São elas que recebem as gestantes assim que chegam ao setor da Maternidade, que acompanham longas horas de trabalho de parto e que, com atenção, paciência e afeto, auxiliam mães e bebês em seu primeiro encontro. São elas que buscam oferecer métodos para aliviar a dor e a ansiedade, na hora de dar à luz, que ajudam as mulheres a amamentarem e dão o primeiro banho nos bebês.
Formada quase que exclusivamente por mulheres, a equipe do Centro Obstétrico, Maternidade e Berçário do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) conta com 35 profissionais, entre enfermeiras e técnicas em Enfermagem, obstetras, pediatras e profissionais de higiene e farmácia. “Diferente de outros setores do hospital, que lidam com mais tensão, trabalhamos muito mais com alegria do que com tristeza. Há um clima de harmonia, pois atendemos pessoas que vêm para o hospital para realizar um sonho”, define a enfermeira supervisora, Camila de Moura Scheibler, 37 anos.
De acordo com ela, por conta das particularidades do setor, empatia é uma das características essenciais para atuar na Maternidade, assim como gostar de crianças e do trabalho de parto. “Quem trabalha com obstetrícia tem que ter mais paciência e respeito, saber que a mulher é a protagonista do parto e que cada uma lida de forma diferente com a dor. É preciso saber lidar com extremos de humor, pois a dor do trabalho de parto é muito forte”, observa Camila, que é enfermeira obstetra.
“A mulher chega no seu limite da dor, no parto, e por isso nosso trabalho precisa ser baseado no respeito, na paciência e na empatia, fazendo com que seja a melhor experiência possível neste momento inesquecível do nascimento de um filho.”
CAMILA DE MOURA SCHEIBLER
Enfermeira supervisora do Centro Obstétrico, Berçário e Maternidade
Cada parturiente, ao chegar ao hospital, começa a receber atendimento das técnicas e enfermeiras. No primeiro momento, quando é feita a avaliação inicial, ela permanece sozinha, mas tão logo se encerram estes procedimentos, o acompanhante é liberado para acompanhá-la, seja cônjuge, familiar ou amigo. “A lei do acompanhante veio a agregar muito, e a presença é garantida antes, durante e após o parto. A mulher se sente mais confortável, com mais segurança, e isso reduz muito a ansiedade”, comenta a enfermeira.
A liberdade de locomoção da gestante e da posição mais confortável para a hora do parto, com possibilidade do parto de cócoras, por exemplo, também são premissas no atendimento. Além disso, a equipe de enfermagem oferece métodos não farmacológicos de alívio da dor – alternativas além do uso de medicamentos.
Exemplo disso é o uso do chuveiro e de massagem nas costas, para aliviar a dor das contrações. Música e luzes à meia luz, para um ambiente confortável e humanizado, também são opções durante o trabalho de parto. “Tentamos fazer, ao máximo, que a área do hospital não seja tão técnica, mas sim um ambiente como uma extensão da casa”, compara Camila.
Respeito e orientação
Outro aspecto ressaltado pela supervisora do Centro Obstétrico é que sempre se busca respeitar as escolhas de cada mulher – desde o tipo do parto, se normal ou cesárea – e sua forma de lidar com a dor – como gritar, por exemplo. “Não fizemos julgamento e buscamos entender, mesmo que num curto espaço de tempo, como a paciente se sente bem. Enquanto algumas gostam de conversar, outras preferem ficar em silêncio. Para algumas a música é uma boa opção, outras já não gostam”, exemplifica.
Independente disso, segundo Camila, as profissionais da equipe de enfermagem sempre buscam incentivar a parturiente, informar e orientar sobre a evolução do trabalho de parto e as próximas etapas. “A maioria das mulheres pensa em desistir, em algum momento do parto. Por isso temos que estar lá e ajudar. Com incentivo, elas aguentam ainda mais várias horas e alcançam seu objetivo, de viver este momento tão bonito e especial que é dar à luz uma criança”, ressalta a enfermeira.
Partos em 2022
• 166 partos normais foram realizados no Hospital São Sebastião Mártir no ano passado, em um total de 817 nascimentos. O número equivale a 20% do total e os demais 80% são referentes a cesáreas.