só na cidade, mas para o interior também. O nosso agricultor se desenvolveu, investiu mais na propriedade, diversificou, e isso faz com que ele contrate mão de obra.
“A principal característica do nosso governo foi desenvolver, alavancar o emprego, criar projetos novos para atender a agricultura e isso deu a cara da nossa Administração nesses quatro anos.”
Qual é o sentimento de ter sido reeleito para governar o município por mais quatro anos?
O sentimento é de dever cumprido. Enfrentamos candidatos fortes, que integram grupos políticos que estavam estabelecidos desde a emancipação de Passo do Sobrado, e a nossa equipe era jovem, se formou em 2020. Mesmo com a eleição bastante acirrada, a população entendeu o trabalho que fizemos e nos deu o voto de confiança para continuarmos. Isso é mérito de toda uma equipe de trabalho, não só do prefeito. Não agradamos a todos, mas temos que fazer o bem coletivo. Isso é a política, é tentar atingir o máximo de pessoas possíveis, tentar fazer para todo mundo, mas é óbvio que as decisões nem sempre são populares. Temos que tomar decisões para atingir o coletivo, não o interesse de um ou de outro.
Qual foi o seu maior aprendizado como prefeito de Passo do Sobrado?
Acredito que ter paciência. O setor privado é mais rápido, tudo funciona com mais facilidade, porque a burocracia é menor. No setor público, tudo é muito burocrático, travado. Eu até acredito que tenha que ser, pelo controle, pelo número de pessoas envolvidas e que precisamos administrar. Mas para quem vem do setor privado é um desafio. Às vezes as coisas demoram, então acho que ter paciência para lidar com isso foi o meu maior aprendizado.
Que legado o senhor deixou para o município nos últimos quatro anos?
Acredito que daqui alguns anos, quando eu não estiver mais na vida pública ou na Prefeitura, não for mais prefeito, vamos ser reconhecidos pela geração de emprego, pelo atendimento dos agricultores para os serviços de acessos a propriedades no interior, pela Festa do Búfalo e pela retomada do Carnaval.