Alerta para surto de parvovirose em cães

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Os cuidados com os animais de estimação devem ser ininterruptos durante a vida deles, no entanto há surtos virais que merecem mais atenção, como é o caso da parvovirose, que infectou muitos cães neste início de ano em Venâncio Aires e região.

A médica veterinária Ana Maria de Campos explica que a parvovirose é uma doença causada pelo parvovírus, também chamado de parvo, que ataca cães de todas as idades, principalmente filhotes, já que eles não têm o sistema imunológico totalmente desenvolvido. A doença é altamente contagiosa e afeta o sistema gastrointestinal e a medula óssea do animal.

Nas formas de contágio, geralmente ocorre através de contato direto com as fezes de um outro animal infectado ou por transmissão indireta, quando o cachorro é exposto a um local ou objeto infectado.

Os sintomas da doença variam muito, mas geralmente iniciam com uma apatia, tristeza e depressão do cão, acompanhadas da falta de apetite, vômitos frequentes, febre, fraqueza, sono e, com o passar dos dias, diarreia com traços de sangue. Todos os sintomas juntos ocasionam fraqueza, anemia e desidratação.

“A doença, com certeza, é grave, principalmente por se tratar de filhotes. Por isso, é preciso que, ao se notar os sintomas, o animal seja encaminhado a um veterinário”, afirma. No diagnóstico, são levados em consideração os sintomas, o protocolo de vacinação e o histórico clínico do animal. Também é feito teste rápido com amostra das fezes do animal, que em minutos indica a contaminação positiva ou negativa.

Para tratar a doença, na maioria das vezes, é feita internação com soro intravenoso e medicações. “O tratamento leva em conta os sintomas. Buscamos equilibrar tudo que o animal está perdendo ou não está consumindo par minimizar os danos que o vírus causa”, comenta Ana Maria.

Susto

Quem viveu essa experiência ‘na pele’ foi o casal Marina Mayer, 24, e Gabriel Borelli Nunes, 26, com o pequeno Zeus, de 5 meses, um Border Collie. A tutora explica que o cachorro começou com episódios de vômito e diarreia. No início achou estranho, mas acreditava ser de algum alimento que tivesse ingerido e não ter feito bem. O casal costuma levar o cão para os acompanhar em rodeios, então eles acreditavam que poderia ser esse o caso, já que muitas pessoas costumam o alimentá-lo nos eventos.

No dia seguinte, a diarreia se intensificou, mas aparentemente Zeus estava tranquilo, continuava comendo e brincando. Marina também percebeu que o vômito do cão tinha um cheiro muito forte, com aspecto estranho e em grande quantidade. Ao oferecer alimentação, percebeu que o Border Collie não aceitava.

A tutora já tinha conversado com uma amiga que cursa Medicina Veterinária e alertou sobre o surto de parvovirose, que até então ela não conhecia do que se tratava a doença. No terceiro dia, com os sintomas ainda se intensificando, Zeus já não tinha disposição sequer para levantar.

Foi nesse momento que o casal contatou uma médica veterinária que o atendeu em uma consulta a domicílio e realizou o teste, que rapidamente apontou como positivo. “Acredito que ele estava no auge dos sintomas e da doença, pois a positivação foi muito rápida”, afirma Marina.

A partir de então, começou o tratamento e Zeus ficou internado por cinco dias em uma clínica. “Foi um período difícil. De início ele não queria comer nem tomar água, só ficava no soro, então por recomendação fomos levando pequenos pedaços de carne e frango ou batata para ele comer e parar a diarreia”, explica ela. Com o passar dos dias, voltou a aceitar os alimentos.

Após a alta da internação, seguiu com medicações em casa, refez o teste – que negativou – e exames para ver como o corpo reagiu ao tratamento e também refez as vacinas. Agora, um mês após a internação, está curado e saudável. “Nós, que temos bichinhos, sabemos como é, cuidamos como se fossem filhos. No tempo que ficou doente e internado era triste voltar para casa e não encontrar ele como companhia e para brincar”, comenta.

Gabriel e Marina são os tutores de Zeus. (Foto: Arquivo pessoal)

Prevenção

  • Mesmo com grande possibilidade de cura nos tratamentos imediatos, a veterinária reforça a importância da vacinação. Logo no primeiro mês do animal, com 28 a 30 dias, pode ser aplicada a vacina contra a parvovirose e cinomose e, após, entra o protocolo polivalente.

Mortalidade

  • Ana Maria ressalta que a doença tem alto risco de morte, principalmente nos filhotes, que são cães mais frágeis. Ela comenta que já acompanhou diagnósticos em cães de até 1 ano e dois meses. Mesmo que a taxa de mortalidade da parvovirose seja alta – mas não a maior entre todas as doenças -, a veterinária destaca que com o tratamento ágil e adequado, é grande a probabilidade de cura do animal. “Com avaliação e internação imediatas, logo nos primeiros dias, se consegue que o cão responda logo ao tratamento, o que evita a morte”, reforça.
  • Nos casos em que os cachorros não resistem, a médica veterinária salienta que são situações em que os tutores esperam muito para procurar atendimento veterinário e o cão fica dias sem comer e com desidratação, ou então, quando se tem outra doença associada, como a infestação de parasitas, o que piora e dificulta a recuperação.


Luana Schweikart

Luana Schweikart

Jornalista formada pela Unisc - Universidade de Santa Cruz do Sul. Repórter do Jornal Folha do Mate e da Rádio Terra FM

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