Com participação tímida, água é tema de audiência pública na Câmara de Vereadores

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Na noite desta quinta-feira, 2 de fevereiro, a Câmara de Vereadores de Venâncio Aires sediou, mais uma vez, uma audiência pública para tratar sobre questões relacionadas ao abastecimento de água no município. Um assunto recorrente, que ano após ano é tema em diferentes espaços. Com pouca participação da comunidade no Plenário Vicente Schuck, a mesa foi presidida pelo vereador Ezequiel Stahl (Mais Brasil), que propôs a reunião como presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Legislativo.

Também fizeram parte da mesa o gerente da Corsan local, Ilmor Dörr; a procuradora-geral do Município, Gisele Spies Chitolina; o coordenador da Vigilância Sanitária, Gabriel Alves; a secretária de Planejamento e Urbanismo, Deizimara Souza; o vereador Elígio Weschenfelder, o Muchila (PSB); e o presidente da Casa do Povo, Gerson Ruppenthal (PDT). Outros vereadores também estiveram presentes e contribuíram com a discussão.

O tema central foram os problemas enfrentados com a água da Corsan, devido aos diversos relatos da coloração amarelada ou escura. O fato movimenta com frequência a equipe da Vigilância Sanitária, que fiscaliza os processos de tratamento de água na unidade da Corsan. Gabriel Alves salienta que está sendo feito um monitoramento, no qual a companhia envia relatórios de controle diários. Além disso, a Vigilância tem feito coletas e enviado para análise. “Fazemos a fiscalização nas estações de tratamento de água bem completa, da captação à distribuição e, dessa forma, solicitamos melhorias”, garante.

Com as reclamações da coloração da água, a Corsan encaminhou uma análise completa para tentar descobrir o motivo da mudança e a Prefeitura também pediu uma análise à parte. “Essa análise completa é feita semestralmente. A Corsan tinha até julho para nos apresentar. Mas, com isso, foi acordado em reunião que eles encaminhariam a realização agora, para chegar ao motivo desse problema”, diz o coordenador da Vigilância Sanitária.

Uma das suspeitas é que se trata de uma reação química nas tubulações, possivelmente em virtude dos baixos níveis do arroio Castelhano e maior acúmulo de matéria orgânica junto da água, mas ainda não há uma resposta concreta. A expectativa é que o resultado das análises – tanto a que é viabilizada pela Corsan, quanto a que foi encomendada pelo Executivo – traga as respostas e possíveis soluções para o problema.

Ilmor Dörr reforça que a água sai em totais condições de potabilidade da estação de tratamento. “Tivemos uma qualidade da água muito aquém no Castelhano. Reforçou essa questão da fiscalização junto ao Município. O volume de água era muito baixo, então a água ficava sem oxigênio, uma água pesada e difícil de tratar”, salienta. Ainda sobre os problemas enfrentados no mês de janeiro, foi constatada concentração de manganês na tubulação e a ETA ficou sem captação por oito horas por falta de energia elétrica.

COBRANÇA

Gisele Spies Chitolina, procuradora-geral do Município, afirma que a Prefeitura trabalha na fiscalização e notificação de irregularidades. O prefeito, Jarbas da Rosa, chegou a citar a possibilidade de rescindir o contrato com a Corsan caso a companhia não cumpra os acordos feitos e ofereça água de qualidade para a população. Com isso, uma possibilidade é trabalhar com a Proposta de Manifestação de Interesse (PMI), que permite que empresas privadas apresentem soluções para os problemas. “Temos exigido muito da Corsan, notificando a direção, feito autuações. O Município está olhando com muito zelo e responsabilidade”, completa. Já o vereador Elígio Weschenfelder sugeriu que os consumidores tenham um mês de ressarcimento na conta em razão da cor da água e prejuízos.

Redes sociais: solução ou problema?

O gerente da Corsan, Ilmor Dörr, também reforçou em sua explanação sobre a importância de as pessoas contatarem diretamente o escritório local da empresa para tirar dúvidas ou informar sobre algum problema. “A informação não chega até nós. Muitas vezes, é preciso fazer a notificação. Não adianta ir pra rede social”, afirma.

Döor salienta que o registro da intercorrência junto à companhia é até mesmo uma garantia para que a cobrança seja feita caso não haja resolução do problema. As solicitações podem ser feitas diretamente no escritório, que fica na rua Barão do Triunfo.

Alternativas para o abastecimento

A Corsan contratou a empresa Nova Engevix para fazer um estudo para apontar as melhores alternativas para o abastecimento de água em Venâncio Aires. Os resultados devem ser apresentados até o fim do primeiro semestre de 2023. A companhia se comprometeu com a Prefeitura de Venâncio Aires de viabilizar uma solução neste sentido até 2025. “Eu cobro sempre, isso está sempre no nosso planejamento estratégico. Mas é uma decisão que cabe à diretoria, estamos falando de um investimento de R$ 40 milhões a R$ 50 milhões”, complementa.

A companhia também trabalha na instalação e reativação de poços artesianos para auxiliar no abastecimento. “Estamos estudando também pontos estratégicos para instalar hidrantes para auxiliar no expurgo geral (retirada da água para limpeza)”, afirma.

Ao final da audiência, o vereador Ezequiel Stahl disse que vai acionar o Ministério Público e analisar a possibilidade de ressarcimento para os contribuintes que foram comprovadamente prejudicados. Ele também se comprometeu em acompanhar mais de perto as atividades na Estação de Tratamento de Água. Também destacou a importância de viabilizar instalação de mais hidrantes.



Cassiane Rodrigues

Cassiane Rodrigues

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), atua com foco nas editorias de geral, conteúdos publicitários e cadernos especiais. Locutora da Rádio Terra FM, tem participação nos programas Terra Bom Dia, Folha 105 1° edição e Terra em Uma Hora.

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