A oportunidade para concorrer a vereador em Mato Leitão surgiu na segunda eleição realizada no município, em 1996. “Fui convidado para ser candidato e desde então participei de todas as eleições até agora. É gratificante participar e conseguir fazer algo pelas pessoas”, destaca o agricultor Rony Stöhr, 67 anos, vereador reeleito pelo PSDB no dia 6 de outubro. Ele alcançou 199 votos e é o quarto vereador mais votado do município.
Nas duas primeiras oportunidades em que ocupou uma cadeira no Legislativo da Cidade das Orquídeas, Stöhr era filiado ao PDT. Entretanto, nos dois últimos anos do segundo mandato ele foi um vereador independente, porque não tinha sigla partidária.
Em 2003, junto de outras lideranças partidárias locais, entre elas o atual prefeito de Mato Leitão, Carlos Bohn, também tucano, o vereador reeleito ajudou a criar o PSDB na Cidade das Orquídeas. O grupo também recebeu o apoio do ex-deputado federal Júlio Redecker (já falecido). Na eleição municipal seguinte, realizada em 2004, Stöhr já concorreu ao cargo de vereador pelo PSDB e foi eleito.
No pleito deste ano, o morador de Vila Santo Antônio, no interior, conquistou o sexto mandato na Casa do Povo – das oito eleições em que concorreu, em apenas duas não foi eleito – e a partir de 2025 vai se tornar o vereador titular com o maior número de mandatos no município – são seis no total. “Acho que o objetivo da gente é ajudar as pessoas. Quando se está em um cargo público acredito que essa é a parte que precisamos contribuir e esse é um trabalho que faço”, menciona, ao ressaltar o que lhe motivou a buscar uma cadeira na Câmara de Vereadores.
Para Stöhr, a criação do PSDB em Mato Leitão foi muito importante. “Vale a pena buscar algumas coisas diferentes. O PSDB tem uma contribuição significativa no município e o Carlos Bohn [prefeito do município] tem essa porta aberta no Governo do Estado. Hoje, para administrar o Município, seja ele grande ou pequeno, se não tiver essa qualidade de buscar recursos, acho que não se chega a lugar nenhum. E sempre com parceria, isso é muito interessante.”
Ele também destaca os avanços na agricultura, realizados por todos os ex-prefeitos, com a formatação de vários programas de incentivo, e a construção do Centro Administrativo Municipal. Stöhr é o atual presidente do Legislativo de Mato Leitão e já ocupou essa função em outras duas oportunidades – em 2006 e em 2008. Também foi secretário de Agricultura e Meio Ambiente durante dois anos e dois meses, no governo entre 2009 e 2012. Além disso, já foi presidente da Assocersa e da rede hídrica de Vila Santo Antônio.
O vereador reeleito pelo PSDB é agricultor e trabalha, em parceria com o filho Daniel, 41 anos, com o plantio de grãos e com a suinocultura. Ele também é pai da Daniela, de 46 anos, e da Jéssica, de 32 anos, e é avô do Lucas, de 11 anos. É casado com Vera Lúcia Burghartdt Stöhr, que tem 60 anos.
Folha de Mato Leitão – Quem é a sua maior inspiração na política?
Rony Stöhr – O Júlio Redecker [ex-deputado federal]. Além dele, o Carlos Bohn [atual prefeito de Mato Leitão] e a Zilá Breitenbach [ex-deputada estadual]. Ela sempre está presente em Mato Leitão e admiro ela porque, apesar da idade, tem a inspiração de fazer algo pelas pessoas. O Carlos e o Júlio, como políticos, pela simplicidade deles. No caso do Júlio, ele buscou um município como Mato Leitão, que na época da criação do PSDB não tinha três mil eleitores, e deu essa credibilidade para nós. Tem que respeitar essas pessoas, porque elas te valorizam.
O que representa para você ter sido reeleito?
É bem gratificante participar de todas as eleições e ainda chegar na oitava com a votação que fiz. Acho que é uma forma do eleitor mostrar que vê algo que eu ainda posso contribuir.
Por que você considera que foi reeleito?
Credibilidade. As pessoas acreditaram que eu poderia continuar e ainda contribuir com o município e as próprias pessoas.
Para você, qual é o papel do vereador?
Ser o fiscal do poder Executivo. Ele é um intermediador e leva as reivindicações à Administração Municipal. Essa é uma parte que fazemos dentro do grupo da coligação, formada pelo PSDB, PDT e MDB. Nos reunimos praticamente todas as semanas e cada vereador leva as suas reivindicações e a partir disso eu penso que acontece a formulação do desenvolvimento.
Qual vai ser a bandeira do seu mandato como vereador?
Todas. Educação, saúde e cultura. Mas a principal ainda será a agricultura, porque a gente provém dela. Eu sou agricultor. Então, essa é uma das principais. Mas todas elas são importantes.
Qual projeto, ação ou obra precisa ser realizada em Mato Leitão?
Educação e saúde vão ter um crescimento. Cada ano, elas vão ter mais demanda de investimentos e precisam estar no foco. E o lazer, que faz parte do parque de esporte, turismo, cultura e lazer que está projetado para as proximidades do Centro Administrativo, é uma reivindicação da comunidade há mais tempo.
Você é vereador de situação. De que forma isso influencia na condução do seu trabalho?
Acho que ajuda um pouco, porque praticamente toda a semana temos uma reunião com o prefeito que possibilita de forma mais prática chegar ao Executivo e repassar as demandas que vão sendo coletadas. Mas nas decisões sobre os projetos que vão para a Câmara eu tenho minha posição. Os projetos que eu acho que são bons para todos sou a favor. Nessa parte eu sou independente. Eu aprovo o que é bom para o município e para a população.
Se você tivesse que escolher apenas uma conquista de Mato Leitão ao longo desses 32 anos de história, qual você elencaria?
Educação. A municipalização da Escola Santo Antônio de Pádua, em 1998, com todas as outras que foram desativadas e os estudantes passaram a integrar a instituição de ensino [Duque de Caxias, Felipe Camarão e Castro Alves]. Vejo que isso foi um ponto fundamental para o município. Ficou melhor dessa forma que está hoje. Acho que foi um ato de muita coragem na época do prefeito Carlos Bohn, que implantou isso, e fico satisfeito de ter participado como vereador.
