O objetivo é movimentar o turismo no município, oferecendo mais um ponto de visitação, contemplação, degustação e integração ao meio rural. A produção de uva de mesa promete ser um atrativo em Linha Olavo Bilac. O empreendimento é do casal Leopoldo e Zândrea Schwingel, que iniciou o cultivo na propriedade localizada a sete quilômetros do centro de Venâncio Aires. A expectativa é que, em janeiro de 2026, o espaço seja aberto ao público.
O projeto, segundo Leopoldo, iniciou há quase um ano. Recentemente, o casal colheu alguns cachos das variedades rubi, núbia e rainha itália, que podem chegar a um quilo. A terra vermelha, próximo à várzea do Arroio Castelhano, é rica e própria para a produção. Oferece praticamente todos os nutrientes que a uva necessita para se desenvolver, inclusive superando o solo da região serrana, segundo ele. “Fizemos um estudo que apontou ausência de apenas dois nutrientes e fizemos o manejo necessário.”
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O futuro novo ponto turístico da Capital Nacional do Chimarrão se chama Vom Hügel Uvas de Mesa. Tem como foco o cultivo de seis variedades de uvas com e sem sementes, que poderão ser colhidas pelos próprios turistas e consumidas in natura no local de visitação.
A propriedade de oito hectares pertencia a Ludvino e Nelsi Schwingel, que a transferiram aos herdeiros. Aposentados, hoje acompanham o trabalho do caçula Leopoldo, que é professor de música, mas decidiu retornar para o interior e empreender. Para isso, adquiriu as partes das três irmãs e começou a tocar o projeto ao lado da esposa Zândrea e da filha Olívia, de 3 anos.
De volta
Tanto Leopoldo quanto Zândrea deixaram o interior para estudar e retornaram. Ele se formou músico na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Tocou em conjunto de baile. Hoje, é professor concursado, com 20 horas, na Prefeitura de Arroio do Meio. Todas as segundas e terças-feiras, há 15 anos, viaja para ministrar suas aulas. Zândrea é protética. Fez curso em Porto Alegre, onde residiu. Atualmente trabalha em casa, atendendo odontólogos do município.
A conexão dos dois é visível. Ambos optaram por retornar às raízes e, desde que se conhecerem, há cerca de cinco anos, alimentam o sonho de transformar a propriedade em um lugar viável, que possam conciliar com suas profissões. Então, a partir da pandemia de Covid-19, em 2020/2021, quando Leopoldo sentiu o ‘gostinho’ de ficar em casa, com a família, o casal decidiu que seria a hora de investir na propriedade.
Essa conexão do casal se constata quando Leopoldo e Zândrea falam juntos a respeito do projeto, sentados à mesa, durante o café manhã. “Ideias não faltam”, diz ela. O assunto flui e os sonhos vão sendo colocados. Mas, tudo o que é pensado e tratado sobre a Vom Hügel – que significa ‘do morro’ ou ‘da colina’ –, é muito bem avaliado.
Primeira safra é projetada para o próximo ano
Antes de definir pelo plantio de uvas de mesa e vincular a produção ao turismo rural, o casal pensou em várias possibilidades, como plantar milho, criar suínos e outras culturas comuns na região. Mas, além de investimentos vultosos, não era o que desejava. Leopoldo e Zândrea, então, “correram atrás”, como se diz. Visitaram outros produtores, conheceram outros empreendimentos rurais, até encontrarem alguém que cultiva uvas de mesa em Marques de Souza, no Vale do Taquari.
Para executar o projeto, o casal financiou R$ 120 mil, que destinou à cobertura das videiras (estufa), cercamento da área, perfuração de um poço artesiano, instalação de um sistema de irrigação e construção de um galpão, que servirá de recepção aos visitantes, com acesso à internet. Parte do material e insumos vêm de empresas de Garibaldi e Bento Gonçalves, que também prestam informações sobre a cultura. E a assistência técnica é prestada por engenheiro agrônomo de São Domingos do Sul, especialista na produção de uvas.
O empreendimento
Para produzir a uva de mesa, o casal destinou meio hectare para o parreiral. Neste local, situado no ponto mais alto da propriedade, com vistas privilegiadas para o Monte Belo e para a cidade de Venâncio Aires, os visitantes poderão escolher, colher e degustar as uvas.
Leopoldo e Zândrea plantaram 1,3 mil videiras, a maioria rainha Itália. As demais variedades são núbia, benetaka, vitória, rubi e a exótica bananinha. O plantio ocorreu em julho do ano passado. Alguns cachos já foram colhidos de lá para cá, mas a primeira safra é aguardada para janeiro do próximo ano. A previsão é colher 5 toneladas inicialmente, com possibilidade de chegar de 10 a 15 toneladas no ano seguinte.
O apoio
O apoio da família tem sido importante para tocar o projeto. Além dos Schwingel, os pais de Zândrea igualmente aprovaram a ideia. Leopoldo observa que o sogro Reinaldo Schwendler é um grande entusiasta do projeto. Também traz muitas ideias para o empreendimento. Lembra que, quando comentou que teria de comprar um aparador, para cortar o inço que crescia no entorno das videiras, o pai da sua esposa comprou o equipamento. Seu Reinaldo é produtor de suínos em Vila Santa Emília, onde vive com a esposa Marlise, professora aposentada.
Assim que a produção estiver consolidada, o casal pretende busca apoio em outras instâncias. A intenção é ingressar na Rota do Chimarrão. Para isso, eles esperam pela visita dos integrantes do projeto turístico e da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo.
