Daniel e a namorada Adriane, junto com os pais Clécio e Marlise (Fotos: Júnior Posselt/Folha do Mate)
Daniel e a namorada Adriane, junto com os pais Clécio e Marlise (Fotos: Júnior Posselt/Folha do Mate)

O senso comum diz que os filhos tendem a herdar características e escolhas dos pais, seja no comportamento, na aparência ou nos valores nos quis acreditam. E é exatamente assim na família Fockink, de Linha Cachoeira, interior de Venâncio Aires. O pai, Clécio, desde criança é apaixonado por caminhões. O ‘sonho de guri’ foi realizado aos 20 anos, quando, com a ajuda da família, adquiriu o primeiro veículo. Com ele, iniciou o transporte de tabaco para empresas, atividade que ainda mantém, hoje exclusivamente para a Alliance One. A paixão foi repassada aos filhos, que hoje estão presentes na sucessão das atividades.

Ele destaca ainda que, felizmente, nunca se envolveu em acidentes de trânsito durante a trajetória como motorista. “Somos de um tempo em que tínhamos muitas dificuldades, especialmente com os acessos às propriedades”, lembra Clécio. Aposentado há nove anos, agora se dedica à lavoura de tabaco e outras culturas de subsistência. “Às vezes ainda dá vontade de sair. Pego o caminhão e vou visitar alguns amigos que fiz ao longo dos anos de estrada”, conta.

Clécio Fockink vive na mesma propriedade desde que nasceu. Com 65 anos, é casado há 43 com Marlice Kramer Fockink. A propriedade cercada por eucaliptos abriga pés de erva-mate, laranja e bergamota, além de um quintal com diversas hortaliças e cerca de 40 mil pés de tabaco. A safra será em conjunto com o filho caçula, Daniel, 33 anos, que mora no bairro Santa Tecla, mas vai toda semana até a casa dos pais.

Daniel também dá continuidade ao transporte de tabaco que iniciou com o pai. O irmão, Ismael, de 41, também seguiu os passos da família e é motorista, mas atualmente atua na Capatazia de Vila Deodoro.

Além de caminhões, família mantém produção de tabaco

Inspiração e apoio da família para seguir na profissão

“Para mim é um orgulho ver meus filhos continuarem na área. É algo que, com muito esforço, a gente começou e ainda gosta. Desde pequenos, eles já ‘fuçavam’ nos caminhões e choravam muito se não pudessem ir junto”, relata Clécio Fockink.

Daniel conta que, na adolescência, contava os dias para completar a maioridade e tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Depois, esperou o tempo necessário para obter a categoria adequada e poder ajudar o pai. “Desde criança, sempre gostei disso”, resume. “Foi uma gratidão imensa completar esse ciclo, já que sempre tive incentivo”, define.

Ele também cita melhorias que vieram junto com as tecnologias para facilitar a rotina. “Antes, os produtores vinham aqui em casa para marcar o dia da carga. Agora, mandam mensagem para a gente. O pai também conta que, muitas vezes, foi preciso tirar o caminhão atolado com trator, de tanta dificuldade que havia. Hoje, está bem mais fácil”, comenta Daniel.

O motorista e a namorada Adriane Göttems estão na expectativa pela chegada da filha Martina. “Assim como eu fui pegando gosto por caminhões, acho que ela também vai gostar”, brinca Adriane.

Cargas

Além de atender propriedades do interior de Venâncio Aires, a empresa familiar também atua em regiões do interior de Santa Cruz do Sul. A estimativa é que a Transportes Fockink já tenha intermediado, entre a Alliance One e produtores rurais, o transporte de cerca de 800 mil quilos de tabaco na safra deste ano.

Júnior Posselt

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