Emoção no momento do reencontro. (Foto: Arquivo pessoal)
Emoção no momento do reencontro. (Foto: Arquivo pessoal)

Tutores da cachorrinha Melina, Tainara Sargenheski, 26, e Arthur de Oliveira Walker, 29, passaram por dias de tensão e medo, após a cadela fugir durante um passeio matinal. A procura por Melina, que tem entre 4 e 5 anos, sumida desde a sexta-feira, 1º de março, mobilizou os venâncio-airenses através das redes sociais, no fim de semana. Mas, no domingo, 3, veio a boa notícia: Melina foi localizada com a ajuda de um cão farejador.

Tainara explica que, na sexta pela manhã, durante o passeio, Melina se soltou da guia e, como é uma cachorrinha resgatada (foi adotada no dia 4 de setembro), tem traumas e medos que a fizeram disparar correndo pela rua Jacob Becker, em direção à RSC-453. Na rodovia, ainda foi vista por um homem, proprietário de uma loja de estofados, que tentou pegá-la, mas, novamente se assustada, fugiu e desapareceu na mata fechada, antes da ponte do arroio Castelhano.

Começou uma mobilização de busca por Melina. Família e amigos a procuravam, mas não conseguiam nenhuma pista da cachorrinha. A tutora enfatiza que, no sábado pela manhã, recebeu informações de que ela estaria em uma casa perto da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB). Porém, se tratava de um golpe: estavam pedindo dinheiro em troca do animal. “Foram dias desesperadores, foi difícil ficar em casa. Ficamos o sábado todo rodando, procurando por ela”, afirma Tainara, que é professora.

Quando a esperança de encontrar Melina estava esgotando – os tutores tentaram até consultar imagens de câmeras de segurança e utilizaram drones -, uma amiga sugeriu o uso de cães farejadores. Tainara lembrou de Francisco Konzen, 39, que é adestrador de cães. Contatado, prontamente foi ajudar.

Dupla de heróis

Já era 17h30min de domingo, 3, e a última tentativa de achar Melina seria com a ajuda de Gin, um pastor alemão de 5 anos, que através do treinamento poderia conseguir farejar o cheiro da cadela. “Francisco foi preparado para passar horas no mato com o Gin, mas em dez minutos a encontraram. Naquele momento, eu achei que ela estava morta, pois passamos diversas vezes pelo local. Mas não estava e eu chorei de felicidade”, destaca a tutora de Melina.

Francisco explica que o seu cachorro, Gin, já era treinado com cursos de polícia para encontrar pessoas através do odor. “Foi uma ação rápida. A Melina estava em choque, paralisada e não respondia aos gritos e chamados”, ressalta. O adestrador foi outro que não conteve a emoção. “Foi a primeira missão real do Gin. Antes disso, eram só simulações”, ressalta.

Francisco trabalha com adestramento, obediência básica e comportamento de cães há três anos. “Isso prova como o cão é eficiente. Foi gratificante ter feito parte disso e estou recebendo muitas mensagens de carinho”, reitera. Melina foi encontrada após Gin cheirar sua guia e alguns panos que usava para dormir.

Francisco, Gin, Milena e Tainara logo após encontrarem a cachorrinha. (Foto: Arquivo pessoal)

“Seremos eternamento gratos ao Francisco e ao Gin. Eles foram nossos heróis. Não perdemos as esperanças em nenhum momento.”
TAINARA SARGENHESKI
Tutora da Melina

Mobilização

  • Muitas pessoas contribuíram na divulgação do caso e procura de Melina. Como Arthur é proprietário da Loja Sol e Cor, o Instagram do estabelecimento também foi usado para compartilhar fotos da cachorrinha. “Ficamos emocionados com a rede de apoio de todos que gostavam da gente e da Melina e se envolveram na procura”, reforça.
  • Tainara estende o agradecimento ao proprietário da loja de estofados, perto do local onde Melina sumiu, e ao Eduardo Seibert que não mediu esforços na procura por ela. Agora, já em casa e sob cuidados, Melina passa bem. Está ainda debilitada devido aos dias sem comer e beber água em meio à mata, e ontem passou por consulta veterinária. Aos poucos, ela se recupera do susto, assim como seus tutores.
Melina se recupera em casa. (Foto: Arquivo pessoal)