Nesta terça-feira, 31 de dezembro, chega ao fim o ciclo de oito anos de administração do prefeito de Vale Verde Carlos Gustavo Schuch (MDB). Ao encerrar os dois mandatos à frente do Executivo, ele avalia os avanços do município nas áreas econômica e de infraestrutura. Também destaca como uma das principais conquistas a gestão de pessoas. Nesta publicação especial serão destacadas as obras e projetos executados em Vale Verde ao longo dos últimos oito anos. No primeiro mandato, teve como vice-prefeito Roque Eisermann (MDB), e no segundo, Ricardo Froemming (MDB).
Folha do Mate – Quais foram os desafios para gerir Vale Verde ao longo dos últimos oito anos?
Carlos Gustavo Schuch – Foram vários desafios. Inicialmente, o primeiro desafio era a questão financeira. Todo mundo sabe que Vale Verde é um município pequeno. Então, primeiro tentamos estimular a geração de emprego e renda. Precisávamos de uma estrutura melhor de máquinas e veículos novos, mas talvez o orçamento do Município não comportaria isso. Por isso, no primeiro mandato praticamente trabalhamos focados na estruturação do Município, com geração de emprego e de renda, busca de algumas empresas que pudessem alavancar o nosso valor adicionado. Conseguimos colocar Vale Verde no mapa. Com a vinda da Dália Alimentos, da Cooperativa Arla e da Bendo Alimentos conseguimos, também, buscar mais recursos. Nos aproximamos dos governos do Estado e criamos canais com o Governo Federal. Agora, no segundo mandato, conseguimos reestruturar todas as secretarias, desde mobiliário até máquinas pesadas na agricultura, nas obras e na saúde, por exemplo. Trabalhamos, também, com projetos para as pessoas, além de iniciativas que já existiam. O projeto das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICs) foi muito importante para nossa comunidade e fomos pioneiros na região com a implementação dele. Agora, chegamos em um patamar de início de investimentos na área da educação, com a construção da nova escola de Ensino Fundamental, que deverá abrir mais portas para investimentos nessa área.
Como o senhor avalia o crescimento econômico e o desenvolvimento em infraestrutura de Vale Verde?
Avalio de forma muito positiva. Primeiro, dobramos o orçamento, de 2017 até hoje. Saímos de R$ 16 milhões para a previsão de R$ 32 milhões em 2025. Na área da infraestrutura, melhoramos muito também, com diversas obras de asfaltamento e construção de calçadas, e ainda há muito para fazer, porque Vale Verde é um município amplo. Lamento que não conseguimos finalizar o projeto da praça, porque tivemos um problema com a empresa, que não conseguiu evoluir no trabalho. Vamos licitar novamente. Se não fosse isso, a praça também estaria concluída. Ela vai contar com academia ao ar livre, chimarródromo, área de lazer e pracinha para as crianças.
Quais as principais conquistas de Vale Verde nos últimos oito anos?
Primeiro, é a questão da Dália Alimentos, Cooperativa Arla e Bendo Alimentos. Foram três conquistas importantes e que abriram as portas, colocaram Vale Verde no mapa. Mas a estruturação interna, de pessoal, foi a maior conquista, porque se você não tiver uma equipe qualificada, não consegue captar recursos. A estruturação interna, tanto administrativa quanto em termos de máquinas, veículos e profissionais para atendimento, como no caso dos médicos, que são três. O ganho do Município não é só na obra, na construção de um prédio ou na pavimentação de uma rua. Tem que ser transformado em benefício para a comunidade em qualidade de vida. Para nós, o maior prêmio, sem sombra de dúvidas, é a eficiência e a transparência no serviço público.
Qual legado o senhor considera ter deixado como prefeito?
Um trabalho com transparência, competência e honestidade. Esses são os três maiores pilares do nosso governo. Sempre abrimos todo o nosso trabalho, nada aqui dentro [da Prefeitura] é escondido e sempre dei toda a autonomia para os secretários trabalharem. Temos até 2022 o nosso trabalho aprovado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), o que para nós também é um orgulho. Falo muito sobre honestidade e competência; fazer a coisa certa é o que eu mais cobro. Temos que fazer um trabalho bem-feito para que ele não gere retrabalho e tenhamos resultado.
“Considero a competência, a transparência e a honestidade como os três pilares da nossa Administração em Vale Verde.”
Qual foi o seu maior aprendizado como prefeito de Vale Verde?
Primeiro, a questão da empatia, de me colocar no lugar da outra pessoa e, com isso, conseguir medir a necessidade do próximo, seja ele um cidadão, uma empresa ou um agricultor. Cada um com sua especificidade. Aprendi a conhecer as pessoas e trabalhar junto com elas. Hoje, meu maior aprendizado é esse. Anos atrás era necessário saber administrar, hoje o maior desafio é a gestão das pessoas. Se as pessoas não aderirem ao teu projeto, não estiverem junto contigo, não vai ser possível ter sucesso. Administração de pessoas foi o maior aprendizado.
Qual é o sentimento ao encerrar esse ciclo de oito anos à frente do Executivo vale-verdense?
Em primeiro lugar, é de dever cumprido. Desde o início, quando eu entrei aqui, eu sei que a Prefeitura não é minha, que o Município não é meu, mas eu trabalhei como se esse gabinete fosse a minha casa. Trabalhamos muito para que tudo desse certo.
“Saio com o sentimento de não poder estar aqui para dar continuidade a vários projetos, mas também com o sentimento de dever cumprido, de que eu fiz o meu melhor e que contribuí para o desenvolvimento de Vale Verde.”
Quais iniciativas o senhor projetou, mas não conseguiu realizar?
No Balneário Monte Alegre, por exemplo, nosso maior ponto turístico, reformamos um deck, fizemos um poço artesiano e construímos um banheiro novo. Eu pensava em fazer algo a mais, mas não conseguimos. Outros projetos na área da agricultura, voltados a diversificação também não conseguimos realizar a tempo. Tem algumas iniciativas pendentes, mas eu acredito que a próxima gestão poderá implementá-los.
Quais conselhos o senhor daria para o prefeito eleito?
Trabalhar com o máximo de transparência, serenidade e honestidade possível, e ter empatia com a população e pelos vereadores. Assumimos em 2017 com cinco vereadores e finalizamos o primeiro mandato com seis. Depois, elegemos sete dos noves vereadores na reeleição e estamos finalizando o segundo mandato com os nove parlamentares do Legislativo trabalhando junto com o Executivo de uma forma muito boa. Isso também é um mérito nosso. É respeito e diálogo com Câmara de Vereadores e com os funcionários. Assim, conseguimos aprovar todos os projetos que fossem de interesse comum – do Executivo, do Legislativo e da população.