Alerta para vacinação contra o sarampo

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Diante do alerta mundial contra o sarampo e da crescente de casos em vários países, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) recomenda a vacinação contra a doença, principalmente para quem vai viajar para o exterior. A maior preocupação é com o deslocamento de pessoas em razão da temporada de férias e das Olimpíadas de Paris, na França, que ocorrerão de 26 de julho a 11 de agosto.

Em maio deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou sobre o avanço do sarampo em nível global, apontando que os casos notificados aumentaram 94% em 2024, em relação ao ano anterior.

“Algumas pessoas do estado irão para os Jogos Olímpicos ou viajarão para o exterior nas férias. Estamos alertando à população que verifique os registros vacinais. O sarampo é uma doença que afeta todas as faixas etárias e pode levar à morte. As crianças menores de 1 ano correm mais riscos de complicações e evolução a óbito”, afirmou a especialista em Saúde do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Lara Crescente.

A ação mais importante para a proteção de todos é a vacinação. “O vírus do sarampo é extremamente contagioso. A nossa arma é a vacina, que está disponível em todas as unidades de saúde. Quando um adulto se vacina, ele também está protegendo as crianças menores de 1 ano”, ressaltou.

“Há outra questão importante: muitas pessoas não sabem onde está o seu comprovante de vacina e não fazem ideia se foram vacinadas ou não. Se a pessoa não tem nenhum registro ou caderneta de vacina e não teve sarampo na infância, tem de se vacinar também”, complementou Lara.

Capital do Chimarrão

Em Venâncio Aires, o percentual de vacinação contra o sarampo teve aumento de 7% em cinco meses. Em fevereiro era de 76,33% e, em julho, subiu para 83,33%, considerando as duas doses da vacina que devem ser feitas aos 12 e 15 meses de vida. O ideal é que a cobertura chegue a 95% e que as doses sejam feitas nos tempos determinados, até os 2 anos de idade, já que a doença apresenta mais risco para menores de 5 anos.

Segundo a enfermeira coordenadora do Setor de Imunizações, Janete Fernandes de Souza, em situações de viagens, existe o risco de pessoas sem a prevenção, ou seja, não vacinadas, trazerem o vírus para país, que no momento tem a doença erradicada.

Na Capital do Chimarrão, a vacina é oferecida em todos os postos com sala de vacinação, mas a grande procura geralmente ocorre na sala de imunizações em anexo ao antigo prédio da UBS Central. “Sempre tem movimento aqui e, mesmo com a abertura do novo Cemai [Centro Especializado de Atendimento Materno Infantil], a procura por vacinas continua grande. Muitas pessoas têm este local como referência para vacinar”, afirmou Janete.

Mesmo que o imunizante seja oferecido em todos os postos com vacinação, em virtude de o frasco ter 10 doses e validade de oito horas depois de aberto, com exceção da sala de imunização Central, todos os outros postos têm dias e horários específicos para a aplicação, com intuito de evitar o desperdício de doses. A indicação é que as pessoas verifiquem com o posto próximo da sua casa o dia e horário para a vacinação contra o sarampo. “A equipe sempre cobra também a vacinação dos pais que trazem seus filhos ainda bebês, pois a maioria não está em dia”, comentou.

*Com informações da SES/RS

  • Além de febre e manchas avermelhadas (exantema) que começam geralmente na face e vão descendo para o tronco e membros do corpo, a pessoa infectada apresenta sintomas respiratórios, como tosse, coriza e conjuntivite.
  • 1.815 – É o número de crianças de 1 a 2 anos cadastradas em Venâncio Aires, o público-alvo que deve receber a vacina contra o sarampo.

No Brasil

  • O Brasil não apresenta casos de sarampo desde 2022. No Rio Grande do Sul, os últimos registros ocorreram em abril de 2020. Entretanto, já foram verificados casos importados nesse período. No estado, em janeiro deste ano, a doença foi diagnosticada em uma criança proveniente de país com circulação do vírus no continente asiático. Nessa ocasião, a SES avaliou a situação vacinal de todos aqueles que tiveram contato com a criança, vacinando-os quando necessário. Desse modo, foi possível evitar a transmissão da doença.
  • Em 2016, o país chegou a receber o certificado de eliminação da circulação do vírus. Depois, houve um surto na Venezuela. Esse fato, associado às baixas coberturas vacinais, propiciou a reintrodução do vírus no Brasil, o que levou à perda do certificado após um ano de circulação do microrganismo. Agora, o Brasil está em processo de solicitação da recertificação.
  • Nos últimos 12 meses, foi registrado grande número de casos na Europa: 5.778. Nesse período, houve 347 registros na França, onde ocorrerão as Olimpíadas 2024. Na América, houve registros em países vizinhos ao Brasil: Argentina, Bolívia e Peru. E, nos Estados Unidos, já há mais de 150 notificações.

Horários da Sala de Imunizações Central

  • Segunda a sexta: das 7h30 às 11h e das 13h às 16h30min
  • Sábados: das 8h às 12h
  • Para vacinar: é necessário apresentar carteira da vacinação, documento e cartão do Sistema Único de Saúde (SUS)

Administração das doses

  • A vacina é indicada para grupos entre 1 e 29 anos, sendo duas doses da vacina tríplice viral ou a segunda dose sendo da tetravalente. A primeira dose deve ser feita aos 12 meses e a segunda aos 15 meses de idade.
  • Entre 30 e 59 anos, aplicada uma dose da vacina tríplice viral, se não vacinado antes.
  • Trabalhadores da saúde também precisam ter duas doses da tríplice viral com intervalo de 30 dias, se não vacinados antes.
  • Para estar protegido, quem for viajar deve tomar a vacina, pelo menos, 15 dias antes de embarcar.
  • A vacina tríplice viral é contraindicada para gestantes.


Luana Schweikart

Luana Schweikart

Jornalista formada pela Unisc - Universidade de Santa Cruz do Sul. Repórter do Jornal Folha do Mate e da Rádio Terra FM

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