Asfalto da Sete de Setembro gera preocupação com alagamentos

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Apesar de ser uma obra que gera muita expectativa para motoristas que precisam acessar o Centro a partir de bairros como São Francisco Xavier, Diettrich, União e Santa Tecla, o capeamento asfáltico que está em execução, na rua Sete de Setembro, não é uma unanimidade entre os moradores. “Para nós, o paralelepípedo é melhor para a infiltração da água”, justifica Rejane Clunk, de 62 anos. Ela mora justamente no trecho onde ocorre a primeira etapa dos trabalhos: a canalização da sanga do Cambará, que passa por baixo da via, na divisa dos bairros União e Centro.

Situada na parte baixa de Venâncio Aires, a região sofreu fortemente com a enchente do arroio Castelhano, no fim do mês de abril, o que aumentou o temor dos moradores locais com novos alagamentos. Rejane conta que, desta vez, a água subiu cerca de 1,5 metro na sua residência. “Agora, começa a chover e a gente já fica com medo. Não sei se como, durmo ou levanto as coisas”, lamenta.

Sanga do Cambará

A residência está localizada imediatamente ao lado da sanga do Cambará. A aposentada diz que mora ali desde que nasceu e recorda que, no início, a sanga era bem estreita, pequena, e um pouco mais distante da casa, mais próxima do Centro. No entanto, uma obra de canalização na década de 1980 mudou a sua dinâmica, quando foi deslocada e alargada. Como resultado, Rejane, na prática, perdeu cerca 3,8 metros do seu terreno, que agora é parte da sanga. No entanto, não houve indenização ou compensação. “Eles dizem que o espaço ainda é meu, mas como eu vou aproveitar?”, questiona.

A moradora do bairro União afirma que entende a importância do asfaltamento da rua via, mas ressalta que a Prefeitura deveria se preocupar com obras mais urgentes, como melhorar a contenção da sanga e tapá-la. “No verão, a gente precisa se fechar dentro de casa, porque ninguém aguenta o cheiro de fezes que vem da água”, explica. Ela também relata que já reivindicou melhorias junto ao poder público diversas vezes, mas nunca passou de promessas, seja de funcionários do Executivo ou de vereadores.

O que diz a Prefeitura

• De acordo com a secretária de Planejamento e Urbanismo, Deizimara Souza, o projeto elaborado para o capeamento asfáltico da Sete de Setembro prevê que a água da chuva vai escoar mais rápido para os pontos de coleta, como bocas de lobo existentes e as novas que estão sendo implantadas. “A obra está executando nova rede de drenagem pluvial com maior capacidade de vazão, justamente para melhorar a drenagem local”, comenta.



Juan Grings

Juan Grings

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Repórter na Folha do Mate e na Rádio Terra FM.

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