O voluntariado é uma característica forte dos cidadãos de Venâncio Aires e, entre as diversas entidades ativas no município, completa 60 anos nesta terça-feira, 3, a Casa da Amizade. Entidade formada por um grupo de mulheres engajadas em projetos e que lideram atividades desenvolvidas na Capital do Chimarrão.
Um exemplo é a entrega de kits maternidade para mães de baixa renda que fazem partos no Hospital São Sebastião Mártir (HSSM). As mulheres compram e recebem doações de itens de higiene e roupas para completar o enxoval que é destinado às mamães e bebês do município. A casa de saúde também sempre foi auxiliada com a compra de equipamentos e materiais por parte da entidade.
Também colabora com a Escola de Educação Infantil Casa da Amizade, que fica em anexo ao hospital e, hoje, com 35 anos de história, atende não somente os filhos de funcionários, mas crianças em geral. A comemoração dos 60 anos será feita em um almoço, no sábado, 7, às 11h, na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB).
A atividade é destinada para as integrantes, terá a presença da coordenadora distrital Rosa Maria Centeno e ocorrem também as posses de duas novas associadas. A data do aniversário da entidade também foi lembrada em uma homenagem prestada na Câmara de Vereadores de Venâncio Aires, por indicação da vereadora Claidir Kerkhoff Trindade (União Brasil).
Reuniões
As reuniões da Casa da Amizade de Venâncio Aires ocorrem uma vez por mês, sempre em uma quarta-feira combinada previamente, às 19h30min, no Restaurante Coutinho. A próxima será no dia 17 de outubro. Interessadas em participar podem entrar em contato com uma das integrantes e, para serem oficializadas, devem participar de, pelo menos, duas reuniões e um evento, ou três eventos. Um dos objetivos da gestão da presidente Márcia Bade é conseguir integrantes mais jovens, para dar sequência ao trabalho já desenvolvido.
Márcia ressalta que, na sua gestão, pretende realizar, junto com as demais companheiras, o máximo de projetos possíveis, e tornar as reuniões não um compromisso, mas um momento de confraternização e encontro com amigas. “Fico feliz quando noto que todas esperam o dia da reunião com ansiedade para trocar ideias”, afirma.
A presidente destaca que, nesta gestão, o grupo tem investindo mais em mídia, para divulgar o trabalho da entidade e para que mais pessoas possam conhecer, além de sempre deixar transparente o destino das doações e valores recebidos. Para ficar por dentro do trabalho da entidade de Venâncio Aires, acompanhe a página do Facebook Casa da Amizade Venâncio Aires e o Instagram @casadaamizadevenancioaires.
“O que me motiva a ser voluntária é tirar um sorriso do próximo e um abraço em forma de gratidão. Ter este retorno das pessoas e, principalmente, das crianças, muda o dia deles e o nosso também.”
MÁRCIA BADE
Presidente da Casa da Amizade
- 31- É o número atual de associadas da Casa da Amizade de Venâncio Aires.
História
- O começo da entidade no mundo todo foi com o nome de Associação das Senhoras dos Rotarianos (ASR) e estava ligado às esposas dos companheiros do Rotary Club. Após alguns anos, passou a ser conhecida como Casa da Amizade. O movimento começou oficialmente em 1923, na cidade de Manchester, na Inglaterra.
- No Brasil, a primeira Casa da Amizade surgiu em Bauru, São Paulo, em 1938. No país, por lei, a associação de senhoras dos rotarianos ou Casa da Amizade é uma entidade civil, de utilidade pública.
- Em Venâncio Aires, a Casa da Amizade começou em 1959 e foi oficialmente fundada em 3 de outubro de 1963, com registro e aprovação do primeiro estatuto como Casa das Senhoras dos Rotarianos. No município, eram conhecidas também como Damas Rotárias.
