As investigações e fiscalizações sobre a adulteração de medidores de energia e o consequente furto de energia elétrica ainda vão longe, mas os agentes da Polícia Civil, que trabalharam diretamente no caso, têm algumas certezas. Há diversos estabelecimentos comerciais e residências em Venâncio Aires e cidades vizinhas que entraram no esquema e o autor das adulterações cobrava valores mensais para diminuir a conta da luz dos seus ‘clientes’.
O esquema começou a ser desbaratado a partir da apreensão de um celular, durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão que investigava o tráfico de drogas. O suspeito tem 29 anos e está foragido. Conforme o delegado Paulo César Schirrmann, responde pelo envolvimento em um homicídio e ocultação de cadáver.
Os agentes da PC descobriram que ele adulterava os medidores de energia, fazendo com que a conta reduzisse de acordo com a vontade do cliente. Segundo o comissário Paulo Ullmann, um dos que apura o caso, o procurado estrangulava o disco que faz a medição do consumo, fazendo com que ele girasse ‘pesado’, de forma mais lenta. “Mas ele ia mensalmente nos locais, antes da medição oficial feita pela RGE, para ajustar o consumo. O cliente pagava o valor que queria”, explicou.
Em um dos locais onde foi confirmada a fraude, a conta da moradora zerou. “É que ele está foragido e desde então não voltou aos locais para ajustar a conta. Isso deve acontecer em outros lugares”, avaliou Ullmann. Os valores cobrados mensalmente pelo foragido variavam de R$ 50 a R$ 1 mil.
O comissário observou que algumas pessoas o procuraram para informar que o contador da sua casa ou empresa foi adulterado e solicitaram a presença dos técnicos da RGE e peritos do Insituto-Geral de Perícias (IGP). “Nestes casos, as pessoas não responderão criminalmente pelo furto de energia. Só terão que pagar o valor devido à RGE, pelo período em que o contador trabalhou de forma irregular”.