Agricultores de Venâncio adiantam plantio do tabaco

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Estamos na safra de tabaco 2023/2024 e muitos produtores já têm adiantado o plantio com receio dos meses de calor, estiagem e usando variedades mais resistentes ao frio. Na localidade de Linha Estrela, interior de Venâncio Aires, um destes agricultores é o Gerson Luís Hein, 49 anos, e a esposa Rejane Klaus, 60 anos.

O casal começou o plantio do tabaco no dia 1º de maio e no dia 15 do mesmo mês já finalizou a etapa. A variedade usada neste ano, pela primeira vez, foram de sementes adquiridas do município de Encruzilhada do Sul, e que prometem ser mais resistentes ao frio. Esse é o chamado ‘tabaco do inverno’.

A família já colheu o chamado ‘baixeiro’ dos pés de tabaco e, até o momento, já foram secas 2 mil varas; até o fim da safra serão em torno de 12 mil varas. Em uma área de seis hectares, o casal cultiva 55 mil pés da cultura.

Hein destaca que para realizar o plantio nesta safra, a família enfrenta alguns entraves devido às questões climáticas. As chuvas intensas sob a influência do El Niño prejudicam, pois enxarca mais o solo e obriga a compra de mais adubo e insumos. Até o momento, a família já teve que adquirir 20 sacos de insumos a mais, comparado com o ano passado. “O fumo saudável precisa de sol e vento. Apesar disso não estar acontecendo, se o tempo não estragar, dará uma boa safra novamente. No ano passado o clima foi o ideal”, ressalta.

Além da cultura do tabaco, o casal planta itens para o próprio consumo: aipim, frutas, verduras, além de cuidar do gado, porcos e galinhas. Após a colheita total do tabaco, Hein aposta no plantio de milho, o chamado ‘resteva’ para alimentar as criações da propriedade.

O produtor já cultiva o tabaco há três anos e desabafa que a agricultor precisa de mais valorização e incentivo. Por dia, ele calcula que trabalha por cerca de 10 horas. “O desgaste físico e mental é grande, são muitos compromissos, e se não tivermos apoio, no futuro, não se terá mais agricultores e a produção que temos hoje”, observa. Apesar disso, o agricultor salienta o apoio que recebem da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), sempre que necessário.

O casal cultiva cerca de 55 mil pés de tabaco por safra. (Foto: Luana Schweikart)

Expectativa de aumento de área plantada

O chefe local da Emater-RS/Ascar, Vicente Fin, destaca que para a safra 2023/2024 a expectativa é de aumento de 50 hectares de área plantada, com um total de 8.250 hectares, e uma média da produtividade de 2,3 mil quilogramas por hectare.

Fin explica que a maioria dos produtores anteciparam o plantio, até mesmo os que residem na parte serrana do município. “Todos fogem dos problemas, a umidade é excessiva nesta época em alguns lugares, mas até o momento vejo que a cultura do tabaco esta indo bem”, afirma. Nos últimos anos, os produtores não foram afetados por geadas, embora este perigo sempre exista nos meses de frio. Apesar de quase todos terem se adiantado, o chefe local da Emater estima que ainda deva ter uma área de 2,5 mil hectares a 3 mil hectares a ser plantada.

A antecipação também tem motivos como a venda precoce do produto, que inicialmente tem mais procura. Além disso, as empresas tabacaleiras chegam a aumentar também o período de compra das folhas. Sobre os valores, para este ano, acredita-se que o preço pago aos produtores deva ser um pouco maior quando comparado a safra de 2022.

  • 2.425 – É o número de famílias que são produtoras de tabaco em Venâncio Aires.


Luana Schweikart

Luana Schweikart

Jornalista formada pela Unisc - Universidade de Santa Cruz do Sul. Repórter do Jornal Folha do Mate e da Rádio Terra FM

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