Anuário de segurança pública mostra aumento dos crimes contra as mulheres

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A cada seis minutos, uma mulher é estuprada no Brasil. Os dados constam no Anuário Brasileiro de Segurança Pública, referente a 2023, que foi divulgado na quinta-feira, 18, e mostram que a violência contra as mulheres aumentou em todas as modalidades. O documento também revela o perfil das vítimas de homicídios violentos no Brasil. São pessoas do sexo masculino, negras e com idades entre 12 e 29 anos. Seis das dez cidades mais violentas estão na Bahia, mas o ranking é liderado pelo município de Santana, no Amapá.

Venâncio Aires registrou dez homicídios no ano passado e ilustra efetivamente o que mostra a pesquisa, já que sete das vítimas tinham menos de 29 anos. O estudo do Anuário diz que 46.328 pessoas foram assassinadas no ano passado no Brasil, redução de 3,4% em relação a 2022, quando se registraram 47.963 mortes.

Por outro lado, a Capital do Chimarrão não registrou feminicídios em 2023. Este ano, até ontem, havia um homicídio e um feminicídio no município. A vítima, a exemplo do que indica o estudo, foi morta dentro da sua casa, pelo atual companheiro.

HOMICÍDIOS
Os levantamentos do Anuário mostram que 82,7% das vítimas eram negras, 71,7% tinham idades entre 12 e 29 anos e que 99,3% eram do sexo masculino. O estudo aponta que entre as vítimas há 127 policiais.

As regiões Norte e Nordeste são as mais violentas e a cidade de Santana, no Amapá, aparece em primeiro lugar, com taxa de 92,9 mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes. Pela ordem, os municípios onde se registraram mais mortes violentas são Santana (AP), Camaçari (BA), Jequié (BA), Sorriso (MT), Simões Filho (BA), Feira de Santana (BA), Juazeiro (BA), Maranguape (CE), Macapá (AP) e Eunápolis (BA).

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Se o estudo mostra uma leve queda nos homicídios (3,4% a menos que em 2022), a violência contra as mulheres aumentou drasticamente. Mesmo que muitas vítimas ainda sofram caladas, o Anuário revela que 258.941 mulheres procuraram as Delegacias de Polícia para registrar casos de violência doméstica.

No ano passado, cerca de 450 mulheres procuraram a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Venâncio para solicitar as medidas protetivas da Lei Maria da Penha, o que representa mais de um caso por dia.

Referente aos feminicídios, foram registrados 1.467 casos no Brasil no ano passado, sendo que 63.6% das vítimas eram negras e 71,1% tinham entre 18 e 44 anos. O estudo ainda mostra que 64,3% delas foram mortas em suas residências e que 63% dos autores eram parceiros íntimos e 21,2% eram ex-companheiros.

O Anuário aponta que houve 83.988 estupros, um a cada seis minutos. Entre as vítimas, 76% eram vulneráveis, ou seja, menores de 14 anos ou eram incapacitadas; 88,2% eram do sexo feminino, 52,2% eram negras e 61,6% tinham menos de 13 anos.



Alvaro Pegoraro

Alvaro Pegoraro

Atua na redação do jornal Folha do Mate desde 1990, sendo responsável pela editoria de polícia. Participa diariamente no programa Chimarrão com Notícias, com intervenções na área da segurança pública e trânsito.

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