- Na Capital do Chimarrão, a Casa da Amizade se tornou independe do Rotary Club na gestão 2008/2009, quando a presidente do clube pôde ser qualquer mulher, não necessariamente a esposa de um rotariano.
- No ano passado, foi feito um pedido para que a Associação das Senhoras dos Rotarianos passasse a se chamar formalmente de Associação Casa da Amizade, e o deferimento do pedido aconteceu no último Encontro Nacional da Amizade (ENA), este ano, no Paraná. A partir de agora, em dois anos, o emblema, hino, estatuto e demais itens serão modificados para se adequarem a esta mudança em todo o mundo.
- Com o tempo, algumas regras da entidade também mudaram, como por exemplo a participação das integrantes, que antes deveria ser feita em 70% pelas esposas dos integrantes do Rotary Club Venâncio Aires. Não faz muito tempo que a regra inverteu: agora, vale para apenas 30% do time das mulheres, os outros 70% podem ser compostos por mulheres da sociedade, sem que o marido tenha ligação com o Rotary.
- “Vemos que os tempos mudaram e nos tornamos cada vez mais independentes. Claro que os rotarianos nos ajudam ainda, mas desenvolvemos os projetos por nossa conta”, explica a presidente Márcia Bade.
*Com informações do livro Uma História de Pura e Gratificante Amizade.
Gestão 2023/2025
- Presidente: Márcia Ziege Bade
- Vice-presidente: Queli Silene Seidel Heisler
- Secretária: Cristiane Teixeira Porto
- Vice-secretária: Cristiani Fabiana Delavy
- Tesoureira: Cristiane Inês Klock
- Vice-tesoureira: Sirlene Marion Keller Roessler
- Diretora de Protocolo: Andréia Maria Fischer Wietzke
- Vice: Ana Cristine Heinen Stertz
- Diretora de Patrimônio: Miriam Beatriz Ribeiro Fischer Freitag
- Vice: Milita Silberschlag
- Diretora de Assuntos do Berçário e Escola: Ana Cristina Freitas Schuck
- Vices: Analuci Lenuzza de Oliveira Pesqueira e Elaine Teresinha Ferreira Heissler
- Diretora de Comunitários: Marilene Teresinha Hinterholz Schmitz
- Vice: Roselaine Silveira da Rosa
- Diretora de Eventos: Juliana Cristina Jantsch
- Vices: Kerlen Raquel Correa Teixeira e Queli Silene Seidel Heisler
- Diretora de Imagem Pública: Lunara Cristina Bade
- Vice: Cristiane Teixeira Porto
Participação na chegada de novos venâncio-airenses
A presidente da Casa da Amizade de Venâncio Aires, Márcia Bade, explica que o projeto do kit maternidade é mantido desde o início da entidade do município, sendo considerado o mais tradicional e trabalhoso. “Arrecadamos muita coisa de forma interna e recebemos da comunidade. Tudo é selecionado e doado para estas mães e bebês”, ressalta. Recentemente, ela comenta que receberam também R$ 8 mil do Fundo Social do Sicredi para agregar no projeto.
Márcia conta que a companheira Elaine Heissler, que trabalhava no hospital, sempre foi muito parceira para a realização do projeto. Hoje, ele segue sempre com a contribuição da chefia da maternidade do hospital, sob responsabilidade das integrantes que fazem parte da comissão do projeto. “As enfermeiras sempre conversam antes com as mães, para entender o que elas e os bebês mais precisam”, afirma a presidente.
A supervisora de Enfermagem da Maternidade/Centro Obstétrico e Berçário do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), Camila de Moura Scheibler, enfatiza que a parceria acontece há muitos anos, geralmente nos períodos de trocas de estação, quando as companheiras da Casa da Amizade levam novos kits para o setor. “A entrega para as famílias carentes é feita conforme a demanda e novos contatos são feitos quando se tem dificuldade em itens específicos, como mantas e banheiras. Sempre tivemos uma grande ajuda com as mães do berçário com a entrega destes kits completos”, afirma Camila.
