O amor e a relação entre Márcia Weiler Henkes, 64 anos, com as orquídeas começaram muito antes de ela residir em Mato Leitão, cidade que carrega a representação da flor, com o título de Cidade das Orquídeas. Tudo teve início ainda na infância, quando residia em Vila Santa Emília, no interior de Venâncio Aires. Um dos incentivadores foi o bisavô, Cristovão Stölp (já falecido), que era tropeiro e cuidava de orquídeas em sua casa. “Na época, lembro que ele as pegava no mato e cultivava em casa. O gosto pelas flores começou na infância, vendo o cuidado do bisa com as plantas”, relembra.
Na adolescência, quando estudava na Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Cônego Albino Juchem, no centro de Venâncio Aires, ela observava a antiga Loja Geller, que exibia orquídeas na vitrine como enfeite. “Quando via aquelas lindas flores expostas, eu desejava ter orquídeas iguais àquelas. Todos os dias, ao passar em frente à loja, ficava admirando-as”, lembra.


Em 1977, Márcia chegou a Mato Leitão e recorda ter visto muitas pessoas cultivando orquídeas em suas casas já naquela época. “No início, recebi espécies de presente e as pendurava embaixo de uma laranjeira. Esse foi o começo da minha coleção. Hoje, tenho uma estufa ampla e, ao todo, pelo menos 1,5 mil vasos com diversas espécies”, comenta.
Todas as espécies que cultiva são cuidadas com muito carinho e não são comercializadas. Márcia também é ministra Paróquia Santa Inês e decora o altar da igreja matriz com arranjos de suas flores para as missas. “Não vendo minhas orquídeas, elas fazem parte da minha coleção. Normalmente, presenteio algumas pessoas e enfeito a igreja. Acho importante compartilhar com as pessoas as minhas riquezas. Entre os diversos tipos que tenho, a Vanda é a minha favorita”, conta.
Orquidófilos
Márcia ingressou no Núcleo de Orquidófilos de Venâncio Aires, Mato Leitão e Passo do Sobrado (Nova), em 1992, sendo uma das sócias-fundadoras. Entre suas preocupações com o futuro da flor-símbolo do município está a renovação de associados no núcleo, pois, segundo ela, poucos jovens se interessam em dar continuidade ao trabalho. “É necessário ter projetos nas escolas e no município, pois, se continuar assim, daqui a alguns anos haverá poucos associados”, lamenta.
Entre idas e vindas na Cidade das Orquídeas, Márcia também morou por alguns anos em Belo Horizonte, mas nunca deixou de ter orquídeas por perto. Casada há 43 anos com Décio José Henkes, ela tem três filhas, Ana Cristine, Paula e Louise, e quatro netos, Heitor, Clara, Benício e Lívia.