Nos dias 15 de 16 deste mês, integrantes da Comissão de Mulheres do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Venâncio Aires participarão de um importante movimento das trabalhadoras do campo e da floresta de todo o país. A 7ª edição da Marcha das Margaridas vai ocorrer em Brasília e, entre os objetivos do movimento, estão os de reivindicar melhorias e direitos dos trabalhadores destas categorias.
Segundo a diretora secretária do STR, Rosenei Derlamm Neumann, este ano são 13 eixos temáticos que pautam as reivindicações que as Margaridas vão levar a Brasília para orientar os processos formativos e debates políticos das lideranças (veja box). Em edições anteriores, foram conquistados benefícios como a distribuição gratuita de protetor solar.
Do STR de Venâncio Aires irão à capital federal, além de Rosenei, a coordenadora da Comissão de Mulheres do sindicato, Maribel Grisang, e demais integrantes: Carline Link, Meri Metz, Roseli Kessler e Ângela Caetano. A programação da comitiva inicia com saída de ônibus até o Aeroporto Salgado Filho e embarque na madrugada do dia 15. Pela manhã, já em Brasília, serão credenciadas e, à noite, participam da abertura da Marcha das Margaridas, que neste não tem o tema ‘Margaridas em Marcha: pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver’.
Já no dia 16, pela manhã, se juntam às demais mulheres para começar a marcha em Brasília. As atividades finalizam com a entrega da plataforma política com as pautas de reivindicações ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Rosenei explica que foram escolhidas as mulheres mais participativas no movimento sindical e que sabem da luta das mulheres para fazerem parte da comissão que vai a Brasília. “Nós seis estamos bem entusiasmadas e empolgadas para participar. Para mim e para a Roseli, será a primeira participação na Marcha das Margaridas”, comenta ela.
A diretora secretária do STR enfatiza que todas entendem a importância da articulação politica das mulheres do campo, da floresta, das águas e das cidades, para que juntas possam estar em constante movimento pelas lutas. “Queremos dar visibilidade às ações, discutir questões, reconhecer e fortalecer o protagonismo da mulher. Ter capacidade na defesa e garantia de direitos para reconstrução de um Brasil com soberania popular, democracia, justiça e livre de violência”, complementa.
- A Marcha das Margaridas é organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), com o apoio de outras entidades sindicais. Participam camponesas, quilombolas, indígenas, cirandeiras, quebradeiras de coco, pescadoras, marisqueiras, ribeirinhas e extrativistas de todo o Brasil.
Principais reivindicações
- Democracia participativa e soberania popular
- Poder e participação política das mulheres
- Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo
- Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade
- Proteção da natureza com justiça ambiental e climática
- Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética
- Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios
- Direito de acesso e uso social da biodiversidade e defesa dos bens comuns
- Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional
- Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda
- Saúde, previdência e assistência social pública, universal e solidária
- Educação pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo
- Universalização do acesso à internet e inclusão digital