Investir em tecnologia e em segurança é palavra de ordem na Transportadora Augusta. A empresa venâncio-airense, fundada em 1991, vive uma nova fase há 15 anos, quando passou a comprar, exclusivamente, caminhões automáticos. Como explica a gerente de frota, Cláudia Eugênio, a decisão se deu baseada na qualidade e na realidade de mercado. Os modelos mais novos são menos agressivos com o meio ambiente, mais econômicos e proporcionam maior segurança aos condutores e aos outros motoristas que transitam pelas rodovias.
Atualmente, a frota conta com 90 cavalos – como é conhecida apenas a parte frontal do caminhão, sem considerar a carreta. Destes, apenas cinco têm câmbio manual, modelos de 2008 e 2009. “Para facilitar a vida do motorista, a empresa usa tudo que um caminhão precisa de tecnologia. Estamos tentando nos adaptar aos novos caminhões”, afirma o assistente de frota Alexandre Pereira.
Além da segurança, o investimento em veículos modernos também proporciona maior contenção de gastos. As montadoras estimam uma economia de 3% a 5% em relação ao combustível, no entanto, na prática, de acordo com Pereira, a redução nos custos é até maior. “O motor vai cambiar sempre dentro do próprio giro, ele não vai ter aquele giro elevado, nem muito baixo, vai estar sempre dentro da programação do módulo, então isso beneficia no consumo de combustível”, explica. A mudança acaba valendo a pena para a transportadora, uma vez que cerca de 60% do custo atual da Augusta é com óleo diesel.
A economia ainda vai além. Isso porque um sistema de telemetria avançado presente nos veículos mais modernos é capaz de reduzir também o gasto do freio e dos pneus.
Telemetria
Os caminhões mais novos já vêm com um sistema incluso que realiza um trabalho de topografia das rodovias. Ou seja, na prática, é como se o programa de telemetria avançada ‘avisasse’ o motor sobre os trechos pelos quais o veículo passará. “Se está em uma subida, o caminhão se adapta para fazer menos força e subir com mais facilidade”, exemplifica Pereira.
Além disso, o acelerador inteligente também faz com que o caminhoneiro precise pisar menos no pedal. “O caminhão acaba trabalhando muito mais para ti do que a gente para ele”, resume o motorista Gustavo Micael Bohnen, 25 anos. Há dois anos como funcionário da empresa, ele é um dos 90 caminhoneiros da Augusta.
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Programa Augusta Acidente Zero (Paaz)
Criado em 2006, o Programa Augusta Acidente Zero (Paaz) celebra o comprometimento dos colaboradores com um sistema mensal de premiação, reconhecendo boas condutas. Além disso, busca reduzir ocorrências operacionais e promover comportamentos mais seguros, resultando em menos acidentes. De acordo com a empresa, houve uma redução significativa na velocidade média dos caminhoneiros desde o início do programa.
“É bem interessante, porque influencia muito para fazer o certo, para não correr perigo na estrada. Tudo ajuda e é um incentivo que recebemos pra trabalhar do jeito certo”, avalia o motorista Gustavo Micael Bohnen.
Treinamento
As novidades são tantas que chegam a partir da tecnologia que os motoristas passam por uma entrega técnica, espécie de capacitação para saber utilizar todos os recursos dos veículos. “Se não, eles só vão usar o básico”, justifica a gerente de frota, Cláudia Eugênio.
Segurança na estrada, com frenagem automática e mecanismo de alerta de fadiga
Quando se fala em segurança e comodidade para motoristas, outro recurso que também chama a atenção é o sistema de frenagem automática. O condutor do veículo define uma distância que vai acionar o sistema, a definição ocorre a depender do tipo de rodovia, mas normalmente fica entre 20 e 100 metros. “Se estiver cansado, no marasmo no fim do dia, e o caminhão se aproximar de outro veículo que vai no mesmo sentido dele, para evitar uma colisão traseira, o próprio veículo já faz a frenagem automática. Vai dando duas, três freadas e o próprio motorista já vai se alertar”, explica o assistente de frota da Transportadora Augusta, Alexandre Pereira.
Antifadiga
Se o caminhoneiro apresentar sinais de fadiga, como desvio de atenção – por exemplo, olhar para o celular – ou se estiver pestanejando, o próprio caminhão tem um mecanismo de alerta. O aviso pode ser para o motorista ou, em casos mais graves, direto para a empresa. “Por exemplo, se o condutor cochilar na direção, a ferramenta envia um alerta, via satélite, e algum funcionário da empresa pode entrar em contato imediatamente com o motorista”, comenta a gerente de frota da Augusta, Cláudia Eugênio.
Essa identificação acontece a partir de câmeras e sensores instalados no interior da cabine. Ao emitir o alerta de sonolência, a transportadora tem acesso a todas as câmeras. Além disso, há câmeras e sensores externos, que ficam ligados o tempo todo. Eles têm duas funções: garantir que o veículo trafegue dentro da sinalização da faixa (emite um sinal sonoro quando é ultrapassado) e monitorar acidentes ou roubo de carga.
“A câmera fora do caminhão eu acredito que deveria ser obrigatória, para a segurança tanto do motorista como da empresa. Hoje em dia, o roubo de carga é inevitável. Com uma câmera dessa, a gente vai conseguir provar tudo o que aconteceu”, avalia Pereira. Além disso, com as imagens, a empresa consegue monitorar se o condutor ultrapassou o limite de velocidade estipulado pela transportadora, que é de 85 quilômetros por hora ou o máximo permitido na via.