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As mudanças que a utilização de aparelhos auditivos acarretam na vida das pessoas com algum tipo de perda auditiva são visíveis. Isso porque a audição está totalmente ligada à atividade cerebral, já que é o cérebro que faz a discriminação do som, como explica a fonoaudióloga da Clínica Dra. Ceres Buss, Taissane Sanguebuche. “Qualquer perda auditiva, mesmo que de grau leve, faz com que o cérebro receba menos informações do que precisa, causando um declínio de várias habilidades auditivas cerebrais, como memória, atenção, localização sonora e discriminação dos sons”, comenta. Devido a isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece que qualquer perda auditiva deve ser tratada o quanto antes.
A Clínica Dra. Ceres Buss trabalha exclusivamente com a linha americana de aparelhos auditivos Starkey. Todos os aparelhos auditivos e acessórios possuem registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e são próprios para o tratamento da perda auditiva e do zumbido.
“Uma boa marca traz com ela uma qualidade impecável dos sons. Hoje em dia, os aparelhos diminuíram de tamanho, se tornaram superdiscretos e funcionais, e passaram a contar com uma qualidade sonora que nunca havia se imaginado”, ressalta a profissional.
ADAPTAÇÃO
A primeira etapa para a utilização de um aparelho auditivo é verificar qual o grau de perda do paciente. Taissane explica que, a partir disso, o fonoaudiólogo seleciona o modelo adequado para cada caso. “Sempre gostamos de lembrar que um modelo de aparelho auditivo que fica bom para um paciente pode não ficar para o outro. O atendimento precisa ser individual e personalizado”, ressalta.
A adaptação ao uso dos aparelhos auditivos pode levar até três meses, pois o volume é aumentado gradativamente, permitindo que o cérebro se acostume a ouvir novamente. Esse acompanhamento permite também fazer os ajustes necessários no aparelho, que hoje em dia são feitos em poucos minutos.
Inclusive, a nova linha de aparelhos auditivos Evolv AI realiza 55 milhões de ajustes automáticos por hora para facilitar a comunicação do paciente em qualquer ambiente. Os aparelhos auditivos estão sendo feitos cada vez menores, discretos, com conectividade com celular, televisão e notebook e tecnologia recarregável (não precisa mais trocar pilhas). “A inteligência artificial que possibilita até mesmo monitorar a saúde corporal e cerebral, alertar um familiar em caso de queda ou realizar ajustes a distância”, diz.
“O paciente deve usar os aparelhos auditivos o máximo de tempo possível, o ideal é que seja removido apenas para tomar banho e dormir. No início do processo de adaptação é normal utilizar um pouco menos, mas recomenda-se no mínimo 10 horas por dia.”
TAISSANE SANGUEBUCHE – Fonoaudióloga
Benefícios
Folha do Mate: É comum que as pessoas não se adaptem ao aparelho auditivo ou tenham dificuldades no início? Por que isso acontece?
Fonoaudióloga Taissane Sanguebuche: Algumas dificuldades podem ocorrer no início do processo de adaptação, visto que o paciente não está mais acostumado a ouvir como fazia antes. Mas na maioria das vezes, a primeira consulta já é bastante emocionante, pois o paciente passa a ouvir sons que nem se lembrava mais. Em todos os casos, nós fornecemos um acompanhamento muito próximo, para que todos os ajustes necessários possam realizados. Alguns pacientes, inclusive, possuem dificuldade de locomoção e nós realizamos os atendimentos em casa.
O aparelho é um investimento para a vida toda? No caso da pessoa utilizar por um período e parar, terá dificuldades ainda maiores na audição devido a essa mudança?
O uso de aparelhos auditivos é indicado em casos de perdas auditivas irreversíveis, portanto, o paciente utilizará para sempre, buscando constantemente estimular o cérebro. Se o paciente parar de utilizá-los, futuramente será necessário iniciar um novo processo de adaptação, porém mais difícil, pois o cérebro estará perdendo cada vez mais habilidades. Portanto, sempre indicamos o uso contínuo e efetivo dos aparelhos auditivos.
