Construída para abrigar condenados em regime fechado, a Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva) já presenciou duas fugas, registradas em 2017, e uma tentativa de invasão, em 2021. Dos 15 presos que fugiram nas duas oportunidades, os que não foram recapturados, foram mortos; e o segundo episódio segue sendo investigado.
De lá para cá, muito se alterou em termos de segurança. Novas luzes em todo o entorno da casa prisional, mais grades na parte de trás das celas e chapas de aço em alguns pontos. Mas nada deu resultados tão positivos quanto a presença de cães no pátio da penitenciária.
Os chamados ‘cães de rede’ são treinados especificamente para agredir e evitar fugas, alertando a qualquer aproximação estranha. Isso evita tentativas de fugas ou de aproximação de pessoas que pretendem arremessar objetos para o interior da casa prisional, por exemplo. “Estes cães, da raça pastor malinois, são muito ativos e alertam a segurança se alguém se aproxima”, explica o coordenador do canil da 8ª Delegacia Penitenciária Regional (8ª DPR), Diogo Blaszak.
Atualmente, seis cães fazem a segurança externa, ficando dois em cada setor. As fugas cessaram e os arremessos de objetos ilícitos (drogas e celulares), praticamente inexistem.
Canil
O prédio do canil da (8ª DPR), construído em frente à Peva, está pronto, faltando alguns ajustes. Ele já abriga o pastor alemão Demo, um cão de multifunção, e o filhote de pastor malinois, Péritas. “O Demo pode atuar na intervenção, faro de drogas e armas, além de busca e captura. O Péritas está em treinamento”, explica Blaszak.
O canil tem oito box e foi construído dentro dos padrões exigidos para servir como alojamento e descanso para os cães. Há local específico para os cães dormirem e tomarem sol. As verbas vieram do Poder Judiciário e foram administradas pelo Conselho da Comunidade, que tem na presidência o empresário Flávio Bienert.
Ao lado do colega Luiz Patrício, um especialista em cães de faro, Blaszak pretende ampliar a área do canil, com a construção de uma sede administrativa, e uma piscina e uma pista de treinamento exclusivas para os cães. “E também quero treinar os cães para fazer busca e salvamento de pessoas”, revelou o coordenador do canil, que tem total apoio do diretor da casa prisional, Daniel Portela.
Para isso, busca uma parceria com a Companhia Especializada em Busca e Salvamentos (CEBS) do Corpo de Bombeiros Militar de Porto Alegre. Assim, segue Blaszak, “em caso de necessidade podemos usar os cães do nosso canil para reforçar as buscas”.
Além de auxiliar o trabalho nas casas prisionais, os cães estão disponíveis para auxiliar a Polícia Civil, Brigada Militar, Polícia Federal e quem mais requisitar.
“Estamos disponíveis para atuar em qualquer lugar. Se formos requisitados e tivermos aval, vamos aonde for necessário.”
DIOGO BLASZAK
Coordenador do canil da 8ª DPR