Reportagem da Folha do Mate entrevistou os coordenadores de campanha e de comunicação das quatro chapas à Prefeitura de Venâncio, que comentaram o planejamento nos últimos dias até a eleição
Por Juan Grings e Leonardo Pereira
Decorrendo desde o dia 16 de agosto, as campanhas das quatro chapas à Prefeitura de Venâncio Aires chegam a sua reta final. Com 15 dias até o pleito municipal, que ocorre no domingo, 6 de outubro, coordenadores de campanha e de comunicação apresentam as estratégias e propostas para os últimos dias, com o objetivo de convencer os eleitores e garantir um bom resultado nas urnas.
A campanha chapa pura do PT, com Cândido Faleiro Neto candidato a prefeito e Sérgio Rosa na disputa a vice-prefeito, tem Celson Ferreira na coordenação geral, Emerson Machado liderando a comunicação, e ainda outras nove pessoas envolvidas.
Já a coligação ‘Unidos por um Futuro Melhor’, que tem Giovane Wickert (PSB) como candidato a prefeito e Elida Klamt (PSDB) a vice, conta com o vereador André Kaufmann (PSDB) como coordenador de campanha e Vanessa Behling à frente da comunicação da chapa. Ao todo, são cerca de 10 pessoas envolvidas na coordenação da campanha.
Em busca da reeleição, a coligação ‘Para Frente Venâncio’ tem o atual prefeito Jarbas da Rosa (PDT) e a vice Izaura Landim (MDB). A dupla é coordenada pelo deputado estadual Airton Artus (PDT) e o presidente do MDB local, Paulo Mathias Ferreira, que lideram um grupo de 10 pessoas. Na coordenação de comunicação está Daiana Nervo.
Confira: Em qual local votarei nesta eleição?
Estreante na política, o candidato a prefeito Maciel Marasca (PP) encabeça a chapa da coligação ‘Endireita Venâncio’, que tem Alexandre Wickert (PL) como postulante a vice. A coordenação geral fica por conta do presidente do PP local, Adriano Fagundes, e tem Luiz Gerlach, o Pita, como coordenador de comunicação.
Confira o planejamento dos coordenadores de campanha
Celson Lucas Ferreira, coordenador de campanha do PT
* Faltam 15 dias para o final da campanha. Quais são as estratégias até o fim?
Nós continuamos a visitar apoiadores caminhando nos bairros. A gente quer visitar todas as casas nos bairros e pelo interior com o nosso material e nossas propostas. Também temos reuniões com apoiadores e com um grupo de pessoas que levam nossos programas de governo.
* Como o resultado das pesquisas influencia na estratégia?
Não influencia nada. Nós vamos continuar trabalhando, levando o nosso programa de governo e nosso projeto até o dia 6 de outubro. É o trabalho para convencer as pessoas que nós temos, junto com o governo Lula, uma boa proposta para governar.
* O plano é seguido desde o início ou muda conforme a campanha?
Nós seguimos o nosso plano de governo desde o início e vamos até o final. Nós também estamos levando ao conhecimento da população todas as obras do governo Lula aqui e tudo que tem feito pelo Rio Grande do Sul.
* Como é feita a preparação dos candidatos para entrevistas e debates? Há temas considerados preferenciais?
Nós nos reunimos sempre com a coordenação de campanha, com os especialistas específicos de cada área e estudamos o nosso plano de governo. Essa é a nossa preparação para os debates. As nossas principais pautas são educação, saúde, agricultura. E muita ênfase no meio ambiente, porque esse grito do mês de maio nos deu essa preocupação. Nós sabemos que o meio ambiente foi muito devastado, inclusive aqui no centro da cidade. Temos que pensar num município mais arborizado.
André Kaufmann, coordenador de campanha da coligação ‘Unidos por Um Futuro Melhor’
* Faltam 15 dias para o final da campanha. Quais são as estratégias até o fim?
A estratégia é focar agora no corpo a corpo, nos bairros. Agora não tem mais tempo para fazer mais reuniões. Temos que focar nos distritos e a caminhada nos bairros.