Em algumas situações, a família chega a fazer contato antes do nascimento com a Casa da Amizade para solicitar a doação e, quando a mãe dá entrada no hospital, a equipe já avisa as integrantes para fazerem uma entrega oficial. Camila enfatiza que a entidade doou uma banheira e detector fetal para uso no Centro Obstétrico da casa de saúde. Para a ala pediátrica, também foram cedidas duas banheiras para uso da equipe e das mães que ficam com os bebês internados.
O presidente do HSSM, Marcelo Farinon, faz referência à entidade com extrema gratidão em nome de toda instituição. “Com este tipo de atitude e doações, a instituição se valida de forma assistencial e favorece às necessidades dos pacientes sem condições financeiras, atendendo de maneira digna. Que esta parceria sirva de exemplo para outros fins assistenciais que o hospital dispõe”, observa Farinon.
Pintando o Sete
Outro projeto mantido atualmente é o Pintando o Sete, que é um grupo de danças gauchescas na ONG Parceiros da Esperança (Paresp). A entidade custeia o professor Diego Goethel para que, uma vez na semana, ensine a dança, cultura e tradição do estado às crianças. Este projeto também conta com o patrocínio das empresas Bade e Dimac, já que foram confeccionadas indumentárias idealizadas pelas integrantes da Casa da Amizade para 10 casais. O projeto, inclusive, foi premiado no ENA com a comenda Ilka Munhoz.
Também na Paresp, segue sendo feito o projeto Mulheres Inspiram Mulheres, uma indicação da coordenadoria regional. Em anos anteriores, profissionais realizavam oficinas com as meninas da instituição e, neste ano, o intuito é abranger principalmente jovens de 12 a 18 anos, com um olhar formador. A presidente explica que, inicialmente, o viés era mais voltado a palestras com profissionais como nutricionista, ginecologista e área da beleza e, agora, a intenção é oferecer cursos profissionalizantes como de culinária e maquiagem, para que as meninas tenham essa formação agregadora em seus currículos.
Outra iniciativa é o recolhimento de frutas doadas por supermercados do município e destinadas para entidades. O transporte destes alimentos é feito pelas integrantes da Casa da Amizade. Márcia afirma que, nas quartas-feiras, o Super Lenz destina frutas para a Casa de Acolhimento e, nas quintas, o Super Do Bom doa frutas para a ONG Paresp. “Todas as semanas temos essa parceria, caso alguém se prontifique e disponibilize seu tempo para fazer esta busca e entrega”, explica.
- O tradicional Bingo da Casa da Amizade é uma fonte de arrecadação de recursos da entidade. A atividade, geralmente, é realizada três vezes no ano.
Mais de 40 anos como voluntárias
Entre as integrantes com mais tempo na Casa da Amizade está Miriam Freytag, de 74 anos, com 46 anos de participação na Casa da Amizade, e Milita Silberschlag, de 77 anos, com 40 de associação. Miriam lembra do início do projeto do kit maternidade, que foi idealizado por uma das sócias-fundadoras, Romana Freytag.
“No começo, as mulheres bordavam as roupinhas e faziam todo o enxoval à mão”, diz. Outras que participaram deste início, relembra Mirim, foram Odila Bülow e Elenice Fontoura, junto com demais companheiras. “Cada uma se desdobrava como conseguia, principalmente para o projeto não parar nos meses de janeiro e fevereiro”, conta.
Milita reconhece que é uma honra e tem gratidão por participar de parte dos 60 anos de história da entidade. “Sessenta anos não são seis”, enfatiza. Ela destaca que o que mais marca nesta trajetória é o quanto gosta de participar e desenvolver os projetos.
Márcia Bade destaca que as duas integrantes são motivação e inspiração frequente para as demais companheiras. “Sempre prontas para ajudar”, completa.