* Como o resultado das pesquisas influencia na estratégia?
A gente muda algumas atitudes, a postura em relação ao eleitor. Tem muita gente que ainda está indecisa, por mais que o número mostre uma virada para um ou para outro. Tem muita gente que ainda não sabe em quem votar.
* O plano é seguido desde o início ou muda conforme a campanha?
Muda conforme a campanha. Ele vai mudando. Tem uma espinha dorsal, mas a gente vai priorizando algumas coisas que entendemos ser importantes.
* Como é feita a preparação do candidato para entrevistas e debates? Há temas considerados preferenciais?
Temos a espinha dorsal. Saúde, educação, infraestrutura e desenvolvimento. São todas essas questões que movem a espinha dorsal. O desenvolvimento abrange tanto a questão industrial, como ampliação de postos de saúde. Tudo isso é discutido dentro de um foco de eixo temático. Quanto aos debates, são com os próprios candidatos. A gente deixa mais para eles falarem, porque são eles que estarão lá.
Airton Artus e Paulo Mathias Ferreira, coordenadores da coligação ‘Para Frente Venâncio’
* Faltam 15 dias para o final da campanha. Quais são as estratégias até o fim?
A principal estratégia é mostrar o que foi feito em quatro anos. Na saúde e na educação especialmente. O segundo ponto é projetar o futuro com ações e desenvolvimento econômico. Estamos apertando o passo, fazendo os últimos ajustes para que se chegue a um final bom e certo.
* Como o resultado das pesquisas influencia na estratégia?
A pesquisa retrata uma posição pré-eleitoral, mas que serve de base para correção de rumos e mobilização das bases. O resultado da pesquisa só mostrou que nós temos que trabalhar, estamos na liderança e temos que manter isso. Por isso, vamos trabalhar cada vez mais para manter a dianteira e mostrar que os venâncio-airenses precisam da melhor dupla.
* O plano é seguido desde o início ou muda conforme a campanha?
Toda campanha tem uma dinâmica que vai mudando de acordo com as circunstâncias: posicionamento dos adversários, temas de interesse coletivo, nível e postura e, fundamentalmente, a aceleração na reta final.
* Como é feita a preparação dos candidatos para entrevistas e debates? Há temas considerados preferenciais?
A preparação é feita em conjunto com informações pertinentes de interesse público e fragilidades dos adversários. Porém a personalidade e as posições pessoais dos candidatos são preservadas para manter a identidade.
Adriano Fagundes, presidente do PP e coordenador de campanha da coligação ‘Endireita Venâncio’
* Faltam 15 dias para o final da campanha. Quais são as estratégias até o fim?
Começamos com um núcleo muito pequeno de voluntários apoiadores que realmente acreditaram na ideia e querem, assim como nós, fazer uma Venâncio melhor. Todos são convidados a somarem-se a nós e seguirmos crescendo.
* Como o resultado das pesquisas influencia na estratégia?
O resultado das pesquisas não influenciou na nossa estratégia, mas reflete que não só nós, mas milhares de venâncio-airenses também querem uma realidade melhor.
* O plano é seguido desde o início ou muda conforme a campanha?
Como nossas propostas, nós optamos por fazer um trabalho honesto e consistente.
* Como é feita a preparação do candidato para entrevistas e debates? Há temas considerados preferenciais?
Para os debates, tanto Marasca quanto o Alexandre gostam de tirar algumas horas para estudar e garantir que estejam tranquilos.
Confira o planejamento dos coordenadores de comunicação
Emerson Machado – coordenador de comunicação de Cândido Faleiro Neto e Sérgio Rosa, ambos do PT
*Que desafios as eleições de 2024 oferecem para o trabalho da comunicação?
A multiplicidade de plataformas que se tem hoje. As eleições antigamente tinham basicamente TV, rádio e jornal, mesmo que hoje a gente tenha essa estrutura ainda. Hoje, os desafios estão em como trabalhar de uma forma agradável, para não ficar incomodando os nossos eleitores. Tem várias plataformas para que você possa pegar e desenvolver produção de conteúdo, tem que pensar o que vai para cada rede social.
* Como é o trabalho em redes sociais?
A gente inicialmente começou apresentando a rotina da majoritária. A partir disso, a gente montou um planejamento no qual vai dia a dia municiando essas redes sociais.
* De que forma é trabalhado o planejamento? Com qual periodicidade é reavaliado?
A comunicação desenvolve o planejamento. A partir dessa montagem, é debatido com a coordenação da campanha, que dá algumas dicas, sugestões e correções. A gente vai avaliando isso mais ou menos uma vez por semana. Fazemos uma análise periódica do que está sendo postado, do que a gente pode publicar, porque temos uma base de planejamento, mas a campanha também é dinâmica. Conforme as coisas vão acontecendo, nós vamos também buscando esse trabalho.
* Quais redes sociais são mais trabalhadas? Quais os desafios de cada uma?
Facebook e Instagram. Em princípio, eu não vejo grandes desafios, só o que pode e quando postar. A gente tem que estar sempre pensando nisso para que possa alimentar o nosso eleitor de informações.
* De que forma acompanham os materiais dos outros candidatos para eventuais respostas?
Através do jornal, também alguma coisa de rede social e nas entrevistas também. Mas nós, do PT, não nos preocupamos tanto com os outros. Nossa preocupação maior é com o nosso eleitor, que ele esteja bem informado e ciente das nossas propostas. Digamos que nós temos uma campanha mais propositiva, para que ele saiba o que a gente está pensando e o que quer para o futuro de Venâncio Aires.
Vanessa Behling – coordenadora de comunicação de Giovane Wickert (PSB) e Elida Klamt (PSDB)
* Que desafios as eleições de 2024 oferecem para o trabalho da comunicação?
Acertar na estratégia para vencer.
* Como é o trabalho em redes sociais?
Intenso. O eleitor não está mais somente nas ruas. É preciso dialogar com ele também através das redes sociais, levando a ele sua apresentação, as propostas e ideias. E isso precisa ser feito de uma forma atrativa para que o eleitor se interesse em conferir o conteúdo. Pois é necessário também cuidar para não exagerar na quantidade de conteúdo para não saturar e cansá-lo, fazendo com que mensagens importantes possam passar despercebidas.
* De que forma é trabalhado o planejamento? Com qual periodicidade é reavaliado?
Diariamente. O desafio é entregar ao eleitor o que ele quer e o que precisa saber sobre o candidato. E isso precisa ser feito de uma forma ágil e simples. As ideias apresentadas por toda a coligação, diariamente, são consideradas e avaliadas, afinal, são eles que estão em contato direto com o eleitor. Eles captam muitas informações e necessidades de quais conteúdos são importantes entregar.
* Quais redes sociais são mais trabalhadas? Quais os desafios de cada uma?
Facebook e Instagram. O Facebook tem funcionado quase como um repositório de conteúdo, em sua maioria com mais informação. Já o Instagram, mesmo que no nosso caso tenha menos interação, funciona e entrega bem os conteúdos instantâneos, leves, sem muita necessidade de edições mais trabalhadas. Ambos são fundamentais para levar a mensagem ao eleitor. O impulsionamento nas duas plataformas também ajuda a disseminar estas mensagens.
* De que forma acompanham os materiais dos outros candidatos para eventuais respostas?
Raramente se retruca algum discurso de adversário em materiais de campanha. O período de campanha é muito curto para desperdiçar o tempo, que pode ser usado para apresentar seus projetos, com respostas, revanchismos e ataques. Portanto, a comunicação oficial da campanha se limita a apresentação das propostas de seus candidatos. Mas claro que sempre observamos as redes sociais dos adversários para ver posicionamentos, sobre o que estão falando e aonde estão indo.
Daiana Nervo, coordenadora de comunicação de Jarbas da Rosa (PDT) e Izaura Landim (MDB)
*Que desafios as eleições de 2024 oferecem para o trabalho da comunicação?
Acredito que o principal desafio é a instantaneidade e o controle das narrativas nas diferentes redes sociais. Conseguir, em 45 dias, estabelecer uma linguagem uniforme para levar o maior número de propostas à população. Manter uma linha coerente de ação tendo que trabalhar, ao mesmo tempo, na desconstrução de montagens e fakes criadas e disseminadas de forma muito rápida pelas redes.
* Como é o trabalho em redes sociais?
Sete dias por semana, 24 horas por dia. Avaliando para não encher de conteúdo nem ficar para trás. Mesclando entre formatos e horários, cuidando para não agredir o teu público com algo que não é natural do teu candidato e nem deixando ele sem interação ou resposta.
* De que forma é trabalhado o planejamento? Com qual periodicidade é reavaliado?
Houve um planejamento inicial da campanha, com posicionamento, linha de criação e linguagem. Depois reavaliamos quinzenal, depois semanal. Hoje, estamos 48 horas na frente, mas sempre com possibilidade de reavaliação. As campanhas são muito dinâmicas.
* Quais redes sociais são mais trabalhadas? Quais os desafios de cada uma?
Instagram, Facebook e WhatsApp, com acompanhamento diário de tráfego. Os principais desafios seguem sendo o engajamento do eleitor comum, que não é extremista e não está disposto a brigar por política, aparentando assim estar neutralizado, mas está apenas assistindo ao “espetáculo”. Já no WhatsApp, o maior desafio é combater o compartilhamento de fakes, montagens e ataques pessoais que denigrem a imagem dos candidatos e geram dúvidas e conflitos sem comprovação.
* De que forma acompanham os materiais dos outros candidatos para eventuais respostas?
Geralmente só damos “respostas diretas” quando o questionamento vem da população e não da campanha adversária. É do jogo o opositor bater em quem está ganhando e levantar dúvidas. Não podemos nos pautar em responder provocações ou levaremos a campanha para um campo que não nos é favorável de brigas e extremismo. A estratégia é responder com trabalho e coração.
Luiz Gerlach, o Pita – coordenador de comunicação de Maciel Marasca (PP) e Alexandre Wickert (PL)
*Que desafios as eleições de 2024 oferecem para o trabalho da comunicação?
Combate à desinformação e fake news, é crucial para manter a integridade das informações. Além disso, a segmentação do público é essencial devido à fragmentação das audiências, exigindo a adaptação de mensagens, assim como criar estratégias criativas para aumentar a participação dos eleitores. Manter a confiança do público através de uma comunicação clara e autêntica é vital, assim como navegar pelas regras eleitorais e questões éticas com responsabilidade.
* Como é o trabalho em redes sociais?
Presença digital forte e autêntica, com conteúdo relevante e atraente, incluindo propostas e valores. A interação direta com os eleitores por meio de comentários, enquetes e mensagens privadas ajuda a construir uma relação mais próxima. Monitorar e analisar o desempenho das campanhas em redes sociais é igualmente importante para ajustar estratégias e maximizar o impacto. Ainda, gestão de crises exige respostas rápidas e precisas para proteger a reputação dos candidatos.
* De que forma é trabalhado o planejamento? Com qual periodicidade é reavaliado?
Estamos em constante adaptação. Temos um planejamento prévio e muito bem alinhado. Ainda assim, vamos nos adaptando às circunstâncias e ofertando sempre aquilo que o eleitor precisa ver e ouvir para decidir seu voto. A reavaliação para ajustar estratégias ocorre conforme necessidade, garantindo flexibilidade e eficácia diante de mudanças no cenário político.
* Quais redes sociais são mais trabalhadas? Quais os desafios de cada uma?
Facebook, Instagram e WhatsApp. O desafio geral é atingir a todos os públicos, porém adaptando a mensagem para cada rede conforme suas características.
* De que forma acompanham os materiais dos outros candidatos para eventuais respostas?
Muitas vezes, os apoiadores nos enviam informações, pois pela intensidade da campanha nem sempre conseguimos monitorar tudo. As informações coletadas são analisadas para identificar oportunidades de resposta ou ajuste de estratégia. Reuniões regulares são realizadas para discutir essas análises e decidir sobre ações de comunicação, garantindo que as respostas sejam rápidas, precisas e alinhadas com a mensagem da campanha.